O programa do PFL na TV na noite de ontem deu novo tom à campanha
eleitoral. Abriu o fogo de artilharia em cima do presidente Lula.
O Pefelê sabe bater; na Pefelândia só tem cobra criada. Já o PSDB,
coitadinho dele, nunca soube. Quando bate, bate errado.
O PFL aceitou a incumbência de, pela primeira vez, focalizar o ataque
na pessoa de Lula. O PFL desentocou o presidente Lula.
É preciso compreender bem que, durante todo esse tempo, de mensalão,
Delúbio, Dirceu, Palocci, Marcos Valério, Okamoto, Silvio Pereira,
nunca ninguém tinha explicitamente chamado o presidente Lula para se
explicar.
Mas o PFL o fez. E fez ontem, no horário eleitoral na TV. Ataques
pessoais constituem arma das mais delicadas e perigosas de uma
campanha eleitoral. São faca de dois gumes.
Não são poucos os casos de ataques pessoais que provocaram efeito
bumerangue, ou seja, voltaram-se contra o atacante, prejudicando-o
mais do que à vítima.
A vitimização do adversário é conseqüência bastante comum, e muito
temida. Por isso, estrategistas de campanha hesitam em usar dossiês,
denúncias e outros artefatos do arsenal que pode ser mobilizado em
campanhas eleitorais.
No ataque pessoal, a dosagem é questão crucial. Uma denúncia bem
feita, uma suspeita bem lançada – em geral pela imprensa – podem ter
resultados devastadores.
Ataque pessoal não é coisa para amador. Ao contrário, é trabalho para
profissional altamente competente.
São inúmeros os exemplos de candidaturas abatidas em pleno vôo. Na
eleição presidencial de 2002, foi devastadora a visão de uma montanha
de dinheiro encontrada no escritório do marido da pré-candidata
Roseana Sarney.
Até hoje mal explicada, aquela dinheirama foi fatal para as
pretensões presidenciais de Roseana.
E até hoje, o senador José Sarney está convencido de que José Serra
estava por trás da denúncia contra sua filha.
Assim como também foi devastadora a revelação do “escândalo Míriam
Cordeiro”, quando, às vésperas da eleição de 1989, uma ex-namorada de
Lula veio à TV afirmar que ele tinha tentado convencê-la a fazer um
aborto.
A aparição da ex-namorada foi armada pelo adversário, pela turma de
Fernando Collor.
Mas o fato é que, no embate político atual, a carta do ataque ao
presidente Lula ainda não havia sido jogada na mesa.
Esta é a grande novidade. A carta existia, estava rolando por aí, mas
ninguém assumia a responsabilidade de jogá-la na mesa. Pois a
Pefelândia assumiu. Assumiu o quê?
As referências ao suposto fato de que o presidente Lula gosta de uma
bebida, as referências às relações comerciais e financeiras do filho
do presidente Lula com empresas concessionárias de serviço público,
as referências à cidadania estrangeira pedida e obtida pela mulher do
presidente Lula.
As referências à intimidade do presidente com José Dirceu, indiciado
pelo procurador-geral da República como chefe de quadrilha, as
referências à intimidade do presidente Lula com Antonio Palocci,
indiciado por arrecadação ilegal de recursos para o PT quando era
prefeito e, pior ainda, indiciado por comandar a violação do sigilo
bancário de um simples cidadão, o caseiro Francenildo.
Como vemos, razões concretas existem para sustentar o ataque.
Do ponto de vista estritamente eleitoral, como ninguém fez nada
semelhante até agora, a posição de ataque estava vaga.
O PFL entendeu que é eleitoralmente conveniente para seu interesse
enfrentar o presidente no quesito pessoal e chamá-lo ao ringue,
envolvê-lo numa disputa ética.
Afinal, como dizia o governador Mário Covas, eleição é, sim, uma
disputa de caráter. Mais do que qualquer coisa.
Enviada por: Ricardo Noblat
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