São inquietantes as notícias dando conta de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estaria disposto a se mirar no exemplo de seu colega venezuelano Hugo Chávez caso a oposição invista numa ofensiva pró-impeachment ou explore politicamente reportagem publicada pela revista "Veja", na qual dois antigos assessores do atual ministro da Fazenda, Antonio Palocci, mencionam uma doação em dinheiro, provinda de Cuba, para a campanha de 2002.
Já é motivo de preocupação o simples fato de o primeiro mandatário ter aventado a hipótese de deflagrar uma "guerra" contra seus adversários políticos e setores da mídia, conclamando lideranças de movimentos sociais a defendê-lo. Algo dessa natureza poderia levar o país a uma perigosa escalada de radicalização.
É evidente que a inteira responsabilidade pela crise política é do PT e do presidente da República. São fartas e claras as evidências de que o partido e o ex-líder sindicalista, que em outros tempos se apresentavam à sociedade como paladinos da ética, hoje se nivelaram ao que há de mais reprovável na política brasileira.
Não faz nenhum sentido que a mídia seja responsabilizada pelo estelionato eleitoral petista, como se os meios de comunicação tivessem inventado o grande esquema de corrupção orquestrado pelo partido e pelo operador Marcos Valério, a respeito do qual, segundo relatos, o próprio presidente fora alertado.
Se o PT acreditou que poderia tomar o Estado de assalto e usar um arsenal de ilicitudes para esse fim, que responda por seus atos. Não esqueçamos que muitos dos fatos estarrecedores conhecidos hoje pela opinião pública foram, no início, atribuídos por cardeais petistas a uma "insidiosa campanha de mentiras".
É inevitável, portanto, receber com reservas as negativas que se seguiram à publicação da referida reportagem. O assunto precisa ser investigado e, caso se demonstre a veracidade dos fatos, o registro do PT tem de ser cassado -pois é o que a lei prevê.
É natural que a oposição encontre nesse episódio, bem como nas evidências de uso de caixa dois na campanha presidencial -de acordo com afirmações do publicitário Duda Mendonça, reiteradas pelo ex-tesoureiro Delúbio Soares em recente acareação na CPI dos Correios- elementos para reanimar a luta política.
É preciso, porém, que as lideranças oposicionistas atuem com sensatez. O impeachment do presidente da República, sobre o qual se voltou a falar, não é um mecanismo sumário e indolor, que dependa simplesmente da vontade de partidos oposicionistas para se materializar. Trata-se de um processo com graves implicações políticas -e possivelmente econômicas-, que precisa ser endossado por dois terços da Câmara e resultar, no Senado, numa condenação por crime de responsabilidade.
Se os adversários do governo consideram que há motivo suficiente para depor Lula, e se acreditam reunir condições políticas para tanto, que tomem a decisão com a necessária maturidade. Caso contrário, é aconselhável -como, aliás, se observava ontem- evitar bravatas e decisões irrefletidas que contribuam para exaltar os ânimos e insuflar um clima de descontrole e confronto aberto.
Entrevista:O Estado inteligente
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