Entrevista:O Estado inteligente

sábado, julho 07, 2007

Cuidado: as hotpants não são para qualquer uma

Quem se arrisca?

Se você não é a Mulher Maravilha, pense
muito bem antes de usar um par de hotpants


Silvia Rogar

Todo mundo sabe que há coisas que os estilistas colocam na passarela só para criar um clima, peças que, por ser muito estranhas, muito ousadas ou muito caras, não vão jamais parar nas lojas. À primeira vista, foi esse o caso das chamadas hotpants, uma espécie de calcinha de cintura alta, que lembra muito a parte de baixo do célebre figurino da Mulher Maravilha. Versão abreviada do short, peça que hoje freqüenta praia, festas e escritórios no corpo das mais ousadas e das menos críticas, as hotpants apareceram primeiro nas coleções das grifes estreladas: em outubro do ano passado, Prada, Dolce&Gabbana e, mais que todas, Chanel casaram a tal calcinha com vestidos curtíssimos, camisas e até casaquinhos de tweed. Tudo bem, ficou bonito na passarela, mas que mulher em sã consciência sairia por aí vestindo uma coisa dessas? Bem, primeiro aquelas acostumadas a fazer qualquer coisa para arrasar no tapete vermelho, como a inglesa Victoria Beckham, 33 anos, gordura zero, que no mês passado compareceu a uma entrega de prêmios vestindo hotpants Chanel, corpete, bolero, luvas e salto agulha. "As celebridades adotaram essa moda porque é uma excelente maneira de chamar atenção. A mensagem é direta: ficar sexy", resumiu a VEJA Becky Sunshine, editora de estilo da WGSN, a maior consultoria de tendências de moda e comportamento do mundo.

Sendo as brasileiras fãs assumidas de tudo que é justo e curto, os shorts-calcinha marcaram presença em várias das coleções nacionais – Sommer, Zigfreda, Mara Mac, Tereza Santos, Forum, Isabela Capeto, entre outras – desfiladas em junho, nas semanas de moda do Rio de Janeiro e de São Paulo, que começam a chegar às lojas em agosto. Você adivinha quem é que pode usar uma coisa dessas? "É preciso ser magra, ter pernas alongadas e bonitas. Mais: só dá para usar à noite", diz a estilista da Zigfreda, Katia Wille, que criou três modelos para ser vendidos sob encomenda, a preços entre 400 e 500 reais. Também a Forum, que apresentou hotpants nas cores preta e azul-marinho combinadas com cinto e frente-única, só planeja atender encomendas. Já a Sommer, da estilista Thaís Losso, garante que vai vender nas suas lojas, a 70 reais, o modelo da calcinha em várias cores, fazendo par com os microvestidos da marca. "Fica muito confortável e deve pegar", acredita Thaís. Deus tenha piedade de nós.

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