Retórica do antiimperialismo caipira levou pedrada na testa | ||
Na semana em que o PT pretendia brincar de antiamericanismo, com elogios rasgados de Lula a Hugo Chávez e proselitismo boboca por causa da não-renovação do acordo com o FMI, os ameaçados pelo confisco estragaram a festa | ||
Por Reinaldo Azevedo
Não se duvide da inequívoca vitória da sociedade, das oposições e do Congresso no episódio da derrota da MP 232, como bem destacaram o líder e o vice-líder do PSDB na Câmara, respectivamente, Alberto Goldman (SP) e Eduardo Paes (RJ). Vitória, sem dúvida, difícil. Uma dificuldade de que o desfecho, vexaminoso para o governo, não dá conta. Ela teve de ser duramente construída, atravessando todas as vagas da mistificação, da mentira às vezes, da desqualificação freqüentemente. Há um óbvio prejuízo adicional para o governo nisso tudo. Queiram ou não Lula, José Dirceu e Antonio Palocci, as oposições, em especial o PSDB, faturaram com o que chamamos, nesta edição, "desventuras em série" do Planalto. De algum modo, os tucanos e, no caso, também os pefelistas, refazem nexos com as classes médias urbanas, onde os primeiros são bastante influentes e onde os outros começam a pescar adesões. O erro do governo, diga-se, neste caso da MP 232, derivou de uma falha de percepção ditada por certa ortodoxia esquerdista (embora, curiosamente, a medida provisória buscasse sustentar outra ortodoxia, que de esquerda não tem nada): o PT apostou que o movimento social anti-MP se restringiria a uma gritaria da classe média e a esse grupo se restringiria. Tanto apostou que resolveu opor os interesses dos "trabalhadores" aos daqueles que tentou tachar e taxar como meros sonegadores. Quebrou a cara. É tão devastador o peso da carga tributária no país, que qualquer brasileiro, mesmo pobre, conhece o seu peso. A operação não funcionou; a repulsa aos impostos ganhou a sociedade, mas serviu também para deixar claro a setores influentes da classe média, os chamados formadores de opinião, quais são as forças políticas com as quais podem e devem contar. Quero eu dizer com isso que, então, chegamos à clivagem que faz do PT o partido dos pobres e do PSDB e do PFL os partidos das classes mais abastadas? Bobagem! Os setores militantes da esquerda são os primeiros a apontar a farsa (re)distributivista do governo Lula. Palocci quer mais impostos para manter a sua política macroeconômica e para sustentar o crescente gasto com a máquina, em detrimento de sua eficiência. Não sou de esquerda. Mas duvido que algum esquerdista sério reconheça o "caráter social" do governo Lula. Tudo indica que, com método e eficiência, as oposições podem arranhar também essa imagem, consolidada a despeito dos fatos, se conseguirem atuar com a eficiência demonstrada no caso da MP. É por isso que o Planalto está à caça do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, ou do prefeito do Rio, Cesar Maia (leia nesta edição). Lá na minha Dois Córregos (SP) natal, pequena, mas valente, costuma-se dizer que "o lobo perde o pêlo, mas não perde o vício". |
Entrevista:O Estado inteligente
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sexta-feira, abril 01, 2005
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