O EFEITO DOS JUROS
Conforme esperava a imensa maioria dos analistas, o Comitê de Política Monetária do Banco Central, em sua reunião de quarta-feira, optou, em mais uma decisão bastante conservadora, por reduzir a taxa de juros básica em apenas meio ponto percentual.
Com isso, a meta para a taxa Selic passou a 18,5% ao ano. Cotejando-se essa taxa com a inflação da ordem de 4,6%, que em média bancos e consultorias esperam para os próximos 12 meses, verifica-se que no momento os juros básicos se situam em nível real da ordem de 13%.
Os analistas esperam que esse nível diminua ao longo dos próximos meses, mas de modo bastante lento. Para 2006, analistas projetam taxa Selic de 16,4% e inflação de 4,55%, o que corresponde à expectativa de um juro real superior a 11%, ainda muito acima do patamar observado em outros países emergentes.
Os efeitos da vigência de taxas de juros tão altas há algum tempo já se fazem sentir. Um deles é contribuir para a forte valorização do real, sobre a qual a retomada de grandes compras de dólares pelo setor público e de leilões da moeda norte-americana no mercado futuro tem produzido impacto bastante limitado.
O efeito deletério dos juros altíssimos sobre a atividade econômica talvez seja menos evidente, dado que ela depende de várias outras influências. Mas será difícil dissociar o desempenho muito fraco que se estima que o Produto Interno Bruto tenha tido no terceiro trimestre da ação inibidora exercida pelos juros.
O cálculo do IBGE relativo à evolução do PIB entre julho e setembro será divulgado no final deste mês. Os observadores se dividem entre os que estimam ter ocorrido alta irrisória e aqueles que esperam queda em relação ao segundo trimestre.
Qualquer que seja o resultado afinal apurado, se ele se situar no intervalo dessas projeções do mercado poderá ser considerado muito ruim. O mundo cresce com velocidade, os demais emergentes mais ainda. Até quando o Brasil será a grande exceção num quadro global tão propício?
"PIZZA" PARA PALOCCI
Comparado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao melhor jogador de futebol do mundo, o ministro da Fazenda Antonio Palocci Filho tem demonstrado talento e habilidade para driblar crises, mas ainda não venceu a partida contra as denúncias de irregularidades na Prefeitura de Ribeirão Preto.
Com efeito, a Polícia Civil ouviu mais uma testemunha que mencionou a existência de um suposto esquema de corrupção na administração da cidade durante a segunda gestão de Palocci. Os desvios teriam sido cometidos por meio de fraudes nos pagamentos de serviços de limpeza à empresa de coleta de lixo Leão Leão.
O depoente foi o quarto funcionário do Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto a confirmar as denúncias apresentadas por um ex-assessor do ex-prefeito, o advogado Rogério Buratti. A Leão Leão foi acusada de pagar propinas a Palocci e ao sucessor Gilberto Maggioni. O dinheiro, segundo Buratti, teria como destino final o caixa dois do PT.
Palocci tem insistido que não teme o inquérito e que averiguações já foram feitas sem chegar a nada de concreto contra sua conduta.
Não obstante, à luz do que hoje se sabe sobre a coleta de fundos "não-contabilizados" pelo PT, o caso de Ribeirão desperta renovadas suspeitas. Apesar de o Ministério Público ter agido de maneira censurável ao promover deliberadamente a divulgação das primeiras denúncias feitas por Buratti, essa suposta motivação política não exime o ministro de prestar explicações.
O PSDB, todavia, não se mostra inclinado a assumir o ônus de um agravamento da situação de Palocci. Depois do acerto para transformar em "convite" o que seria uma convocação para o ministro depor na CPI dos Bingos, os tucanos se movimentam para adiar a data de comparecimento à comissão. Não deixa de ser um sinal daquilo que há meses se apontava como um "acordão" -a tradicional "pizza", tão a gosto de tantos políticos brasileiros.
COMBATE À AIDS
Como ocorre todos os anos no mês de novembro, as Nações Unidas divulgam números cada vez mais sombrios sobre a epidemia global de Aids. De acordo com o mais recente relatório, há hoje no planeta 40,3 milhões de pessoas convivendo com o vírus HIV, o que representa um acréscimo de cerca de 5 milhões de infectados em relação ao ano passado. A estimativa de mortes em conseqüência da doença em 2005 é de 3,1 milhões, sendo que metade desses óbitos é de crianças.
A África subsaariana ainda é o principal foco da Aids, concentrando 26 milhões de portadores do vírus -cerca de 60% do total. O sul e sudeste da Ásia e a Europa oriental permanecem como áreas onde a epidemia se propaga rapidamente.
Os inimigos dos esforços de prevenção são, como sempre, a falta de recursos e a ignorância. O relatório traz dados inquietantes, como o de que 20% dos profissionais do sexo no Paquistão são incapazes de reconhecer um preservativo e um terço deles jamais ouviu falar em Aids.
Diferentemente dos anos anteriores, porém, especialistas como o chefe da Unaids, a agência da ONU para a Aids, Peter Piot, encontram indícios de que, em alguns países, avanços na prevenção reduziram o número de novos infectados.
Em lugares como Quênia, Zimbábue e várias nações caribenhas, os dados mostram uma queda na prevalência da doença entre populações jovens, o que é um indicador de diminuição nas infecções recentes.
Outra boa notícia é a de que ao longo dos últimos dois anos cresceu significativamente a oferta de drogas contra a doença nos países pobres. Hoje, mais de 1 milhão de pacientes de nações em desenvolvimento está sob terapia anti-retroviral. Estima-se que a ampliação tenha evitado entre 250 mil e 300 mil mortes.
Os avanços ainda são muito pequenos diante da magnitude do problema, mas existem e provam que vale a pena investir mais recursos em prevenção e tratamento.
Entrevista:O Estado inteligente
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