O Estado de S. Paulo |
1/11/2007 |
Os mercados globais tiveram ontem duas excelentes notícias, uma inesperada e a outra, nem tanto. A inesperada foi o forte desempenho apresentado pelo setor produtivo dos Estados Unidos. O Departamento do Trabalho, encarregado das Contas Nacionais dos Estados Unidos, revelou pela manhã que o PIB americano do terceiro trimestre do ano cresceu a um ritmo anual de 3,9%. Ninguém contava com tudo isso. O estouro da bolha do crédito hipotecário de alto risco (subprime) começou em julho, bem no início do trimestre, e a expectativa era de que, em razão disso, a atividade econômica dos Estados Unidos no período seria prejudicada. O mergulho na recessão em conseqüência da crise era o pesadelo geral porque se temia que a desvalorização patrimonial com a queda do preço dos imóveis derrubaria o consumo. Não foi o que aconteceu. Falta saber se o impacto sobre o setor produtivo foi transferido sobre a produção do quarto trimestre. A segunda excelente notícia, embora mais esperada, foi a confirmação de mais um corte dos juros básicos nos Estados Unidos. Desta vez foi de 0,25 ponto porcentual, para 4,5% ao ano, que já estava nos cálculos da maioria dos observadores, mas que poderia não ocorrer porque foi decisão tomada depois de conhecido o novo número do PIB. A justificativa apresentada pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) foi a de que os efeitos da crise sobre o crescimento econômico são preocupantes. E isso está lá, preto no branco, no comunicado: “O ritmo do crescimento econômico provavelmente vai se desacelerar no curto prazo.” Mas, provavelmente, a principal razão desse novo corte é consolidar as condições que garantam a volta da tranqüilidade. O primeiro corte dos juros fora decidido em setembro, depois de 15 meses em que permaneceram parados em 5,25% ao ano. E a dose desse corte foi reforçada: nada menos que 0,5 ponto porcentual, o dobro do esperado então pelo mercado. Como da outra vez, ficou a impressão de que o Fed sabe mais sobre a crise e sua gravidade do que os moradores da planície. Mas, embora enfatize que “as tensões nos mercados financeiros se tenham reduzido”, o Fed segue baixando os juros, principalmente porque precisa acalmar os mercados ainda traumatizados com o estancamento do crédito e com a falta de noção sobre a verdadeira extensão do problema. O comunicado deixa claro que os dois cortes integram o mesmo movimento: “A decisão de hoje combinada com a tomada em setembro...” Não há indícios sobre os próximos passos. Mas, se de fato for afastado o risco de uma recessão, o Fed pode voltar a atacar a inflação, bombada agora por ao menos dois fatores: a alta do petróleo e das commodities agrícolas e a desvalorização do dólar, que encarece os produtos importados. O Fed tem sido acusado de “facilitar o surgimento das bolhas” e de afrouxar os controles sobre os preços. E essa tem sido apontada como uma das causas da desvalorização do dólar nos mercados e de seu enfraquecimento como moeda de reserva internacional. Enquanto o afrouxamento dos juros seguir, os mercados vão comemorar a consagração das aplicações de risco. Ladeira abaixo - O corte dos juros nos Estados Unidos acentuou a escorregada do dólar nos mercados de câmbio. Ontem, fechou em queda de 0,32% em relação ao euro. Mas, ao longo do dia, havia atingido novo recorde. Cada euro chegou a comprar US$ 1,4505. Os ajustes no câmbio estão longe de terem-se completado porque a decisão do Fed foi anunciada quando os mercados asiático e europeu já estavam fechados. Em relação ao real, o dólar caiu 0,9%, acentuando a tendência de queda. Aqui, o mercado teve só 15 minutos para digerir o corte do Fed. Hoje, vai operar com as análises já feitas.
|
Entrevista:O Estado inteligente
- Índice atual:www.indicedeartigosetc.blogspot.com.br/
- INDICE ANTERIOR a Setembro 28, 2008
quinta-feira, novembro 01, 2007
Celso Ming - Festa nos mercados
Arquivo do blog
-
▼
2007
(5161)
-
▼
novembro
(510)
- Míriam Leitão - A verdade de L.
- Merval Pereira - Disputa de poder
- Luiz Garcia - No Pará, no Rio
- Eliane Cantanhede - "Chique"
- Dora Kramer - Fora da agenda
- Clóvis Rossi - O câncer e o PT
- Celso Ming - Vento do medo
- Muy amigos...
- A truculência de Chávez
- Caras emoções baratas - Nelson Motta
- Lula não confia nos oprimidos: sobe hoje a favela ...
