Entrevista:O Estado inteligente
- Índice atual:www.indicedeartigosetc.blogspot.com.br/
- INDICE ANTERIOR a Setembro 28, 2008
quinta-feira, dezembro 25, 2008
CARLOS ALBERTO SARDENBERG 2009 começa mal e . . .
O Globo
2008 começou bem e terminou muito mal.
Já 2009 começa muito mal e...
Não dá para dizer que termina bem.
Talvez se possa dizer que termina melhor, porque há um amplo entendimento segundo o qual os piores movimentos da crise ocorrem neste momento e se prolongam até o primeiro semestre de 2009.
Muitos acham que ruim mesmo é agora e no próximo primeiro trimestre.
Não que melhore a partir de abril, mas talvez pare de piorar, o que, para as circunstâncias, já seria muito bom.
Admitamos, de todo modo, que isso tudo está muito abstrato. É preciso colocar números nessa história.
Por exemplo, se o desemprego aqui no Brasil vai de 7,5% para 8%, é ruim, mas melhor do que 9%.
Idem para os Estados Unidos. Os últimos números avaliados pela equipe econômica de Barack Obama dizem que a recessão, tal como vai, pode eliminar até três milhões de empregos, o que elevaria a taxa de desemprego dos atuais 6,7% para 9%, um espanto para os padrões americanos.
Por isso mesmo, o plano de Obama está cada vez maior. Ainda na campanha, o candidato anunciou sua disposição de lançar um programa de investimentos no valor de US$ 175 bilhões.
Na medida em que a percepção da situação foi piorando, o plano foi subindo.
Pelas últimas versões, já está em US$ 800 bilhões. E pode ser mais, porque sua equipe e a ampla maioria dos economistas entendem que, neste caso, é melhor errar para mais. Ou seja, os investimentos têm que ser grandes o suficiente para produzir efeito em uma economia de US$ 14 trilhões.
Por outro lado, não se trata apenas de gastar, mas de gastar bem. Os economistas de Obama estão à procura de projetos que gerem emprego mas que também melhorem a infra-estrutura e a produtividade da economia privada e dos serviços públicos. Não pode ser como no Japão, cujo governo, na longa recessão dos anos 90, fez um monte de estradas e pontes ligando nada a lugar nenhum. Isso porque esses gastos públicos acabaram atendendo às demandas dos senhores deputados (às emendas deles!).
Eis o ponto: não é fácil gastar bem US$ 800 bilhões. Por isso, pode-se garantir que o plano é uma boa tentativa, mas não que vai dar inteiramente certo. E de novo nos faltam os números.
Bons projetos reduzirão o desemprego, mas quantos bons planos serão postos em funcionamento? No entanto, não faltam números na praça. O presidente Lula e a ministra Dilma disseram que o país vai crescer 4% em 2009. Cobrados, coube à ministra explicar que se tratava de uma meta a ser buscada.
Mas se é meta, por que não colocar logo... bem, deixemos isso de lado.
Já o Banco Central, em seu Relatório de Inflação de dezembro, um magnífico documento de análise e projeções para a economia brasileira, tem que cravar número por dever de ofício.
No chamado "cenário de referência", o Brasil cresce 3,2% no próximo ano. É menos do que a meta da ministra, porém mais do que a previsão do mercado, ou seja, dos analistas de instituições financeiras, consultorias, departamentos econômicos de associações, faculdades de economia etc... Trata-se de mais de cento e tantos cenários que toda sexta-feira são enviados ao Banco Central, que os elabora e publica o resumo toda segunda de manhã, no seu site.
Por esse documento, o país cresce 2,4% em 2009. Às vezes, parece pouca diferença. Mas só parece. Estimase que a cada ponto percentual de crescimento da economia (do Produto Interno Bruto, PIB), são criados de 400 a 500 mil empregos.
Portanto, é uma discussão relevante, mas não se deve tomar todos esses números pelo seu valor de face. Melhor observar a tendência — e esta é clara. O Brasil vai crescer bem menos do que em 2008. Mesmo que se consiga a meta dos 4%, isso significará que a economia vai criar um milhão de empregos a menos, isso comparado com o ritmo de expansão do PIB até o terceiro trimestre de 2008.
O resumo da ópera: o mundo não vai nada bem, mas há uma incrível sequência de planos em preparação e de medidas dos bancos centrais, já em execução, para debelar a crise. Podem funcionar bem, mais ou menos ou não dar certo. Disso dependemos.
Mas que são bons planos, isso são.
Arquivo do blog
-
▼
2008
(5781)
-
▼
dezembro
(390)
- Clipping 31/12/2008
- ROBERTO DAMATTA - O último dia: o tempo em três te...
- CLÓVIS ROSSI O exílio de Eliot Ness
- Democracia em construção Fernando Rodrigues
- DITADURA EM DECLÍNIO EDITORIAL FOLHA DE S. PAULO
- A sucessão sem partidos Villas-Bôas Corrêa
- ACABOU EM PORTUGAL EDITORIAL FOLHA DE S. PAULO
- FALTA DESTRAVAR O INVESTIMENTO EDITORIAL O ESTADO ...
- Diplomas cubanos O Estado de S. Paulo EDITORIAL,
- Gigolô da ignorância alheia por Ricardo Noblat
- Só pode ser alienação (Giulio Sanmartini)
- Clipping 30/12/2008
- GUERRA EM GAZA PIORA E CHEIRA MAL , de Nahum Sirotsky
- Celso Ming Os pinotes do petróleo
- Governo quer arrombar o cofre Vinicius Torres Freire
- "Falta austeridade para enfrentar a crise" Rubens ...
