Entrevista:O Estado inteligente

terça-feira, outubro 16, 2007

DECODIFICANDO A ENTREVISTA DE LULA por Augusto de Franco

NUNCA VI TANTA MENTIRA: DECODIFICANDO A ENTREVISTA DE LULA


Bastaria ler com atenção a entrevista concedida por Lula ao jornal Folha de São Paulo do último domingo, para compor um perfil do nosso presidente. Parafraseando Affonso Romano de Sant’Anna (no seu "A implosão da mentira"), é "um presidente que mente, mente de corpo e alma, completamente. E mente de maneira tão pungente que a gente acha que ele mente sinceramente. Mas que mente, sobretudo, impune/mente... E mente tão nacional/mente, que acha que mentindo história afora vai nos enganar eterna/mente".

Há um ano, em artigo na Folha de São Paulo, publicado em 10 de outubro de 2006 e intitulado "Decodificando Lula: basta inverter o sinal", afirmei que o ardil preferido de Lula para nos iludir era "declarar exatamente o contrário do que está fazendo. Se ele diz que não atacará o adversário, é sinal de que atacará. Se ele diz que quer apurar o crime do falso dossiê, é sinal de que colocará todos os obstáculos para que se chegue a desvendar a origem do dinheiro e da trama na qual estão envolvidos seus homens. Se ele diz que punirá rigorosamente os culpados (por quaisquer dos seguidos escândalos que seu governo patrocinou), é sinal de que já arrumou um jeito de não punir ninguém. Tudo o que ele diz, vale, sim, porém com o sinal trocado. Para decodificar Lula, é simples: basta inverter o sinal".

Mais recentemente, no artigo "Conselhos aos jovens políticos (e aos jovens em geral), publicado neste site em 14 de setembro passado, na lista de (anti-) conselhos ético-democráticos inspirados pelo comportamento imoral e autoritário dos nossos governantes, acrescentei o seguinte. "Adquira a capacidade de mentir sem corar. Minta, minta descaradamente sem qualquer pudor. Se, por exemplo, alguma investigação apontou a sua culpa em um determinado crime, declare sempre que todas as investigações provaram que você não tinha qualquer culpa. Não se preocupe com a coerência pois em política isso não vale para nada. Nem tenha problemas de consciência: quando o assunto é poder, o superego só atrapalha. Mas, sobretudo, adquira a capacidade de dizer exatamente o oposto do que você está pretendendo. Por exemplo, se você está trabalhando para desmoralizar uma instituição, declare publicamente que tal instituição é soberana e deve ser respeitada por todos. Se você está querendo ficar no poder contra as leis do seu país, diga que jamais aceitará ficar no poder, mesmo que o povo inteiro lhe peça isso em nome da felicidade geral da nação. Mais ainda: aprenda a se antecipar às conseqüências das suas ações declarando sua intenção oculta para que ela pareça ser de outrem e não sua. Assim, você inoculará na opinião pública uma vacina contra a identificação do verdadeiro culpado. Então, por exemplo, se você está querendo desmoralizar um adversário, diga antes que fica muito chateado com os que cometem a baixeza de tentar atingir a honra de seus adversários. Essa é uma sabedoria sutil e suprema: aprenda a mentir com a verdade".

Pois bem, chegou a hora de aplicar essa "chave" decodificadora analisando a entrevista concedida por Lula ao jornalista Kennedy Alencar (esse Kennedy, se não me falha a memória, já foi seu assessor de imprensa).

FOLHA - Se o sr. chegar ao final do mandato com imagem forte não despertará uma onda queremista, o Lula 2010? Muita gente acha que o sr. vai tentar a re-reeleição.
LULA - Porque no Brasil tem muita gente que não quer levar a política a sério. A alternância do poder é educadora para a construção da democracia. Não existe ninguém insubstituível.

APLICANDO ENTÃO O NOSSO DECODIFICADOR, O QUE LULA ESTÁ DIZENDO AQUI? ESTÁ DIZENDO QUE A ALTERNÂNCIA DO PODER NÃO É NECESSÁRIA E QUE ELE É INSUBSTITUÍVEL (SE ELE ACHASSE DE FATO QUE A ALTERNÂNCIA É NECESSÁRIA PARA A DEMOCRACIA, NÃO TERIA DECLARADO TANTAS VEZES QUE CHÁVEZ É UM GRANDE DEMOCRATA, QUE PECA POR EXCESSO DE DEMOCRACIA). LULA ESTÁ EXERCENDO AQUELA "ARTE" FAVORITA DOS GRANDES MANIPULADORES POPULISTAS: MENTIR, MENTIR COMO PRINCÍPIO, MENTIR COMO MÉTODO, SISTEMATICAMENTE, INCLUSIVE MENTIR COM A VERDADE.

FOLHA - Está vacinado contra a tentação?
LULA - Não existe hipótese para o bem do Brasil, para o bem da democracia e para o meu bem.

IDEM.

