O Estado de S. Paulo |
3/10/2007 |
Depois de virar alvo de chacota em novela de televisão, o presidente do Senado, Renan Calheiros, assumiu o deboche como estratégia de atuação. Apontou o uso do caso na dramaturgia que eletriza tantos todos os dias como “prova” de que seus processos não passam de obras de ficção e mandou sua tropa anarquizar de vez com o Conselho de Ética, grafado em maiúscula não por merecimento, mas por resistência a corroborar a desmoralização em que Calheiros arrasta consigo o Senado. A “decisão” do presidente Leomar Quintanilha de entregar a relatoria dos dois processos mais importantes - um acusa Calheiros de recolher propinas em ministérios e o outro o aponta como parceiro em sociedade fraudulenta com o usineiro e personagem de inquéritos por assassinato João Lyra - ao histriônico Almeida Lima foi recebida como provocação. Valentes, os ofendidos apresentaram requerimentos à Mesa contra a unificação de dois processos. Quintanilha incontinenti recuou e, um mês depois de ficarem sem se reunir, os conselheiros resolveram ficar mais 30 dias parados até a conclusão do exame de representações que estão em poder do conselho desde agosto a mais antiga e há duas semanas a mais recente. Uma derrota para Calheiros? Há quem queira fazer valer a tese. Mas não é possível comprá-la porque nada disso tem importância crucial e as coisas estão caminhando no ritmo mais interessante a ele, que controla a presidência do conselho, tem um relator na sua tropa de choque, tem outro, o petista João Pedro, que em 40 dias não produziu um único dado no processo da Schincariol a não ser a defesa do próprio Calheiros, conta com o silêncio do corregedor Romeu Tuma quanto às informações colhidas há mais de um mês em Alagoas e, mais importante, continua presidente. Com plenos poderes, inclusive de convocar 2 sessões de homenagem (ao idoso e ao Paraná ) em plenário para impedir a transmissão da reunião do conselho pela TV Senado. E presidente ele continuará com toda segurança no mínimo até o próximo julgamento em plenário, na melhor das hipóteses no mês de novembro. Com sessão aberta, mas com voto secreto. Sim, porque há duas emendas constitucionais sobre o tema, mas uma dorme na Câmara e outra obedece aos lentos trâmites no Senado. Quando, e se, Renan Calheiros vier a ser punido, será tarde para a instituição notar que o preservou de um final ruim e mergulhou num horror sem fim. Há muito está bastante claro que o presidente da Casa não tem nada a perder, não dispõe de nome a zelar nem de reputação a preservar. Os senadores, salvo a meia dúzia de sempre, demoraram a se dar conta disso. Muitos ainda não perceberam que derretem junto. Foram levando as coisas na maciota, na toada da preservação da civilidade interna e estão agora em dívida impagável com a sociedade. Nem no regime autoritário era tão periclitante a condição do Poder Legislativo. Na época, ao menos o Parlamento era, como instituição, uma vítima da ditadura. Lá dentro, seus integrantes dividiam-se entre perseguidos, inúteis e colaboracionistas, mas estavam fragilizados por conta da supremacia da força. Hoje não. Estão no chão por algo bem pior: o escárnio construído com suas próprias mãos em conluio com um Poder Executivo cujo chefe jamais escondeu seu desprezo pelo Legislativo onde, segundo ele, dava expediente uma maioria de “picaretas”. Não havendo no Senado quem dê um basta, a Casa, que no primeiro mandato de Lula serviu de contraponto aos vexames protagonizados pela Câmara, alia-se à vizinha no processo de desmantelo moral do Poder Legislativo. Como nunca antes neste país. Caçador O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho, já conseguiu atrair o tucano Eduardo Paes para o PMDB com a promessa da candidatura a prefeito em 2008. Um dos mais aguerridos combatentes da oposição na CPI dos Correios, Paes - ex-secretário-geral do PSDB - passa, assim, a integrar a base de apoio a Lula. Quanto a Cabral, sonha com caça mais robusta: o governador de Minas, Aécio Neves, na sala de visitas de quem desembarcou no Palácio das Mangabeiras, antes mesmo de tomar posse, anunciando a quem quisesse ouvir: “Estou aqui para convencê-lo a ser candidato a presidente pelo PMDB.” Direito autoral A decisão do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, de abolir o uso do gerúndio não é inédita. Em 2006, o então prefeito de São Paulo, José Serra, proibiu a fala e a escrita na base do “vou estar providenciando” na prefeitura. Assessoria A Fundação Padre Anchieta, administradora da TV Cultura, está distribuindo por e-mail fotos do ministro da Defesa, Nelson Jobim, no programa Roda Viva de segunda-feira. Não fica claro se é uma novidade que vale para todos os entrevistados ou se foi um privilégio só do ministro. |
Entrevista:O Estado inteligente
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quarta-feira, outubro 03, 2007
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