O Estado de S. Paulo |
17/10/2007 |
Ontem, as cotações do petróleo em Nova York ultrapassaram os US$ 88 por barril de 159 litros (fecharam a US$ 87,61) e, assim, bateram novamente o recorde histórico em direção aos US$ 100. Desta vez, o pretexto é a ameaça de invasão do norte do Iraque pela Turquia para neutralizar os ataques dos curdos, num momento em que os estoques estavam baixos porque a ameaça iminente de ocorrência de furacões no Golfo do México, grande zona produtora, parecia dissipada. O motivo real dessa estocada, já sabemos, é a forte expansão mundial da procura, acima dos 2% ao ano, graças ao impressionante crescimento da produção asiática, especialmente da China. Nesse ambiente determinado pela escassez, qualquer ruído é motivo para alta das cotações. Ontem, em conferência em fórum sobre bioenergia no BNDES, o presidente da Petrobrás, Sérgio Gabrielli, advertiu que não há retorno aos tempos do petróleo a preços baixos. Nada menos que 30% das reservas internacionais, argumentou, estão em áreas geopolíticas de alto risco, onde uma tensão qualquer pode paralisar na hora a produção. Essa nova disparada dos preços chega às vésperas da virada sazonal do mercado, quando o Hemisfério Norte prepara seus estoques de derivados para enfrentar o inverno e as necessidades de aquecimento. Até agora, a economia mundial vinha absorvendo mais facilmente do que tantos previam o aumento de preços da energia, sem impacto relevante sobre a inflação dos países ricos. Isso parece indicar que o aumento da produtividade global continua compensando o aumento de custos da energia. Nos últimos dois meses, os bancos centrais irrigaram os mercados com dinheiro farto para combater os efeitos da turbulência que se abateu sobre a economia. Se essa disparada dos preços persistir, serão obrigados a voltar a atacar a inflação, como ontem advertiu Ben Bernanke, o presidente do Federal Reserve, o banco central americano. Da Ásia vêm notícias que tendem a agravar ainda mais o abastecimento de petróleo. Grandes montadoras de veículos da Índia e de países vizinhos, como Tata-Fiat, Hyundai, Maruti-Suzuki, Renault-Nissan, Skoda e Toyota, preparam a montagem do automóvel popular cujo custo (sem impostos) oscilará entre US$ 2,5 mil e US$ 3 mil. Os primeiros lançamentos acontecerão no ano que vem. Conforme noticia o New York Times, a consultoria AT Kearney prevê que, até 2020, apenas na Índia haverá 300 milhões de compradores para veículos que custarão em torno de US$ 3 mil. Tudo bem que o povo progrida e satisfaça seus sonhos de consumo. Mas isso terá seu preço em poluição e em congestionamentos de trânsito. Apenas para comparar, em São Paulo, o Departamento de Trânsito emplaca diariamente cerca de 500 veículos. Considerado o comprimento médio e mais um metro entre um e outro veículo, isso dá uma fila de 2,5 quilômetros. Mas o impacto maior do carro popular será no mercado de combustíveis. Por mais que Estados Unidos, Brasil, Europa e África se dediquem à produção de biocombustíveis, essa enorme frota de carros baratos vai queimar derivados e puxar para novos picos os preços do petróleo. |
Entrevista:O Estado inteligente
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quarta-feira, outubro 17, 2007
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