FOLHA - Descarta ser candidato a presidente em 2014 ou 2015 [quando terá quase 70 anos]?
LULA - Não. Em política, seria infantil da minha parte dizer que vou decidir o meu destino em 2014, 2015. Tenho uma filosofia que aprendi com a minha mãe: "Rei posto, rei morto". Lembro que Juscelino Kubitschek imaginava voltar depois e não voltou. Não posso trabalhar em momento nenhum com essa hipótese na minha cabeça porque será o meu fracasso. Essa coisa, se tiver de acontecer, a conjuntura do momento vai indicar. Até porque quero dar um exemplo de ex-presidente: quero deixar a Presidência e não vou virar palpiteiro.

UM NOVO EXEMPLO DE DESFAÇATEZ E MENTIRA PURA E SIMPLES. ATÉ AS EMAS DO ALVORADA SABEM QUE LULA NÃO PENSA EM OUTRA COISA: EM COMO NÃO SAIR DO PODER OU, SE ISSO FOR INEVITÁVEL, EM COMO VOLTAR LOGO AO POSTO. QUANDO ELE DIZ "NÃO POSSO TRABALHAR EM MOMENTO NENHUM COM ESSA HIPÓTESE NA MINHA CABEÇA", ESTÁ APENAS ZOMBANDO, ESCARNECENDO DA NOSSA INTELIGÊNCIA.

FOLHA - Apóia a emenda que acaba com a reeleição?
LULA - Um mandato de quatro anos é muito pouco. O presidente toma posse em 1º de janeiro. No primeiro ano não faz nada porque o Orçamento já está comprometido. No segundo, quando começa a fazer, tem eleições municipais: seis meses antes da eleição não pode fazer convênio com nenhuma prefeitura. Então, já tem um ano e meio morto. Depois tem outro ano para governar e, no ano seguinte, tem eleição. Um mandato de quatro anos no Brasil é quase inadministrável. Vamos acabar com a reeleição e aumentar o mandato.

SIM, ESSA É UMA ALTERNATIVA, CASO LULA NÃO CONSIGA REUNIR AS CONDIÇÕES PARA INSUFLAR UMA MOVIMENTAÇÃO QUEREMISTA EXIGINDO UM TERCEIRO MANDATO. SE FOR IMPOSSÍVEL ALTERAR AS LEIS DO BRASIL PARA FICAR NA PRESIDÊNCIA, LULA PODE SEMPRE TENTAR ESTICAR SEU MANDATO ATUAL POR MAIS UM OU DOIS ANOS.

FOLHA - Apóia a emenda?
LULA - Apóio, apóio. Se não aumentar o mandato, é melhor ficar a reeleição. Sei que para a oposição é ruim, porque ela sempre acha um mandato mais longo difícil, uma reeleição difícil, mas é importante que um presidente tenha a possibilidade de concluir um projeto.

DE QUE OPOSIÇÃO LULA ESTÁ FALANDO? DA OPOSIÇÃO AO SEU GOVERNO, É CLARO. O QUE PRESSUPÕE QUE A MEDIDA VALHA JÁ PARA ELE. SE FOR ELEITO EM 2010 UM TUCANO OU UM "NEO-DEM", LULA DEFENDERÁ PARA ELE UM MANDATO DE 6 ANOS?

FOLHA - Por que o sr. fala em candidatura única em 2010? Não seria melhor lançar vários candidatos e apoiar o que chegasse ao 2º turno?
LULA - Tenho uma base de apoio com vários partidos. Todo o meu esforço será para uma candidatura única. É um sonho. Vai se concretizar? Não sei. Se tiver quatro candidatos no campo do governo, o governo vai ficar imobilizado. Daqui a pouco vai estar o PT brigando com o PMDB, que briga com o PSB, que briga com o PC do B, que briga com o PR, que briga com o PDT. Ficamos brigando entre nós e deixamos nossos adversários tranqüilos. Precisamos fazer a briga interna e construir a possibilidade de candidatura única. Há o cargo de presidente, de vice, dois senadores, governadores. Tem cargo para todo mundo.

O QUE ESTÁ POR TRÁS DA IDÉIA DE CANDIDATURA ÚNICA DEFENDIDA AQUI POR LULA? EVITAR A PROJEÇÃO DE LIDERANÇAS QUE POSSAM, AMANHÃ, VIR A SE CANDIDATAR À PRESIDÊNCIA. ISSO, É CLARO, CASO ELE NÃO CONSIGA O TERCEIRO MANDATO. LULA QUER CONTROLAR O SURGIMENTO DE LIDERANÇAS. SE ELE NÃO PUDER FICAR NO PODER, QUER COLOCAR ALGUÉM TOTALMENTE SOB SEU CONTROLE, PARA PERDER OU PARA CEDER DOCILMENTE A VEZ PARA ELE EM 2014. SIM, PORQUE HÁ O RISCO DE QUE ESSE CANDIDATO ÚNICO GANHE AS ELEIÇÕES E É POR ISSO QUE NÃO PODE HAVER MAIS REELEIÇÃO.

