Coisas da Política - Villas-Bôas Corrêa |
Jornal do Brasil |
12/4/2007 |
Inútil catar os piolhos da contradição ou atirar pedras na janela da incoerência para desqualificar os límpidos recados que os índices da pesquisa CNT/Sensus endereçam aos jubilosos arraiais governistas e à perplexidade da oposição, aturdida com o soco no estômago de derrubar pugilista. Basta botar a cuca pra funcionar que as evidências saltam com a limpidez de obviedades. O maior presidente da História deste país vem sustentando folgado apoio majoritário em todas as provas a que se tem submetido, dos testes das urnas à bisbilhotice dos institutos de pesquisas. Os três insucessos como candidato natural do PT à Presidência da República, as derrotas para Fernando Collor de Mello e em dose dupla para Fernando Henrique Cardoso cunharam a imagem do líder popular, forjado no florescente movimento sindicalista e que estava pronto para a vitória e o bis do segundo mandato. Em processo simultâneo, com sinal trocado, a oposição dissolveu-se, lentamente, como sabonete esquecido na banheira e, nos arranques de desespero de suicida desde que Lula chegou ao Palácio do Planalto. Sei que é fácil deitar regras distante do fogaréu. Mas as derrotas pouco ou nada ensinaram ao bolo solado dos oposicionistas. E acredito que não será fácil a humildade dos murros da expiação na caixa do peito. Os 63,7% de aprovação do desempenho do presidente Lula, contra os esquálidos 28,2% de desaprovação, quicam no campo de grama seca como bola murcha do aturdimento. A lógica da miopia enxerga o sombreado dos erros, omissões, escândalos do caixa 2, da compra e venda de aliados no mercado do mensalão; da malha rodoviária esburacada a denunciar as mutretas do patusco corre-corre da operação tapa-buraco; da insegurança que se espalha como praga por todo o país e, ainda agora, o apagão aéreo raspa no risco de crise militar. A lista pode engrossar com centenas de verbetes. É preciso humildade para a análise dos próprios erros e o reconhecimento da esperteza marota do adversário. Se a oposição mirar-se no espelho, verá que envelheceu. O erro mais gritante é a insistência em sustentar o debate político no cerrado ideológico do gasto confronto de direita contra esquerda. Lula jamais foi de esquerda ou sequer socialista. Muito menos o povão que nele vota pelas evidentes razões que os identificam. Votam no retirante nordestino, no filho de dona Lindu que, abandonada pelo marido, Aristides, mudou-se com a filharada para São Paulo, na aventura da viagem no pau-de-arara. Nos quase 60 anos de repórter político, nenhuma das campanhas nacionais que acompanhei foi decidida pelo confronto ideológico. Só o Partido Comunista tentou desfraldar a bandeira rubra com a foice e o martelo. Roupa velha do fundo do baú da memória. A oposição dissolveu-se. Com a baldeação do PMDB para o balaio lulista, em transação muito bem recompensada, os tucanos e o PFL de fatiota nova não têm fôlego para agüentar a parada. Falta quase tudo, sobram deficiências. A começar pelo líder que já deveria estar conversando com o distinto público, com o discurso objetivo e direto. Um desafio e tanto. Mas Lula não pode ser candidato ao terceiro mandato sem reforma da Constituição e o risco de tocar fogo no país. Mas com a cesta básica, carro-chefe dos programas assistenciais, e o carisma que passa incólume por toda a buraqueira do caminho, pode levar de carona o candidato que escolher quando quiser. Do PT ou da nova safra dos adesistas. Se a oposição não abrir os olhos vai morrer na praia, afogada com água pelas canelas. |
Entrevista:O Estado inteligente
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quinta-feira, abril 12, 2007
A oposição dissolveu-se
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