Entrevista:O Estado inteligente

domingo, novembro 18, 2007

CLÓVIS ROSSI

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Experimento a seguir
SÃO PAULO - O PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol) vai fazer uma experiência a que deveria prestar atenção toda a esquerda que sobrou da queda do Muro de Berlim.
Seguinte: convocou 14 especialistas estrangeiros para colaborar (de graça, diz o partido) na elaboração do programa de governo para a eleição de março próximo. O grupo inclui três detentores de Prêmio Nobel, um deles figurinha carimbadíssima: Joseph Stiglitz, hoje talvez o maior "enfant terrible" do capitalismo. As duas outras são Helen Caldicott, neozelandesa, Nobel da Paz de 1985, militante antinuclear, e a queniana Wangari Maathai, Nobel da Paz de 2004 e militante ambientalista, além de lecionar anatomia veterinária na Universidade de Nairóbi.
Há também o que considero o melhor cientista político latino-americano, o argentino-brasileiro-americano Guillermo O'Donnell, cujas aulas (grátis) me foram indispensáveis para tentar entender a transição brasileira e outras transições nos vizinhos.
O esquema funcionará assim: a equipe do programa de governo elabora suas propostas e as envia aos especialistas estrangeiros, que fazem comentários e contribuem com suas próprias sugestões. Volta tudo para o partido, que dá, então, a forma final ao pacote.
A ordem do presidente do governo, José Luis Rodríguez Zapatero, candidato à reeleição, é que as propostas sejam "aplicáveis", informa o jornal "El País".
Se Sérgio Motta fosse espanhol e ainda estivesse vivo, traduziria por "nada de masturbação sociológica/econômica/ambiental". Será interessante ver o resultado final. Afinal, a direita, em toda parte, sabe o que faz e o que quer. Já a esquerda (a esquerda democrática, que fique claro) limita-se a balbuciar slogans e rótulos e/ou a copiar o que a direita fez. E é sempre bom -e democrático- ter alternativas.

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