FOLHA - O governo do sr. repete e até acentua a cultura política da fisiologia, distribuindo cargos no governo e emendas a parlamentares como forma de mantê-los fiéis. O sr. desistiu de romper com a fisiologia?
LULA - Uma coisa é a política real. Outra coisa é a interpretação que vocês [imprensa] dão à política real. Quero explicar isso. Nós estamos num governo de coalizão. Isso não vale para o Brasil. Vale para o mundo. Se você olhar a Angela Merkel [chanceler alemã], ela ganha as eleições e faz composição.

LULA NÃO RESPONDEU À PERGUNTA DO JORNALISTA. FAZER COMPOSIÇÃO NADA TEM A VER COM INVESTIR NO FISIOLOGISMO, DISTRIBUINDO CARGOS E EMENDAS PARA COMPRAR PARLAMENTARES E PARTIDOS.

FOLHA - É correto condicionar o voto ao governo a verba ou cargo?
LULA - Não é correto. Aqui não se trabalha assim. Quando propus aos partidos uma coalizão, é justo montar o governo com os partidos da coalizão. Não é correto montar com o PT e ficar pedindo o voto dos outros.

"AQUI NÃO SE TRABALHA ASSIM" É A MENTIRA MAIS DESLAVADA DO ÚLTIMO SÉCULO. NOVAMENTE AQUI LULA TENTA DESVIRTUAR A PERGUNTA, "TRADUZINDO" FISIOLOGISMO COMO NECESSIDADE DE COMPOSIÇÃO.

FOLHA - Voltando às diferenças, não há mais um czar na política, que era o José Dirceu, e um czar na economia, que era o Antonio Palocci.
LULA - Vocês [imprensa] gostam de criar essas coisas.

LULA JOGA A CULPA NA IMPRENSA, QUANDO FOI ELE MESMO QUE DEIXOU CLARO, VÁRIAS VEZES, QUE O COMANDO POLÍTICO ESTAVA NAS MÃOS DE JOSÉ DIRCEU ("O CAPITÃO DO TIME"), ASSIM COMO O COMANDO DA ECONOMIA – E TODO MUNDO SABE DISSO - NAS MÃOS DO PALOCCI (E/OU DOS BANQUEIROS QUE O INSTRUIRAM... COM A MELHOR DAS INTENÇÕES, É CLARO).

FOLHA - Em 2005, o sr. fez um discurso na TV dizendo que se sentia "indignado" e "traído" no caso do mensalão, mas nunca mencionou os nomes dos traidores. Recentemente, o sr. disse ao "New York Times" que não via "qualquer evidência" de que Dirceu tivesse praticado crimes. O sr. exclui Dirceu dos traidores?
LULA - Nem eu vi nem a Justiça viu ainda.
Lula foge mais uma vez da pergunta sobre quem o traiu. E desculpa Dirceu.
FOLHA - O procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, viu. O Supremo Tribunal Federal abriu uma ação penal por corrupção ativa e formação de quadrilha.
LULA - É um processo que começou com uma acusação. Houve um julgamento na Câmara, a acusação do Ministério Público e a aceitação do Supremo para fazer processo investigatório. Nem todo mundo que é indiciado é culpado. Nem todo mundo que não é indiciado é inocente.
FOLHA - Dirceu é um traidor?
LULA - Não acho que o Zé Dirceu seja um traidor. Foi um quadro político importante para o governo, contribuiu de forma extraordinária. Na hora em que cometeu erros políticos, deixou o governo e foi para a Câmara.

O CONCEITO DE "ERRO" DE LULA EXPLICA QUASE TUDO. LEMBRA AQUELE MESMO CONCEITO DE ERRO DE NUON CHEA, IDEÓLOGO DO KHMER (RECENTEMENTE PRESO POR CRIMES CONTRA A HUMANIDADE, PESSOALMENTE RESPONSÁVEL PELO GENOCÍDIO DE QUASE 2 MILHÕES DE PESSOAS) QUE DECLAROU: "ADMITO QUE HOUVE ERROS. MAS EU TINHA MINHA IDEOLOGIA. QUERIA LIBERTAR MEU PAÍS. QUERIA QUE AS PESSOAS TIVESSEM BEM-ESTAR".

CRIMES COMETIDOS POR SEUS AUXILIARES SÃO SEMPRE ERROS. PERCEBAM A INDUSTRIADA FALTA DE CLAREZA DA FRASE: "NA HORA EM QUE [DIRCEU] COMETEU ERROS POLÍTICOS, DEIXOU O GOVERNO E FOI PARA A CÂMARA". DEVEMOS ENTENDER QUE DIRCEU FEZ UM EXAME DE CONSCIÊNCIA E DISSE PARA SI MESMO: ‘VOU ABANDONAR O GOVERNO E IR PARA A CÂMARA, POIS LÁ NÃO HÁ QUALQUER PROBLEMA COM O FATO DE TER COMETIDO TANTOS ERROS’. OCORRE QUE NÃO FOI ESSE O DISCURSO DE DIRCEU QUANDO CHEGOU À CÂMARA. VOLTOU PARA LÁ COMO UMA ESPÉCIE DE MISSIONÁRIO-COMBATENTE, PARA DEFENDER O GOVERNO DOS ATAQUES QUE SOFRIA (DENTRE OS QUAIS OS QUE TERIAM LEVADO À SUA RENÚNCIA DA CASA CIVIL).