- Os grandes desafios de 2009 Maria Cristina Pinotti...
- LUIZ CARLOS BRESSER-PEREIRA Socorrer quem?
- FERNANDO RODRIGUES Terceira via para 2010
- George Vidor É possível Publicado
- Dinheiro fácil O Estado de S. Paulo EDITORIAL,
- Ler é preciso Carlos Alberto Di Franco
- Pobres alunos, brancos e pobres... Sandra Cavalcanti
- Celso Ming Os jornais enfrentam o f...
- JOÃO UBALDO Admirável ano novo
- FERREIRA GULLAR Por falar em 1968
- DANUZA LEÃO Adeus, juventude
- VINICIUS TORRES FREIRE Os juros estão caindo e su...
- CLÓVIS ROSSI O horror e a ternura
- Defesa nacional Folha de S.Paulo EDITORIAL,
- Uma aventura cara O Estado de S. Paulo EDITORIAL,
- Cores de um retrato em preto-e-branco Gaudêncio T...
- Os desafios de 2009 Paulo Renato Souza
- Suely Caldas- Adeus ano velho - e o novo?
- A lógica que regerá 2009 Yoshiaki Nakano
- A economia Madoff Paul Krugman
- Gol contra Alberto Dines
- "Meu sonho é criar uma Nações Unidas Religiosa", d...
- Celso Ming Encolhimento do mundo rico
- Ruy Fabiano - A nova Guerra do Paraguai
- FERNANDO RODRIGUES Congresso humilhado
- Miriam Leitão Produto Obama
- UM ALERTA PARA AS CONTAS DO TESOURO EDITORIAL O ES...
- LEGALIZAÇÃO DE MORADIAS EDITORIAL O ESTADO DE S. P...
- O FUNDO NASCEU DESFIGURADO EDITORIAL O ESTADO DE S...
- MENOS INFLAÇÃO EDITORIAL O GLOBO
- MÉXICO EM GUERRA EDITORIAL O GLOBO
- ‘DESLOGANDO’ DO PREFEITO CESAR MAIA EDITORIAL JORN...
- Homenagem às Sumidades -Maria Helena Rubinato
- CELSO MING A crise como vantagem
- O bom humor natalino do presidente Villas-Bôas Corrêa
- Clipping 26/12/2008
- Pânicos infundados e desastres inesperados
- FERNANDO GABEIRA Quem diria, 2008
- MERCADO DE TRABALHO ENCOLHE EDITORIAL O ESTADO DE ...
- TRABALHO ESCRAVO EDITORIAL O ESTADO DE S. PAULO
- PIORA DA BALANÇA COMERCIAL EDITORIAL O ESTADO DE S...
- SÃO PAULO INVESTE MAIS EDITORIAL O ESTADO DE S. PAULO
- NO DEVIDO LUGAR EDITORIAL O GLOBO
- MIRIAM LEITÃO - Debate ocioso
- MERVAL PEREIRA - Crises cíclicas
- A vida sem bolhas Paul Krugman
- Só quem trabalha pode pagar o almoço José Nêumanne
- Lula continua surfando em marolas Rolf Kuntz
- Augusto Nunes O Brasil quer saber quem é essa gente
- Somos todos keynesianos MARTIN WOLF
- Mudança abrupta Folha de S.Paulo EDITORIAL,
- Bons negócios para Sarkozy O Estado de S. Paulo ED...
- MIRIAM LEITÃO - Times mistos
- DEMÉTRIO MAGNOLI O jogo dos reféns
- CARLOS ALBERTO SARDENBERG 2009 começa mal e . . .
- MERVAL PEREIRA - Dúvidas da crise
- NA ENCRUZILHADA ENTRE O CÉU E O INFERNO Nahum Siro...
- 11 vezes crise-Fernando Rodrigues,folha
- Clipping 24/12/2008
- Politicagem Merval Pereira
- CELSO MING Mais vitamina
- Míriam Leitão Natal secreto
- Dora Kramer A prova do retrovisor
- VEJA Carta ao Leitor
- MILLÔR
- Diogo Mainardi O ano da parábola
- Roberto Civita Sobre esquimós e larápios
- Eles não desistem
- Toyota breca na crise
- O coronel agora é dono do shopping
- Foco é ilusão burguesa
- A Semana Saúde De olho em benefícios
- Retrospectiva 2008 Economia
- Retrospectiva 2008 Brasil
- Retrospectiva 2008 -Internacional-De pernas para o ar
- Retrospectiva 2008 Inovações
- Retrospectiva 2008 Tecnologia
- Retrospectiva 2008 40 fatos
- Retrospectiva 2008 Memória
- Niall Ferguson 2009, o ano da Grande Repressão
- Bruce Scott Capitalismo não existe sem governo
- Jeffry Frieden Os Estados Unidos em seus dias de A...
- Zhiwu Chen Todo o poder ao consumidor
- Parag Khanna O gigante está vulnerável
-
▼
dezembro
(390)
- Blog do Lampreia
- Caio Blinder
- Adriano Pires
- Democracia Politica e novo reformismo
- Blog do VILLA
- Augusto Nunes
- Reinaldo Azevedo
- Conteudo Livre
- Indice anterior a 4 dezembro de 2005
- Google News
- INDICE ATUALIZADO
- INDICE ATE4 DEZEMBRO 2005
- Blog Noblat
- e-agora
- CLIPPING DE NOTICIAS
- truthout
- BLOG JOSIAS DE SOUZA