Acordei tarde, a primeira coisa que fiz foi ligar a televisão na Band News, e ao ouvir uma notícia pelo meio levei um assunto:
- (...) e por ter assumido o crime de caixa 2, o filho do presidente poderá pegar até sete anos de cadeia.
Estava na telinha a imagem de um gordo simpático, de óculos, quase careca, que logo descobri se tratar do filho do primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon.
O pai, naturalmente, não soube de nada, jamais soube. Mas o filho conseguiu dinheiro no exterior para fazer face a despesas da campanha do pai.
Meu filho mais velho sonhava ser candidato do PT no próximo ano a deputado distrital. Sempre perguntei a ele:
- E o dinheiro para a campanha? Virá de onde? Você não tem dinheiro. O pouco que tenho é para enfrentar a velhice junto com sua mãe. Como você pode ser candidato sem ter dinheiro?
Jovem idealista acha que resolve tudo - também já fui um. Como José Dirceu foi, Genoino foi, e até o nosso Delúbio deve ter sido.
Lula não foi, coitado, por que viveu num miserê de dar dó. Virou sindicalista por insistência do irmão, Frei Chico. Não tinha ideologia, e desconfio que jamais teve. Daí, por exemplo, nunca ter achado nada demais viver por mais de 10 anos de favor no apartamento de um compadre em São Bernardo.
Daí não ter visto nada demais, uma vez eleito presidente, em tentar retribuir o favor ajudando o compadre em se dar bem em negócios que passavam pelo governo. Daí sentir raiva daqueles que criticam o presente que a Telemar deu para um dos seus filhos - uma empresa no valor de R$ 5 milhões, algo assim.
Caixa 2? Lula deve achar tudo isso uma tremenda besteira.
Se o candidato precisa de dinheiro, se as pessoas querem lhe dar dinheiro, problema delas que o façam por meios ilícitos. O partido que se arranje para legalizar as doações.
Importante é chegar lá e fazer alguma coisa boa pelo povo. E se possível ficar por lá o quanto der. Para continuar fazendo o bem.
Israel é um país estranho! Lá, filho de primeiro-ministro senta no banco dos réus e pode tirar cadeia. Aqui, a depender de quem seja o pai, a família se salva. E os políticos pulam nos saltos: com família não se mexe. Não se mexe!
Quer dizer que mexer com família de bandido de morro, pode. Mexer com família de bandido parlamentar, não? Mesmo que haja bandidos no meio da família?
Sei... Então tá.