FOLHA - O procurador-geral e o STF agiram sob pressão política ao analisar o mensalão?
LULA - Não acho que houve pressão. Não acho que uma instituição possa trabalhar sob pressão política. Se essa pressão política é exagerada, ela pode influenciar pessoas, porque os caras são seres humanos. Um ministro do Supremo e um procurador-geral da República não podem ceder à pressão.

OUTRO EXEMPLO TÍPICO DE MANIPULAÇÃO, EM QUE LULA USA A PALAVRA ‘NÃO’ PARA DIZER ‘SIM’. APRENDAM A "ARTE", CAROS LEITORES E LEITORAS: ELE DIZ (1º) - "NÃO ACHO QUE HOUVE PRESSÃO"; DEPOIS AVANÇA (2º) - "NÃO ACHO QUE UMA INSTITUIÇÃO POSSA TRABALHAR SOB PRESSÃO POLÍTICA"; E DÁ MAIS UM PASSO (3º) - "SE ESSA PRESSÃO FOR EXAGERADA [QUAL PRESSÃO? A QUE ‘NÃO’ EXISTE?], ELA PODE INFLUENCIAR PESSOAS, PORQUE OS CARAS SÃO SERES HUMANOS"; POR FIM, (4º) - "UM MINISTRO DO SUPREMO E UM PROCURADOR GERAL DA REPÚBLICA NÃO PODEM CEDER À PRESSÃO". DECODIFICANDO TUDO: HOUVE PRESSÃO E A PRESSÃO FOI EXAGERADA. O PROCURADOR, COMO É UM SER HUMANO, ASSIM COMO OS MINISTROS DO STF QUE ACEITARAM A DENÚNCIA, FORAM INFLUENCIADOS POR ESSA PRESSÃO EXAGERADA E CEDERAM (QUANDO NÃO DEVERIAM TER FEITO ISSO). EIS O DISCURSO DE LULA DESVELADO!

FOLHA - Roberto Jefferson disse que, quando o informou do mensalão, o sr. encheu os olhos d'água e se curvou, como se levasse um golpe. Foi assim?
LULA - Não comento Roberto Jefferson.
FOLHA - Por quê?
LULA - Não merece, não merece [balança negativamente a cabeça]. Não merece que eu faça comentário.

LULA DIZ QUE NÃO COMENTA, MAS DIZ ISSO APENAS PARA... COMENTAR, DANDO A ENTENDER QUE JEFFERSON É UM MENTIROSO. DE FATO ELE NÃO PODERIA RESPONDER A PERGUNTA. O JORNALISTA AQUI, PROVIDENCIALMENTE, "ESQUECEU" DE FAZER A OUTRA PERGUNTA ÓBVIA, DE SE O GOVERNADOR PERILLO TAMBÉM É UM MENTIROSO POR TER LEVADO A ELE, LULA, A MESMA INFORMAÇÃO SOBRE A EXISTÊNCIA DO MENSALÃO.

FOLHA - Por quê? Não é um direito da imprensa fazer essa pergunta?
LULA - É um direito, mas também é um direito meu dizer que não quero comentar.
FOLHA - Foi um caso rumoroso.
LULA - Porque não acredito.
FOLHA - O sr. não acredita que houve mensalão?
LULA - É preciso provar. É preciso provar.
FOLHA - O sr. não acredita que houve mensalão?
LULA - Não é que não acredito. Tem uma denúncia que está num processo de apuração. É um processo que quero que seja julgado. Se alguém praticou mensalão, se alguém deu, alguém recebeu, vão ser condenados. Os que não praticaram vão ser inocentados.

VAMOS RECONSTRUIR. PRIMEIRO LULA DIZ QUE NÃO ACREDITA NA EXISTÊNCIA DO MENSALÃO. EM SEGUIDA DIZ QUE "É PRECISO PROVAR". DEPOIS SE DESDIZ: "NÃO É QUE NÃO ACREDITO". MAS O FECHO DE OURO É O SEGUINTE: "SE ALGUÉM PRATICOU MENSALÃO, SE ALGUÉM DEU, ALGUÉM RECEBEU, VÃO SER CONDENADOS". OU SEJA, O MENSALÃO, COMO TAL, NÃO EXISTIU A NÃO SER COMO INICIATIVA INDIVIDUAL DE PESSOAS QUE ERRARAM E, SE ERRARAM, VÃO SER CONDENADAS, NÃO TENDO O GOVERNO – NEM ELE, EMBORA SEJA O BENEFICIÁRIO ÓBVIO DO ESQUEMA E EMBORA TUDO TENHA SIDO FEITO PELOS SEUS MAIS ÍNTIMOS AUXILIARES – NADA A VER COM ISSO.

