A Inglaterra restabelecerá
punição severa para a maconha
Chris Jackson/Getty Images |
Jovem fuma maconha em marcha contra a proibição da droga, em Londres |
Até 2004, a Inglaterra tinha uma das legislações antidrogas mais severas da Europa. Naquele ano, no entanto, uma decisão do governo teve o efeito de um sinal verde para os usuários de maconha: a droga foi reclassificada pelos órgãos de saúde do país e passou a ser considerada menos perigosa. Como conseqüência, a punição para usuários pegos em flagrante praticamente extinguiu-se: hoje, quem é apanhado com maconha na Inglaterra não está sujeito a mais do que uma bronca do policial responsável pela ação. A decisão de afrouxar a vigilância em relação ao uso do entorpecente foi justificada, na ocasião, com o argumento de que a polícia deveria concentrar-se na repressão a drogas com maior poder de destruição, como a cocaína e a heroína. Prova de que o raciocínio estava equivocado é o fato de que o governo inglês planeja voltar atrás na resolução. O primeiro-ministro Gordon Brown aguarda apenas a conclusão de um estudo que vem sendo feito pelo Advisory Council on the Misuse of Drugs, conselho que avalia os efeitos do uso de drogas, para anunciar que a maconha voltará a pertencer ao grupo dos entorpecentes sujeitos a repressão severa (neste caso, com multa e cinco anos de prisão para o usuário). O estudo, cujos resultados preliminares já são de conhecimento do governo, mostrará que a maconha prejudica a saúde mental dos consumidores mais do que se imaginava.
Ainda que esse estudo não trouxesse nenhuma novidade a respeito dos danos à saúde causados pela maconha, a lógica mais trivial já recomendaria apertar o cerco aos seus usuários. Em sintonia com a política antitabagista da Europa, o cigarro está proibido nos pubs ingleses desde julho. E a ciência já comprovou que a maconha – que também aumenta o risco de infecções e inflamações nas vias respiratórias, além de conter substâncias cancerígenas – pode ser tão ou mais maléfica do que o tabaco para os pulmões.