O Estado de S. Paulo |
13/11/2007 |
Passada a euforia com as notícias sobre a descoberta do megacampo de petróleo na Bacia de Santos, a hora agora é de realismo, porque o nível de incertezas é grande. Saul Suslick é professor do Instituto de Geociências e diretor do Centro de Estudo do Petróleo (Cepetro), da Universidade de Campinas (Unicamp). Como especialista, vem acompanhando desde 1996 os estudos sobre a ocorrência de petróleo e gás nas formações pré-sal (abaixo da camada de sal) como as que acabam de ser anunciadas. Ele considera relevantes, mas não insuperáveis, os problemas tecnológicos que poderão surgir na exploração do campo, embora exija equipamentos de alta sofisticação, não só na fase de desenvolvimento, como também na de produção. “Não temos informação de como se comporta um reservatório dessas proporções num campo ainda desconhecido, de uma fronteira exploratória totalmente nova.” Será necessário furar mais uns vinte poços para testes de avaliação e desenvolvimento, que levarão dois ou três anos, para só então definir o plano de aproveitamento comercial. Suslick adverte até mesmo para o risco de que a descoberta não possua dimensão ou estrutura suficiente para os custos envolvidos no seu aproveitamento. E lembra o que aconteceu no Campo de Mexilhão, na Bacia de Campos: “Parecia um campo gigantesco, com enormes perspectivas. Mas o detalhamento mostrou fraturas geológicas e reservatórios independentes, com dificuldades de aproveitamento não inicialmente detectadas. Isso não inviabilizou o projeto de produção, mas também não foi o que parecia inicialmente.” Na área econômico-financeira, os riscos são grandes. Suslick explica que os custos dos equipamentos acompanham a evolução dos preços finais do barril de petróleo. A US$ 50 por barril, o preço de arrendamento de uma sonda é um; a US$ 100 pode ser o dobro. E isso vale para tudo: desde brocas especiais capazes de operar a grandes profundidades e altas temperaturas até navios reservatórios. A incerteza maior está no comportamento futuro dos preços. Até agora, pouco se sabe do que existe nas formações pré-sal. As descobertas agora anunciadas estão entre as pioneiras. Mas existem outras áreas promissoras no Golfo do México ou nas costas da África. Se as descobertas forem muito significativas, os preços do petróleo podem cair, o contrário do que vem acontecendo há quatro anos, quando o barril era negociado alguma coisa acima dos US$ 20. Uma grave crise econômica no mundo poderia reverter os níveis atuais, próximos dos US$ 100. E, se isso acontecesse, poderiam ficar inviabilizados investimentos que se fizessem no Campo de Tupi ou em outros que viessem a ser descobertos nas costas do Brasil. Para Suslick, os volumes da jazida são impressionantes, mas isso não é tudo. “Não há ainda elementos que nos permitam concluir com segurança o que já andam dizendo por aí: que estaremos entre os grandes da Opep e coisas assim.” Ele conclui: “O nível de incertezas é alto, os custos serão altos, mas não se pode ficar parado até que todas as dúvidas sejam dissipadas. É preciso apostar e seguir pesquisando lá embaixo”. CONFIRA O xerife exige - Até quinta-feira, os bancos americanos têm de cumprir determinação da Security Exchange Commission (SEC), que fiscaliza o mercado financeiro, de que lancem a valor de mercado suas posições em títulos podres. Quanto vale? - Como o problema está justamente em saber quanto valem esses títulos, é possível que a tarefa não seja facilmente cumprida. Critérios - Mas se estão nos balanços, o banco já arbitrou valores para esses títulos. Nesse caso, o que conta é a revelação do critério adotado para os lançamentos feitos. |
Entrevista:O Estado inteligente
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terça-feira, novembro 13, 2007
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