FOLHA - Mensalão no sentido de uso do dinheiro público para comprar apoio político no Congresso.
LULA - Até agora não tem prova de um centavo de dinheiro público.
FOLHA - Visanet...
LULA - Até agora não tem nada provado.

PRIMEIRO LULA DIZ QUE NÃO TEM PROVA – USANDO ESSA PALAVRA NO SENTIDO DE INDÍCIO OU EVIDÊNCIA – DE USO DO DINHEIRO PÚBLICO. COMO O JORNALISTA MENCIONOU O VISANET, O SENTIDO DA PALAVRA MUDA E DE INDÍCIO OU EVIDÊNCIA PASSA A SER PROVA MESMO, EM TERMOS JURÍDICOS.

FOLHA - Recursos da cota do Banco do Brasil na Visanet foram parar na conta de uma empresa de Marcos Valério de Souza.
LULA - Vamos aguardar o julgamento. O presidente não faz o papel do Judiciário nem da Polícia Federal. A única coisa que posso dizer: é no mínimo acreditar em Papai Noel falar que o Professor Luizinho, líder do governo na Câmara, que foi acusado de ter pego R$ 20 mil, participava de mensalão.
FOLHA - Poderia ter pego os R$ 20 mil para dívida de campanha, um compromisso. É acreditar em Papai Noel porque ele é petista e votaria com o governo?
LULA - Porque ele tinha a obrigação de votar com o governo.

QUANDO O JORNALISTA APRESENTA UMA EVIDÊNCIA (DE QUE RECURSOS DA COTA DO BB NA VISANET FORAM PARAR EM CONTAS DE VALÉRIO), LULA DESCONVERSA E DECLARA: "VAMOS AGUARDAR O JULGAMENTO". O MAIS IMPORTANTE, PORÉM, VEM NO FINAL DA FRASE, EM QUE LULA TENTA VENDER A TESE, FURADA, DE QUE NÃO HOUVE MENSALÃO PORQUE ISSO NÃO SERIA NECESSÁRIO PARA QUE LUIZINHO VOTASSE COM O GOVERNO. POR QUE LULA SE ESQUECE DOS MILHÕES QUE FORAM MOVIMENTADOS PELO MENSALÃO E SE PEGA NOS 20 MIL DE LUIZINHO? É SIMPLES, PORQUE ELE QUER "LAVAR" O MENSALÃO (CAIXA 3) DIZENDO QUE NÃO PASSOU DE CAIXA 2 DE CAMPANHA, COMO VEREMOS NA PRÓXIMA RESPOSTA.

FOLHA - Pode ter sido um financiamento ilegal.
LULA - Se houve financiamento ilegal é outra história. É um crime eleitoral, que a pessoa tem de pagar por ele.

AH! ESTÁ AQUI. TUDO NÃO PASSOU DE UM CRIME MENOR (UM ‘ERRO’ MENOR, NO CÓDIGO LULISTA): FINANCIAMENTO ILEGAL DE CAMPANHA (AQUELA TESE DO CONSIGLIERI BASTOS, QUE SALVOU LULA EM 2005).

FOLHA - Quando o sr. chama o ex-tesoureiro do PT de "nosso Delúbio" e os "aloprados" de "meninos", isso soa condescendente com os crimes que foram cometidos. Essa cordialidade excessiva não é imprópria para um presidente e não estimula novos episódios semelhantes ao dossiegate e ao mensalão?
LULA - É engraçado que o dossiegate acabou. A Justiça fez um julgamento e matou o assunto.

LULA, MAIS UMA VEZ, FOGE ESPERTAMENTE DA PERGUNTA. AGARRA-SE AO DOSSIEGATE PARA TENTAR PASSAR A IDÉIA DE QUE FOI UMA FALSA ACUSAÇÃO, UMA MENTIRA: TANTO QUE "ACABOU", TANTO QUE "A JUSTIÇA FEZ UM JULGAMENTO E MATOU O ASSUNTO" (?) DANDO A ENTENDER QUE O MESMO OCORRERÁ COM O MENSALÃO.

FOLHA - Até hoje não se conhece a origem do dinheiro.
LULA - Até hoje não se conhece a origem da divulgação das fotos [do dinheiro usado por petistas para comprar um dossiê contra tucanos e que foi publicada pela imprensa e usada pela campanha do então adversário, o tucano Geraldo Alckmin].

AQUI A DESFAÇATEZ É ESCANDALOSA, SOBRETUDO VINDO DA PARTE DO MAIS IMPORTANTE MANDATÁRIO DO PAÍS. O PROBLEMA, SEGUNDO O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, NÃO SERIA A ORIGEM DO DINHEIRO E SIM A ORIGEM DA DIVULGAÇÃO DAS FOTOS. ELE QUER DAR A ENTENDER (OU DEIXAR NO AR A IDÉIA DE) QUE AS FOTOS SÃO FALSAS, TERIAM SIDO FORJADAS?