- Sarkozy: 'Distúrbios não são crise social'
- 30 de novembro
- O ataque fascistóide de Lula ao DEM
- OS PATIFES DAS ZAMÉRICAS
- Alberto Tamer - Brasil, feliz, não vê mais nada
- O pior entre os melhores
- Míriam Leitão - Mundo novo
- Merval Pereira - A reboque
- Eliane Cantanhede - Chávez e as Farc
- Dora Kramer - Tiros no peito
- Clóvis Rossi - Exaltação da mediocridade
- Celso Ming - Força nova
- Contra o interesse nacional
- Clipping 29 de novembro
- Míriam Leitão - Em três dimensões
- Merval Pereira - Continente em transe
- Dora Kramer - Debilidade funcional
- Celso Ming - A salvação vem das Arábias
- Clipping 28 de novembro
- AUGUSTO NUNES -Três retratos 3x4 da geléia tropical
- FHC rebate Lula e diz que ?não pode haver preconce...
- DORA KRAMER Notícias do palácio
- Merval Pereira - O plano B
- Míriam Leitão - Licença para gastar
- Clipping 27 de novembro
- Rubens Barbosa,O DIFICIL CAMINHO DA MODERNIZACÃO
- Clipping 26 de novembro
- Ainda FHC, Lula, os educados e os tontons-macoutes...
- DANUZA LEÃO
- FERREIRA GULLAR Rumo à estação Lulândia
- ELIANE CANTANHÊDE Exceção
- Clovis Rossi-O diploma e o lado
- Miriam Leitão Ampliar o debate
- O GLOBO ENTREVISTA LULA
- O GLOBO ENTREVISTA Luiz Inácio Lula da Silva
- Merval Pereira Submarino nuclear
- João Ubaldo Ribeiro Aqui da minha toca
- DANIEL PIZA
- Estadão entrevista Ronaldo Sardenberg
- Alberto Tamer Dólar e petróleo ameaçam o Brasil
- Mailson da Nóbrega
- Democracia ferida
- Celso Ming O desequilíbrio do ajuste
- DORA KRAMER Sem o cheque, resta o choque
- Vergonha nacional
- Tucanos perdidos na floresta
- Quem ganhou com as privatizações
- Entre aloprados e pajés
- Tratamentos a Lula e Azeredo contrastam
- VEJA Carta ao leitor
- VEJA Entrevista: Saulo Ramos
- MILLÔR
- Stephen Kanitz
- Radar
- André Petry
- Diogo Mainardi
- Roberto Pompeu de Toledo
- O PSDB renova seu discurso de oposição
- Projeto liquida com o cargo de suplentes
- A queda do ministro Mares Guia
- Renan Calheiros: a novela continua
- Adolescente é estuprada em cadeia do Pará
- Fechado o restaurante do denunciante do mensalinho
- França Sarkozy enfrenta sindicatos com o apoio ...
- Desbaratada a quadrilha de Fernandinho Beira-Mar
- Nos EUA, quem bebe e dirige é punido
- O carro islâmico da Malásia
- Grandes lojas aderem ao ritmo fast-fashion
- O celular que funciona como cartão eletrônico
- A escova de dentes que dispensa a pasta
- A Amazon lança aparelho que recebe livro digital
- Encontrada a gruta de Rômulo e Remo
- Thiago Pereira, nosso recordista mundial de natação
- A guerra contra a garrafa plástica de água mineral
- Estudo põe em xeque o programa brasileiro antitabaco
- Agora, a FDA aperta o cerco contra o sal
- Células-tronco são obtidas a partir de células da ...
- O que pensam os militares brasileiros
- Michel Schlesinger: um jovem na Congregação Israelita
- O significado da desvalorização do dólar
- Interferência política e concessão de empréstimos
- As opções de cirurgia para a correção da vista
- Cuidados com os olhos no verão
- Einstein – Sua Vida, Seu Universo, de Walter Isaacson
- A Economia em Machado de Assis
- A Mídia do Golpe e A Mídia do Contragolpe
- Lula reage a FHC — “reservadamente”, é claro...
- Merval Pereira Reforçando a defesa
- Celso Ming Vai mudar a economia?
-
▼
novembro
(510)
- Blog do Lampreia
- Caio Blinder
- Adriano Pires
- Democracia Politica e novo reformismo
- Blog do VILLA
- Augusto Nunes
- Reinaldo Azevedo
- Conteudo Livre
- Indice anterior a 4 dezembro de 2005
- Google News
- INDICE ATUALIZADO
- INDICE ATE4 DEZEMBRO 2005
- Blog Noblat
- e-agora
- CLIPPING DE NOTICIAS
- truthout
- BLOG JOSIAS DE SOUZA