Entrevista:O Estado inteligente

quinta-feira, abril 13, 2006

JANIO DE FREITAS Itamar em movimento

FOLHA

A projetada candidatura de Itamar Franco à Presidência tem como incentivo um movimento cívico pela restauração ética, que está em discussão entre juristas, advogados, alguns empresários e políticos de São Paulo, do Rio de Janeiro e de Porto Alegre, se ainda não chegou a outras cidades.
Já estão marcadas reuniões, tanto de lideranças do PMDB como de idealizadores do movimento, para os próximos dias. No primeiro caso, está previsto um encontro, provavelmente em São Paulo, logo depois da Semana Santa (em princípio, na quarta, 19), com a presença do próprio Itamar Franco.
Já pré-candidato pelo PMDB, Anthony Garotinho tinha um encontro ontem com Itamar Franco, às 17h, em Juiz de Fora. A versão de que pretendia lhe oferecer a vice acabou superada por outra, mais convincente, de que ofertaria apoio à candidatura de Itamar ao Senado, em troca de apoio dos peemedebistas mineiros a seu nome na convenção do partido e, se aí confirmado, na campanha.
Garotinho foi surpreendido, pouco antes do encontro, pela notícia da disposição de Itamar de lançar-se também à Presidência. Com isso, fosse esse ou não o seu propósito, Itamar esvaziou por antecipação qualquer proposta inconveniente aos planos de sua possível concorrência ao próprio Garotinho.
A ordem dos fatores é uma informação útil, para reflexões sobre o cenário em que se inicia a corrida eleitoral. A idéia de um movimento cívico não decorreu da sugestão, originária do PMDB de São Paulo, de candidatura Itamar Franco.
Das conversações iniciais sobre a necessidade de um movimento cívico é que emergiu a questão da necessidade de uma candidatura. Os juristas, advogados, empresários e alguns políticos, e outros participantes das conversações, aproximam-se pela análise preocupada, comum a todos, de que a situação brasileira está exigindo muito mais do que o simples quadro sucessório atual pode lhe oferecer.
Nos últimos tempos, toda idéia de movimento tem, no Brasil, a originalidade de destinar-se sem remédio à paralisia. Só o surgimento de preocupações cívicas já é uma novidade admirável. Talvez as circunstâncias favoreçam o seu avanço. Que a situação exige muito mais do que está aí, é absolutamente comprovável. E inquietante.

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