FOLHA - Sabe-se que foi um delegado federal que passou as fotos para a imprensa.
LULA - Esse país é regido por instituições democráticas. Se se parte do pressuposto de que um cidadão qualquer pode fazer as afirmações que entende sobre alguém, e por mais que esse acusado prove que não tenha cometido crime, as pessoas não acreditam, vamos colocando a democracia em questão.

SEGUNDO LULA, O QUE COLOCA A DEMOCRACIA EM QUESTÃO NÃO É O ATENTADO COMETIDO PELOS QUE FORJARAM O FALSO DOSSIÊ E SIM O TRABALHO DAQUELES QUE REVELARAM O CRIME À OPINIÃO PÚBLICA.

FOLHA - Preocupa o sr. a inversão do ônus da prova?
LULA - É lógico. Vou te contar um episódio que não precisa publicar. Lembro-me quando a Folha publicou uma matéria que eu tinha vendido um carro superfaturado. Liguei para o velho Frias [Octavio Frias de Oliveira, publisher da Folha morto neste ano] e disse que era uma mentira. A matéria saiu. No domingo, leio o jornal e tem no caderno de carro um igual ao meu com o mesmo valor de mercado. Abri um processo. Ganhei. Foi pouco. Demorou uns dez anos para ganhar. O que acho é que quem acusa precisa provar. Senão fica muito difícil.

LULA QUER DAR A ENTENDER QUE AS ACUSAÇÕES CONTRA OS SEUS ALOPRADOS SÃO FALSAS, ASSIM COMO FOI FALSA A ACUSAÇÃO DA MATÉRIA DA FOLHA SOBRE A VENDA DE UM CARRO SUPERFATURADO...

FOLHA - O sr. se queixou em reunião ministerial de a imprensa ter divulgado que a Telemar investiu R$ 10 milhões numa pequena empresa da qual o seu filho Fábio é sócio. Considerou intromissão indevida na esfera privada. Quando uma concessionária de um serviço público faz um negócio desse tipo, o presidente não deveria se explicar?
LULA - A acusação era de que era uma concessão pública. Na verdade, é uma empresa privada que pode tomar dinheiro emprestado em qualquer banco, como tomou do BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social]. O fundo de pensão que tem parte da empresa não participa da administração.

LULA DISTORCE OS FATOS. COMO SE O INVESTIMENTO DO BNDES FOSSE A MESMA COISA QUE UM EMPRÉSTIMO PRIVADO. E COMO SE OS FUNDOS DE PENSÃO NÃO FIZESSEM PARTE DO ESQUEMA DE PODER QUE ESTÁ SENDO MONTADO NO PAÍS.

FOLHA - Não acha que a empresa fez isso interessada em melhorar sua relação com o governo e obter favorecimentos?
LULA - Não.
FOLHA - Não crê que seja um direito da opinião pública saber se o seu filho foi favorecido num negócio com uma concessionária de serviço público? Isso o incomodou na época?
LULA - Não me incomodou e não incomodou o meu filho. Tenho consciência das coisas que foram feitas e da disputa que foi feita. Ganhou a Telemar, mas quem queria pagar era a Brasil Telecom. Foi um negócio legítimo e normal. Os detratores do meu filho poderiam fazer a investigação e fazer a denúncia. Se ele cometeu algum erro, será julgado tanto quanto qualquer um dos 190 milhões de brasileiros que venha a cometer um erro.

RESPOSTA MENTIROSA. A REVELAÇÃO DESSE NEGÓCIO ILEGÍTIMO E ANORMAL DO SEU FILHO (E ELE SABE DISSO, RAZÃO PELA QUAL TEM QUE AFIRMAR QUE SE TRATOU DE "UM NEGÓCIO LEGÍTIMO E NORMAL", QUE ACONTECE FREQUENTEMENTE COM PESSOAS FORMADAS EM BIOLOGIA OU BOTÂNICA E COM EXPERIÊNCIA DE TRABALHO COMO GUIAS DE JARDIM ZOOLÓGICO OU BOTÂNICO) FOI O FATO QUE MAIS O INCOMODOU, MAIS ATÉ DO QUE AS REVELAÇÕES DA EXISTÊNCIA DO MENSALÃO E DO GOLPE DOS SEUS ALOPRADOS. NOVAMENTE AQUI O CONCEITO LULISTA DE "ERRO" APARECE PARA DESQUALIFICAR UM CRIME OU IRREGULARIDADE COMETIDA PELOS SEUS.

FOLHA - O sr. concorda com a revisão dos critérios de concessão de TV no Brasil? Encampará idéias do PT? Fará um marco regulatório?
LULA - Nesse negócio das concessões de TV, o governo tem de renovar as concessões a cada 15 anos. Quem encaminha as concessões ao Congresso é o Ministério das Comunicações.
Há uma revolução tecnológica na área que é preciso um robô para acompanhar os avanços cotidianos. Tenho ponderado ao ministro das Comunicações que é preciso que a gente comece a analisar se todas as concessões estão cumprindo aquilo que se comprometeram a cumprir. Se tiver cumprindo, ótimo, vai para o Congresso. Se não tiver, temos de chamar aqui para cumprir. Não tem trauma.

