Copiar idéias de aumento de gasto público ou compra de ações de empresas pode ser desastroso.
As fontes de financiamento do BNDES estão secando. O governo poderia aumentar o investimento em R$ 21 bi em 2009 se não tivesse elevado tanto o gasto com o funcionalismo. Dez empresas de construção tiveram, somadas, um lucro líquido de R$ 1,2 bilhão só no segundo trimestre.
A Economática fez, a pedido da coluna, a lista com os maiores lucros das empresas de construção. Só o lucro líquido do segundo trimestre já mostra que elas não precisam de socorro do governo, muito menos que o BNDES vire acionista. Vejam a tabela com os dez maiores lucros. A lista completa está no blog.
O BNDES precisou, este ano, de dois aportes de capital do Tesouro. Ao todo, R$ 21 bilhões. O banco tem sido usado como solução para todos os problemas de todos os setores. Agora, a idéia é que ele vire sócio das empresas imobiliárias.
Elas não precisam, e o banco tem limites.
— O BNDES tem três fontes de capitalização: o FAT, a emissão de debêntures e a venda de ações. As três estão minguando. O FAT terá, em 2010, o primeiro déficit de sua história. Captar agora através de debêntures está difícil. E neste momento, se o banco vender ações, derruba mais o mercado — lembra o economista político Alexandre Marinis, da Mosaico Economia Política.
O governo aumentou o gasto público com o funcionalismo, explica Marinis.
— Em 2003 e 2004, o governo gastou com funcionalismo federal 4,4% do PIB.
Agora vai gastar 5%. Esta diferença de 0,6% do PIB, se não tivesse sido comprometida com pessoal, poderia significar R$ 21 bilhões de investimento público — diz Marinis.
Nos últimos anos, o governo foi aprovando despesas fixas e agora que o país precisa que o governo invista mais, para compensar a perda do investimento privado, ele está engessado.
Os aumentos de salários concedidos de forma escalonada e as novas contratações vão aumentar a folha até 2012. Serão mais R$ 40 bilhões.
A fórmula inventada para reajustar o salário mínimo pode inflar ainda mais os gastos com pessoal e com previdência.
— O salário mínimo é reajustado pela soma da variação do PIB de dois anos antes com a inflação corrente.
Isso significa que, em 2009, o aumento do salário mínimo será de pelo menos 12%: os 5,4% de crescimento do PIB de 2007 e mais a inflação em 12 meses, que estará em março acima do que o governo previu no orçamento. O salário mínimo deve ser maior do que os R$ 465 previstos no orçamento.
É pouco? Claro que é. Mas pense no impacto que terão 5% de aumento real na despesa previdenciária com o país arrecadando menos! — conta Marinis.
É preciso cuidado com a tradução, para a realidade local, das idéias e propostas que andam fazendo sucesso em outros países nestes momentos de crise. Algumas dessas idéias não viajam bem. Aqui, o Tesouro não emite moeda de referência mundial, nem o país tem financiamento externo para cobrir os déficits. No governo, há quem entenda que o que está acontecendo no mundo é uma espécie de licença para matar... o contribuinte, no caso.
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