Entrevista:O Estado inteligente

sábado, abril 14, 2007

VEJA Carta ao leitor


Não é para inglês ver

Montagem sobre foto
de Edison Russo

Moeda forte: confiança


A revista The Economist lançou nesta semana sua tradicional reportagem de fundo sobre a economia brasileira. Os analistas da publicação inglesa constatam o que todos sabemos – o Brasil vai bem, mas poderia ir bem melhor e mais rápido se fizesse as reformas de contenção de gastos do estado, cobrasse menos impostos e retirasse os entraves burocráticos e legais que impedem o integral desenvolvimento das forças produtivas do país. O tom geral da análise é de reafirmação da potencialidade do Brasil (o que não é propriamente novidade) e de franco entusiasmo com as conquistas do país na consolidação da democracia e da estabilidade econômica. Nesse campo, The Economist coloca o Brasil à frente de seus concorrentes diretos no já famoso Bric, a sigla que define o grupo de potências emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia e China.

Uma reportagem especial da presente edição de VEJA mostra que os sinais positivos emitidos pela economia e pela sociedade brasileiras não são apenas para inglês ver. São avanços reais e verificáveis. A estabilidade tornou-se um patrimônio da sociedade, e isso é amplamente percebido e valorizado. O Brasil tornou-se confiável. Internamente, como mostra a reportagem de VEJA, os brasileiros desfrutam um ambiente econômico menos volátil, com maior distribuição da renda e maior acesso ao crédito. Externamente, o resultado é que os parceiros comerciais estrangeiros transacionam com as empresas brasileiras em bases de confiança mútua elevadas, o que diminui os custos de transação e incentiva novos negócios.

O Brasil tem pela primeira vez percepção de risco menor do que a dos demais países emergentes, solucionou o problema da dívida externa e está conseguindo renegociar parte significativa da dívida interna vendendo títulos do Tesouro com vencimento de longo prazo – de até 45 anos. Para quem sempre foi visto como o país do futuro, é bom saber que ele está mais perto. O que não significa que não haja muito por fazer.

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