Entrevista:O Estado inteligente

quarta-feira, agosto 02, 2006

A "inserção internacional" da companheira MarisaBlog do Reinaldo Azevedo



Foi uma pena eu ter-me tornado, nesta terça, um sem-blog. Perdi a chance de me divertir várias vezes. Lula esteve particularmente impossível. Ele decidiu enviar a própria mulher, Marisa Letícia, para a posse de Álvaro Uribe na Presidência da Colômbia, cargo para o qual foi reeleito. Fosse um esquerdofrênico qualquer, ele iria em pessoa. Como é apenas o presidente reeleito de um país que enfrenta uma narcoguerrilha — com a qual o PT mantém relações institucionais no Foro de São Paulo, fundado por Lula —, ele manda a patroa em seu lugar. E ainda acrescenta: “Acho que será uma inserção dela na política internacional". Acho que os chefes de Estado deveriam aproveitar a presença da especialista para debater o Plano Colômbia. Ela deve ter muito a acrescentar. Imaginem se, nos tempos de FHC, a professora Ruth Cardoso se prestasse a esse papel, acompanhada de tal expectativa do marido. Diriam que a acadêmica estava pensando ser chefe de Estado. Marisa Letícia, claro, tem credenciais políticas e intelectuais para buscar uma maior “inserção internacional”. Sem contar que ela é um perigo, como já revelou o próprio Lula. A Operação Tapa-Buraco, aquela bilionária, feita sem licitação, apenas acompanhada pelo TCU, nasceu de uma observação de Marisa Letícia. O marido confessou. Ela chegou e disse: “Lula, as estradas estão muito esburacadas”. E ele agiu. Vamos combinar: antes de ela lhe passar as suas impressões sobre o problema da democracia na América Latina, fala com a gente. O Babalorixá comentou em seguida a doença de Fidel Castro, seu amigo facinoroso. Tivemos acesso a outra reflexão de destruição em massa: “Doença é assim mesmo, basta a gente estar bom para ficar doente". Boa, presidente! O chato é que os vírus e bactérias nada entendem de tautologia e acacianismo. Na maioria das vezes, basta a gente estar doente para ficar ainda mais doente. Pode perguntar aí para algum médico palaciano se não é assim. Sobre ainda a sucessão do ditador, foi fundo: “Se tiver de acontecer, que seja da melhor forma possível”. Fidel disse dia desses que viveria mais de 900 anos. Acho que Lula acreditou.

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