Entrevista:O Estado inteligente

sábado, outubro 11, 2008

Minas O fator Quintão

A zebra mineira

Antes anônimo, Quintão pode atropelar
o candidato apoiado por Aécio


José Edward

Marcelo Aat’Anna/EM/D.A.Press
SURPRESA NAS ALTEROSAS Quintão, do PMDB, ameaça a hegemonia de Aécio Neves

Alardeada como um "laboratório para 2010", a aliança tucano-petista idealizada pelo governador de Minas Gerais, Aécio Neves, e pelo prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, não passou, pelo menos por enquanto, no teste das urnas. Pelo contrário, produziu uma zebra. Tido como favorito na corrida para a prefeitura da capital mineira, o candidato apadrinhado por ambos, o empresário Marcio Lacerda (PSB), de 62 anos, foi atropelado na reta final do primeiro turno pelo candidato do PMDB, Leonardo Quintão, de 33 anos. Apenas um mês antes da eleição, Quintão era pouco conhecido e estava 30 pontos atrás de Lacerda nas pesquisas. Na véspera do pleito, reduziu a diferença para 11 pontos. Abertas as urnas, descobriu-se que o abismo que os separava era de apenas 2,3 pontos, o equivalente a 30 000 votos em um colégio de 1,8 milhão de eleitores. As pesquisas telefônicas feitas na semana passada sinalizam que o peemedebista já virou o jogo para o segundo turno. Ele conseguiu tal façanha por ter se mostrado mais simpático e aguerrido do que Lacerda. Participou de 600 eventos, com destaque para debates promovidos por estudantes. Lacerda privilegiou debates em TV, nos quais teve desempenho sofrível. Quintão se saiu bem em todos os confrontos, nos quais colou a pecha de candidato-fantoche no rival. "A diferença é que eu sou preparado e ele é treinado", tripudia o peemedebista.

Uma eventual vitória de Leonardo Quintão fortalecerá a campanha de seu correligionário Hélio Costa, ministro das Comunicações, ao governo de Minas Gerais em 2010. Também beneficiará o ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, pré-candidato petista ao mesmo cargo e opositor da aliança com o PSDB para eleger Lacerda. Ananias age e torce para que Lacerda perca, porque isso chamuscaria seu maior rival dentro do PT, Fernando Pimentel. A derrota de Marcio Lacerda colocaria ainda em xeque a aura de imbatível que até então pairava sobre Aécio Neves em Minas Gerais. Além do revés na capital, o governador também colheu derrotas nas principais cidades do estado. Seu partido, o PSDB, entrou na eleição com 170 prefeituras e saiu com apenas 159, a maioria delas de pequeno porte.

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