TRATA-SE DE UMA AMEAÇA VELADA AOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO. QUANDO LULA DIZ "SE TIVER CUMPRINDO, ÓTIMO, VAI PARA O CONGRESSO. SE NÃO TIVER, TEMOS DE CHAMAR AQUI PARA CUMPRIR. NÃO TEM TRAUMA", ELE ESTÁ, NA VERDADE, QUERENDO DIZER O SEGUINTE: "CUIDADO, PESSOAL! SE VOCÊS ESTIVEREM PESANDO A MÃO CONTRA O GOVERNO, VAI TER TROCO (OU TRAUMA)!".

FOLHA - No primeiro mandato, o sr. tomou uma decisão dura, o ajuste fiscal, que foi a base do bom momento econômico de hoje. No segundo mandato, há um aumento do gasto público. Não está deixando uma bomba-relógio ao sucessor?
LULA - Não. Quero contribuir com o Brasil desmistificando essa coisa do gasto público e do investimento público. A máquina pública precisa funcionar: se não funcionar, as coisas não andam. E aí sim haverá um gasto público de não fazer as coisas que tem de fazer no tempo que tem de fazer. Quanto custou para o Brasil não fazer a reforma agrária no período em que todos os países fizeram? Quanto custou não alfabetizar o povo na década de 50? O custo foi infinitamente mais caro do que se as coisas tivessem sido feitas no tempo certo.

AS RESPOSTAS DE LULA, ALÉM DE FALSIFICAREM A HISTÓRIA, CRITICANDO OS PRESIDENTES ANTERIORES SEM LEVAR EM CONSIDERAÇÃO A CONJUNTURA INTERNACIONAL EM QUE GOVERNARAM, COMO SE ESTIVESSEM, COMO ELE, GOVERNANDO A FAVOR DOS BONS VENTOS DA ECONOMIA MUNDIAL, PASSAM A IDÉIA DE QUE É O ESTADO – E NÃO A SOCIEDADE – O GRANDE RESPONSÁVEL PELO DESENVOLVIMENTO. DAÍ A "JUSTIFICATIVA" DO INCHAMENTO DO ESTADO QUE ELE ESTÁ PROMOVENDO.

FOLHA - Na campanha, o sr. criticou a privatização. Na terça, privatizou estradas. É uma contradição?
LULA - Há diferença no que fizemos agora do que foi anteriormente. Nunca falei privatização de estrada. Não sou tão culto, mas aprendi a diferença entre privatização e concessão. Espero que esse leilão [para concessão de estradas] sirva de lição ao Brasil. Abrimos mão da outorga porque o objetivo da concessão era que a iniciativa privada administrasse aquela estrada, pudesse fazer os investimentos necessários, e o usuário pudesse ganhar o máximo possível. Não era para o Estado ganhar dinheiro. A participação dos espanhóis [levaram 6 das 7 concessões] é o resultado da imagem que eles têm do Brasil. A minha tese é que o Brasil se encontrou consigo mesmo. Tem algumas pessoas que ainda não querem crer, mas essa é a verdade.
FOLHA - As concessões anteriores não foram bem-feitas?
LULA - Não vou fazer julgamento. O dado concreto é que os pedágios são muito caros. A lógica diz que, quanto mais tráfego tiver, mais barato deve ser o pedágio. Como vai ficar agora a Fernão Dias a R$ 0,90 e a Dutra a R$ 7? Só espero que o povo sinta a diferença.

NOVAMENTE AQUI LULA DIZ "NÃO VOU FAZER JULGAMENTO" COMO SENHA PARA FAZER UM JULGAMENTO. MAS O SEU JULGAMENTO É BASEADO EM MISTIFICAÇÃO PURA E SIMPLES. A CONCESSÃO NO CASO DAS ESTRADAS É UMA PRIVATIZAÇÃO. E ESSA HISTÓRIA DE DIZER QUE A PRIVATIZAÇÃO NÃO TEM COMO OBJETIVO O ESTADO GANHAR DINHEIRO, SIGNIFICA O QUÊ? QUE ELE DEVE PERDER DINHEIRO, TER PREJUÍZO? ALÉM DE PASSAR A IDÉIA DE QUE O ESTADO NÃO PRECISA DE DINHEIRO (NO CASO DAS PRIVATIZAÇÕES ANTERIORES, O DINHEIRO ARRECADADO COM A COBRANÇA DE OUTORGA ERA PARA INVESTIR EM OUTRAS ESTRADAS), LULA DEIXA NO AR A IDÉIA DE QUE ESSE DINHEIRO AUFERIDO COM AS PRIVATIZAÇÕES EM ADMINISTRAÇÕES ANTERIORES, TERIA SIDO MAL USADO OU, QUEM SABE, DESVIADO (JÁ QUE O ESTADO NÃO PRECISA DE DINHEIRO).

