Jornal do Brasil 17/10/2007 A última, da Sensus/CNT, embora com escassas novidades, foi supervalorizada pelo enjôo do público e da mídia com os cinco meses e quebrados da tediosa crise, com enredo de novela, da paixão do presidente-licenciado do Senado, o senador alagoano Renan Calheiros, do elenco do PMDB, aliado do governo, e a jornalista Mônica Veloso, mãe da filha de 4 anos, fruto inocente da sua ligação amorosa, e nova estrela de revistas que exploram fotos de mulheres peladas.
Sem querer bancar o censor amador, quando o ramo parece dos mais lucrativos, talvez seja conveniente moderar a fome em tempo de jejum, para não cair nos exageros da precipitação. Até porque, bem analisado os percentuais que especulam sobre as mais variadas hipóteses, por mais que se esprema a fruta verde, não chega a pingar uma gota que se possa aproveitar em refresco com generosas porções de açúcar.
De logo, com uma eleição de prefeitos e vereadores de capitais e municípios à vista para daqui a um ano, mostra mesmo a bugalhos desatentos que o quadro para a sucessão do presidente Lula não está sequer esboçado, além das obviedades mais do que sabidas.
Vamos lá. Segundo a badalada pesquisa, 10,8% dos ouvidos (2 mil dos mais de 100 milhões de eleitores) juram, socando o peito, que o candidato apoiado por Lula será o único em que votariam. Mais precavidos, 25,4% responderam na condicional que "poderiam" votar no candidato do presidente, e 32,4% botaram as barbas de molho para admitir que poderiam votar, mas só decidiriam conhecendo o candidato - o que, trocado em miúdos, não quer dizer nada. E, no outro lado da mureta, 27,3% não querem conversa e não votariam no candidato chapa- branca de jeito nenhum.
Ora, dar asas à imaginação para armar as muitas, quase infindáveis hipóteses, e gastar os neurônios para equacionar as probabilidades de cada uma é um desperdício de tempo a troco de coisa nenhuma.
A colheita das uvas verdes dos índices dos candidatos mais cotados do pomar oposicionista, a três anos das eleições presidenciais foi francamente frustrante. Apenas confere o que se sabia: os governadores José Serra, de São Paulo, e Aécio Neves, de Minas, são o primeiro e o terceiro de uma lista de 20 nomes, com o ex-governador paulista Geraldo Alckmin em segundo. As diferenças entre os três rodopiam em torno de 12,8%, 11,6% e 9,4%. Quer dizer, empate técnico com o desconto da margem de erro. Ou seja, nada de novo ou significativo.
Mais instigante, embora coisa nenhuma além do sabido e confirmado, é a estabilidade de Lula a pairar nas nuvens, com insignificantes oscilações: 46,5% de avaliação positiva do governo que distribui 11 milhões de Bolsas Família, e do desempenho presidencial, que variou de 64%, em junho, para 61,2% este mês. Sobra muita gordura para queimar na campanha que se aproxima.
É o contraste entre a popularidade pessoal de Lula e a fragilidade da legenda petista, apesar de entupida de cargos públicos, e dos projetos de candidatos inviáveis que cutuca o giro da roda-gigante das reflexões na montagem de cenários prováveis ou possíveis.
Lula abriu um basculante para o infinito ao bater o martelo em duas afirmações: um - chuvisco no molhado - que não é e não será candidato à aventura de um terceiro mandato; outra, que sonha com um retorno triunfal, nos braços do povo, nas longínquas eleições presidenciais de 2014, daqui a sete anos.
Até lá, ainda teremos centenas, talvez milhares de pesquisas. Enquanto a fruta amadurece no pé.
Entrevista:O Estado inteligente
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quarta-feira, outubro 17, 2007
Villas-Bôas Corrêa ππFruta verde não se colhe
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