Ex-presidente repudia acenos para abrir conversa com a oposição e afirma que seu sucessor o ataca à toa
Wilson Tosta
Com acusações duras ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso repudiou ontem os acenos do governo pela abertura de um diálogo direto com os partidos de oposição em torno de projetos de interesse do País, afirmando sentir no gesto “cheiro de cooptação”. “Como é que você vai dialogar, se o presidente todo dia me ataca? À toa? Sem mais nem menos? Então Lula não quer diálogo nenhum, quer tirar proveito”, atacou FHC.
O ex-presidente afirmou que sempre é favorável a dialogar, mas indicou o Congresso, e não o Palácio do Planalto, como cenário apropriado para uma conversa entre os partidos. Além disso, FHC disse que o processo tem que ter “base objetiva”, algo concreto a ser negociado. “Qualquer presidente tem que dialogar sempre, a forma é que é o problema”, afirmou. “Dialoga no Congresso... Dialogar para quê? É sobre a criminalidade, vamos unir forças para combater o crime? Ah, vamos unir forças. O Congresso está permanentemente acertando projetos.”
Na sua opinião, naturalmente um partido que está na oposição tem que discutir propostas com outros partidos, mas no Congresso. “Senão, tem um certo cheiro de cooptação, de chamar para amortecer. E aí eu não gosto.” FHC deu entrevista após encerrar o seminário “A reinvenção do futuro das grandes metrópoles e a nova agenda de desenvolvimento econômico e social da América Latina”, na sede da Associação Comercial do Rio.
RESPOSTA
Ele também comentou o assunto em entrevista à Rádio Gaúcha, ao ser lembrado que Lula voltou a comparar os dois governos na terça-feira, quando disse aos prefeitos da Marcha a Brasília que o País poderia estar mais desenvolvido se seu antecessor tivesse feito a metade do que fez o atual governo. Fernando Henrique rebateu que há coisas acontecendo hoje que foram plantadas “lá atrás”, algumas antes mesmo de sua gestão, iniciada em 1995. “Se Lula lembrasse o que o partido dele me atrapalhou para tentar endireitar o Brasil, faria um mea culpa e diria ‘olha, poderíamos ter avançado muito mais se o PT não tivesse atrapalhado tanto’.”
FHC avaliou que a popularidade de Lula se explica mais por aspectos sociológicos do que políticos. “A economia vai bem em todo o mundo. A população não presta atenção no dia-a-dia, só fica verificando que a vida vai melhor.” Ele disse que sua popularidade também era alta em circunstâncias semelhantes e caiu nas crises financeiras internacionais.
Na entrevista, FHC também reclamou do PSDB. Para ele, a derrota do ex-governador Geraldo Alckmin na eleição presidencial foi culpa do próprio partido. “Não houve uma proposta nítida que dissesse que nós somos diferentes, defendemos isso e isso, queremos tais coisas”, avaliou. “Nem a privatização fomos capazes de defender. Privatizamos o que precisava ser privatizado, foi um êxito e nós não dissemos isso. A culpa é muito mais nossa do que da população.”
Colaborou Elder Ogliar
Entrevista:O Estado inteligente
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