FOLHA - O sr. disse que não vai estudar no exterior quando deixar o governo, mas o que planeja fazer? Tem medo da "depressão pós-poder"? Do que sentirá mais falta?
LULA - Sou um homem vacinado. Sei ao longo da história da dificuldade de as pessoas viverem sem corte depois de passarem tanto tempo com corte. Por conta disso muita gente erra na política, cai em depressão. Muita gente não se dá conta de que acabou o mandato, acabou.
Tem de fazer outra coisa. Pretendo viver minha vidinha tranqüila. Pretendo voltar no sábado e domingo para o meu terreninho, lá em São Bernardo do Campo. Fazer o meu feijãozinho, meu coelhinho na panela de ferro, fumar um cigarrinho de corda, sentado perto do fogão de lenha. Obviamente vou continuar tendo atividade política. Mas nada de cargo nem como dirigente do PT.

TUDO FALSO COMO UMA NOTA DE 17 REAIS. LULA ESTÁ, MAIS UMA VEZ, MENTINDO PARA SI MESMO PARA CONSEGUIR MENTIR PARA A NAÇÃO (FAZ PARTE DO MECANISMO PSICOLÓGICO DO PRESIDENTE TENTAR ACREDITAR NAS MENTIRAS QUE PROFERE). ELE QUER FUMAR SIM, BEBER (MUITO) E COMER (BASTANTE), MAS SEM PERDER O PODER. DEPOIS QUE ASCENDEU COMO GRANDE LIDERANÇA DE MASSAS, LULA SEMPRE CAI EM DEPRESSÃO QUANDO ESTÁ FORA DO CENTRO DAS ATENÇÕES. E EMBORA NUNCA MAIS TENHA TRABALHADO (EM QUALQUER TRABALHO PRODUTIVO, MANUAL OU INTELECTUAL) NUNCA MAIS DISPENSOU UM ENTOURAGE, UMA CORTE.

FOLHA - O sr. sempre tomou cachaça, chope. Por que no episódio Larry Rohter o sr. reagiu tão duramente?
LULA - Incomoda a mentira, a desfaçatez. Duvido que tenha um jornalista no Brasil que tenha me visto bêbado. Duvido que tenha um companheiro do PT que tenha me visto bêbado.
Duvido que tenha um militante do movimento sindical que tenha me visto bêbado. Digo para todo mundo ouvir. A última vez em que bebi mesmo foi quando o Brasil perdeu para a Holanda de 2 a 0 na Copa do Mundo de 1974. Foi a primeira vez em que vi TV a cores. A gente tinha fechado o sindicato para comemorar a vitória do Brasil. O Brasil perdeu, e a gente bebeu de tristeza. Tinha casado com a Marisa fazia um mês e cheguei em casa travado. Depois disso, não mais. Fiquei puto porque, como pode um cidadão que nunca conversou comigo, que nunca tomou um copo de cerveja comigo, que nunca tomou um copo d'água comigo, fazer uma matéria de que eu bebia. Isso me deixou muito puto.
Tem um companheiro no bar e está vendo eu tomar dois uísques, escreva que tomei dois uísques. Se as pessoas me perguntarem se bebo, falo. Bebo, gosto de tomar um uisquizinho.
Não gosto de cerveja. Não gosto muito de vinho. Eu estou falando sobre 32 anos. Duvido que alguém tenha me visto bêbado desde 1974. O episódio me deixou chateado. Uma matéria gratuita e que fazia parte da tentativa de pessoas que queriam construir uma imagem negativa do Lula. Aliás, passaram grande parte do primeiro mandato tentando fazer isso.

TUDO FALSO COMO UMA NOTA DE 13 REAIS. LULA SEMPRE BEBEU E GOSTA DE BEBER, INICIALMENTE CONHAQUE (A BEBIDA DOS SINDICALISTAS), CERVEJA (TALVEZ MENOS), PINGA (COM CERTEZA) E, DEPOIS, UÍSQUE (MUITO). O JORNALISTA NÃO PERGUNTOU SE ELE FICA BÊBADO DE CAIR NO CHÃO E SIM SE ELE BEBE SISTEMATICAMENTE. SIM, ELE SEMPRE BEBEU MAIS DO QUE SOCIALMENTE. NÃO ABANDONOU O VÍCIO EM 1974. DURANTE PELO MENOS VINTE ANOS DEPOIS DESSA DATA FEZ VÁRIOS ESFORÇOS PARA CONTROLAR A BEBIDA, INCLUSIVE COMO PARTE DE REGIMES PARA EMAGRECER – O QUE É ATÉ MERITÓRIO. QUEM CONHECE LULA SABE DISSO.

E DAÍ? EU TAMBÉM GOSTO DE BEBER E SE A SAÚDE ME PERMITISSE, BEBERIA MUITO (MAIS DO QUE SOCIALMENTE). O PROBLEMA NÃO ESTÁ AÍ, NO BEBER SISTEMATICAMENTE, MAS NO MENTIR SISTEMATICAMENTE, NO USAR A MENTIRA COMO MÉTODO DE MANIPULAÇÃO.

Publicado em 16/10/2007

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