Editorial |
O Estado de S. Paulo |
27/7/2007 |
A economia brasileira ganha vigor, mas deve crescer menos que a economia mundial em 2007 e 2008, segundo a nova projeção do Fundo Monetário Internacional (FMI). A produção global deve aumentar 5,2% neste ano e outro tanto no próximo. A previsão anterior, divulgada em abril, era de 4,9% em cada um dos dois anos. As estimativas para o Brasil foram mantidas em 4,4% e 4,2%. Haverá maior dinamismo na Europa Ocidental, na Rússia, na África e, sobretudo, nas economias da Ásia, lideradas na expansão pela China e pela Índia. Os esforços prometidos por Pequim para conter o crescimento ainda não darão resultado. Segundo as novas projeções, o PIB chinês aumentará 11,2% em 2007 e 10,5% em 2008. Olhando apenas para o desempenho recente da economia nacional, os empresários brasileiros têm alguns motivos para otimismo. O crescimento da produção se consolida e a maior parte dos setores participa da nova onda de expansão, segundo a sondagem divulgada quinta-feira pela Confederação Nacional da Indústria. Dos 27 segmentos cobertos pela pesquisa, 21 indicaram aumento de atividade no segundo trimestre. Em 16 houve aumento do pessoal empregado. Não só executivos de grandes empresas, mas também de pequenas e médias mostraram algum otimismo quanto à evolução dos negócios. Dirigentes de 25 setores mencionaram a expectativa de maiores vendas nos próximos seis meses. Mas esse otimismo é cauteloso. De modo geral, os dirigentes prevêem maiores vendas no mercado interno, mas projetam menor dinamismo e até redução das vendas ao exterior. Essa cautela se explica, em parte, pelo câmbio valorizado, prejudicial ao poder de competir das empresas brasileiras. Mas, quando se pergunta quais são os principais problemas do setor industrial, a maior parte dos consultados aponta a carga tributária. O excesso de impostos e contribuições foi indicado como a dificuldade número um por 75,4% dos dirigentes das pequenas indústrias, 69,2% dos executivos da médias e 67,8% dos administradores das grandes. A competição foi mencionada como segundo maior problema no caso das pequenas e médias e como terceiro, quando se tratou das grandes indústrias. No caso destas, o câmbio foi selecionado como obstáculo número dois. Esse destaque é facilmente compreensível, pois a exportação continua a ser realizada principalmente pelas grandes indústrias. Os setores mais pessimistas quanto ao comércio exterior são aqueles com maior emprego de mão-de-obra e maior uso de matérias-primas nacionais. Nas condições atuais da economia brasileira, a separação entre problemas de rentabilidade e de competitividade é um tanto artificial. Ainda há muito espaço para abertura do mercado nacional, mas, apesar disso, é difícil encontrar setores imunes à influência da competição externa. As condições da concorrência internacional são relevantes não só para indústrias exportadoras, mas também para aquelas voltadas somente, ou de forma quase exclusiva, para o mercado interno. Todas são afetadas de alguma forma pelo câmbio e, mais que isso, todas são prejudicadas pelo peso da tributação quando têm de enfrentar, fora ou dentro do Brasil, produtores de outros países. Curiosamente, deficiências da infra-estrutura não aparecem na lista dos 13 principais problemas. Mas seriam citadas, com certeza, se os consultados tivessem de explicitar os componentes de um dos obstáculos mais importantes, a “competição acirrada de mercado”. Câmbio e impostos são fatores muito visíveis, mas problemas de logística têm peso cada vez maior na formação dos custos. Sua relevância torna-se muito clara quando se comparam os investimentos em estradas, portos e energia realizados no Brasil e aqueles observados nas economias mais dinâmicas. Segundo o FMI, o comércio internacional de bens e serviços deve crescer 7,1% em 2007 e 7,4% em 2008. A demanda internacional, portanto, continuará favorecendo a expansão da economia brasileira, embora os preços dos produtos básicos, excluídos os combustíveis, devam diminuir 7,8% no próximo ano. Ninguém sabe até quando se manterá o cenário benigno. É preciso aproveitar o momento para avançar nas reformas.
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Entrevista:O Estado inteligente
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