Lauro Jardim
ljardim@abril.com.br
Influente, habilidoso e muito discreto
Desde o início da crise, as consultas feitas por Lula a Antonio Palocci intensificaram-se. Palocci, sempre discreto, mantém-se inabalado na posição de principal conselheiro informal de Lula. A influência de Palocci estende-se à reforma tributária. Ele tem trabalhado ao lado do relator da reforma, Sandro Mabel, no projeto que será apresentado nos próximos dias na Câmara. Aliás, Palocci era o preferido de Lula para ser o relator da reforma, só que partidos aliados impuseram o nome de Mabel. O habilidoso Palocci, porém, conquistou a confiança de Mabel e hoje toca a reforma junto |
• Eleições 2008
Coração de mãe
Para Marisa Letícia, a carta que o candidato a prefeito do Rio Eduardo Paes entregou a Lula chegou tarde. Na carta, destinada a Marisa, Paes pediu desculpas pelas referências a Fábio Luís, o Lulinha, durante a CPI dos Correios. Aos mais próximos, ela disse que, se o arrependimento tivesse acontecido mais cedo, poderia ser aceito, mas, faltando duas semanas para a eleição, não.
Exemplo mineiro
Na base do "viu? não adianta inventar", existem alas petistas anti-Dilma 2010 que estão usando as dificuldades de Marcio Lacerda em Belo Horizonte para fazer comparações. Lacerda, assim como a ministra, nunca disputara uma eleição.
• Eleição nos EUA
Enviado especial
O ministro do STF Joaquim Barbosa irá aos EUA na semana das eleições americanas. Foi convidado para participar de seminários sobre o processo eleitoral do país e para ver ao vivo a disputa entre Barack Obama e Jonh McCain.
Lucio Tavora/AE |
Afastem-se de mim ACM Neto em São Paulo, só depois da eleição |
• DEM
Figurões indesejados
Gilberto Kassab não quer que as principais lideranças de seu partido passem perto de São Paulo neste segundo turno. Nesta semana, em conversas reservadas, citou nominalmente ACM Neto, Cesar Maia e Moroni Torgan como algumas das figuras indesejadas: "Desse povo aí eu quero distância. Quantos votos eles me dão e quantos vão me tirar?", ironizou Kassab, com a confiança inflada pela dianteira folgada da última pesquisa.
• Brasil
Ibama versus Minc
O ministro mudou, mas o Ibama continua o mesmo. Está em curso um stress parecido com o ocorrido na gestão de Marina Silva, antes da concessão da licença ambiental para o leilão das usinas do Rio Madeira. O Palácio do Planalto e Carlos Minc estão pressionando o Ibama para aceitar apenas uma reunião pública, já marcada para quarta-feira, e liberar até o fim do mês a licença ambiental da nova localização da usina Jirau. Se nesse prazo a licença não sair, vem a época de cheia do rio e a usina sofrerá atraso de um ano. Mas o Ibama, como antes e como sempre, reagiu. Na quinta-feira, emitiu uma nota técnica com mais de setenta exigências que tornam inviável atender ao prazo do Planalto e de Minc.
• Economia
Fechado para balanço
Praticamente todas as empresas pararam de fazer o orçamento para o ano que vem. Enquanto a poeira não baixar um pouco, a decisão é ficar em compasso de espera.
Hora de enxugar
Aliás, o orçamento deste ano também está sendo rediscutido nas grandes empresas. O que puder ser cortado em novembro e dezembro será.
Piquete terceirizado
Na greve dos bancários que parou várias agências país afora na semana passada foi notável, pelo menos em Brasília, a terceirização do piquete – embora o sindicato dos bancários seja veementemente contra terceirizações... nos bancos, que fique claro.
Feliz Natal
Lula disse na sexta-feira que o Natal será "extraordinário" e que "o brasileiro poderá comprar tudo o que sonha". Não se sabe de onde vem tanto otimismo, mas as Casas Bahia tentarão bater um recorde neste fim de ano: planejam botar 3 milhões de pessoas dentro de duas megalojas que montarão em espaços destinados a grandes eventos no Rio de Janeiro e em São Paulo. A superlativa promoção de quarenta dias foi toda planejada antes de a crise estourar e não foi alterada.
• Esporte
Pouco popular
Na quarta-feira, a Seleção Brasileira de Futebol volta a jogar no Maracanã, pelas eliminatórias da Copa. Só não se deve esperar estímulo da torcida ao técnico Dunga. Uma pesquisa feita no fim de setembro no Rio de Janeiro pela TNS Sport revela que somente um em cada dez fluminenses acha que Dunga deveria ser o técnico da seleção. O preferido, se dependesse da torcida do Rio, seria Vanderlei Luxemburgo (31% dos entrevistados o escolheram), seguido de Felipão (25%).
Fernando Soutello/Reuters |
Em busca da forma O dinheiro para pagar o salário de Ronaldo pode vir da manga |
• Futebol
Proposta inusitada
O grande trunfo do contrato que o Flamengo ofereceu a Ronaldo Fenômeno é uma manga de camisa. É com ela que o time carioca tentará barrar a proposta do clube inglês Manchester City. Não é uma proposta maluca. É até bastante engenhosa: o Flamengo disse a Ronaldo que daria uma parte de seu salário em dinheiro – que seria, é claro, um valor inferior ao que qualquer clube europeu pode lhe pagar. A outra parte o Fenômeno conseguiria arranjando patrocínio para botar em uma das mangas da camisa rubro-negra: 100% do dinheiro que viesse dali iria para o bolso do jogador.
Com Paulo Celso Pereira