Entrevista:O Estado inteligente

sexta-feira, novembro 16, 2007

Eletrônicos Os cuidados com seus aparelhos

Eletrônicos bem-cuidados


Monica Weinberg

Os brasileiros cuidam mal de seus aparelhos eletrônicos, e disso nenhum especialista discorda. Um novo levantamento avançou ao mapear os erros mais cometidos nesse campo.

São todos descuidos básicos que, por meio de medidas simples, poderiam ser evitados. Isso faria alguns dos eletrônicos durar até duas vezes mais, segundo cálculos de Sérgio Guedes de Souza, professor do Núcleo de Computação Eletrônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e autor do estudo. Ele e outros especialistas afirmam que, apesar da atração exercida por um lançamento, freqüentemente não há razão alguma para aposentar um velho produto. Ele pode, afinal, funcionar a contento e oferecer a melhor tecnologia disponível, mesmo que já tenha anos de vida. Por isso, não há por que não preservá-lo. A seguir, os especialistas sugerem um manual de boas práticas que, adotadas em conjunto, são capazes de estender a vida útil de alguns dos aparelhos mais usados pelos brasileiros.

Impressora

Fotos Marcelo Kura e divulgação


Quanto tempo dura*:
cinco anos

O que os especialistas sugerem para prolongar esse tempo:

• Cobrir sempre a impressora com a capa plástica. Esse é um cuidado que quase ninguém toma, mas ajuda a evitar algo prejudicial e tão comum na ausência da proteção: por meio das brechas, migalhas e poeira se infiltram na máquina e entram em contato com a parte eletrônica. Ali alojadas, tais partículas funcionam como obstáculos invisíveis, impedindo que o cartucho deslize livremente sobre o trilho – o que desgasta a impressora a médio prazo

• Recarregue o cartucho apenas numa das lojas da empresa que o produziu. Só ela tem a tinta que se encaixará perfeitamente àquele cartucho – e, por isso, o deixará no peso previsto para a impressora. Uma sobrecarga de alguns poucos miligramas exigirá esforço adicional da máquina

Quanto tempo de vida a impressora ganha com tais medidas: um ano

Dica na hora de comprar: dar preferência aos modelos a laser – e não àqueles que funcionam com jato de tinta. Sim, eles são três vezes mais caros, mas, em compensação, duram tão mais que, feitas as contas, saem pela metade do preço

* Média de tempo.

DVD

Quanto tempo dura: cinco anos

O que os especialistas sugerem para prolongar esse tempo:

• Antes de colocar o disco, limpá-lo sempre com uma flanela. O objetivo é eliminar as partículas de pó que invariavelmente se acumulam sobre ele – e podem arranhar o leitor óptico, tal é a sua fragilidade

• Ao botar o disco sobre a bandeja do aparelho, evitar apoiar-se sobre ela. Qualquer peso a mais fará mudar sua inclinação, ainda que isso seja imperceptível. Nesse caso, o leitor óptico será mais exigido

• Evitar os discos pirateados. Na comparação com os demais, eles não são tão planos nem têm o furo tão centralizado. Resultado: com as cópias, o leitor óptico precisará despender o dobro do esforço para fazer o disco tocar

Quanto tempo de vida o DVD ganha com tais medidas: dois anos

Dica na hora de comprar: escolha os modelos de tamanho convencional, e não os mini-DVDs. Apesar de custarem a metade do preço, deformam-se com facilidade sob temperaturas mais altas, uma vez que são feitos de plástico frágil

Televisão

Quanto tempo dura: vinte anos

O que os especialistas sugerem para prolongar esse tempo:

• Evitar deixar a TV ligada num único canal, sobretudo naqueles que trazem o logotipo da emissora no canto da tela. Com uma imagem parada por muito tempo no mesmo lugar, pode ocorrer um processo químico por meio do qual o calor que incide sobre a tela, em geral rica em fósforo, faz estampar nela o tal símbolo. A marca será permanente

• Não instalar a TV num lugar em que bata muito sol. O calor provoca um efeito fotoelétrico que resulta em manchas na tela

• Nunca apoiar o dedo sobre a tela, uma vez que é grande a possibilidade de ela ficar riscada, tal sua fragilidade. No caso dos aparelhos de LCD, o toque pode ainda provocar a quebra das células de cristal líquido, que, por sua vez, perdem a capacidade de emitir luz – e deixam a tela com menos brilho

Quanto tempo de vida a televisão ganha com tais medidas: um ano e meio

Dica na hora de comprar: sempre testar a TV na loja para procurar, com lupa, eventuais pontos coloridos na tela. É comum acontecer

Celular

Quanto tempo dura: quatro anos

O que os especialistas sugerem para prolongar esse tempo:

• Cultivar o hábito de recarregar a bateria do celular apenas quando estiver zerada. Do contrário, ela naturalmente se reprogramará de modo a carregar-se apenas em parte, mesmo que esteja 100% vazia. Em suma, a bateria passará a ter uma duração menor

• Não abusar do recurso vibra- call nem da iluminação do visor. Juntos, eles consomem 30% mais bateria. Normalmente, baterias de celular são recarregadas cerca de 1000 vezes até não funcionar mais. Com o uso regular de tais recursos, seu tempo de vida será abreviado

• Usar o celular sempre com capa. Ela suaviza o impacto numa eventual queda do aparelho, o que impede que as células de cristal líquido do visor se rompam – e ele não se ilumine mais

Quanto tempo de vida o celular ganha com tais medidas: um ano e meio

Dica na hora de comprar: procurar baterias à base de lítio, de tecnologia mais avançada do que as de cádmio – e que, portanto, duram mais tempo sem precisar ser carregadas

Ipod

Quanto tempo dura: quatro anos

O que os especialistas sugerem para prolongar esse tempo:

• Instalar a versão mais nova de software disponível para aquele modelo. Ela é sempre um avanço em relação à antecessora porque vem blindada contra os vírus que já foram mapeados no passado

• Nunca deixar o aparelho exposto ao sol. Sua bateria logo descarregará e, quanto mais vezes ela precisar ser preenchida, menor será seu tempo de vida. A bateria de um iPod pode, afinal, ser recarregada até 500 vezes

Quanto tempo de vida o iPod ganha com tais medidas: um ano

Dica na hora de comprar: as cópias só lembram o original na aparência. Elas não costumam ultrapassar um ano de uso sem quebrar – quatro vezes menos tempo, portanto, do que os verdadeiros

Fabiano Accorsi
O químico Nelson Wilson Fartorato, 54 anos, é obsessivo em relação aos cuidados com seus eletrônicos. Tira, diariamente, o pó de todos eles e também os mantém a salvo de umidade. Ele se orgulha: "Ainda tenho em casa um rádio de 1940, que era do meu avô"

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