O crédito agora será bem seletivo e do mercado de capitais não se deve esperar muito. Mas o mundo dos negócios não acabou, e a fonte remanescente de recursos para investimentos são os fundos de private equity, formados a partir de um grande poupador, e que geralmente se interessam por participar de novos empreendimentos ou adquirir participações acionárias relevantes.
Os fundos de private equity costumam negociar diretamente com controladores de empresas e ultimamente subscrevem ações adquiridas em lançamentos fechados, restritos, sem ofertas públicas que precisem obedecer ao ritual estabelecido pelos órgãos reguladores (CVM, aqui, ou SEC, nos Estados Unidos) nem às normas de pulverização necessárias para que os títulos venham a ser negociados no Novo Mercado da Bovespa.
Com as portas de bancos de investimento se trancando, esses fundos se tornaram uma alternativa para captação de recursos de médio e longo prazos. O megainvestidor americano Warren Buffett é um dos exemplos mais conhecidos; no Brasil, o Gávea Investimentos, capitaneado pelo ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, também vem se destacando nesse campo. Mas existem centenas de outros fundos de private equity prospectando oportunidades por aí, e a economia brasileira — até mesmo por ser uma das menos arranhadas pela atual crise financeira — está na lista.
O petróleo continua sendo o chamariz, mas há interesse por projetos de infraestrutura de transportes, mineração e agronegócio.
Esses são investimentos de grande porte, dos quais só podem participar pesospesados.
No entanto, há fundos de private equity de diversos tamanhos, capazes de identificar boas oportunidades no mercado imobiliário, na incorporação e administração de shoppingcenters ou em empresas de soluções ambientais.
Guardada as devidas proporções, a vantagem do candidato democrata nas pesquisas eleitorais tem influenciado o comportamento dos mercados financeiros nos Estados Unidos, da mesma forma que aconteceu aqui no Brasil com a ascensão de Lula durante a campanha para a sucessão presidencial em 2002. O senador Barack Obama é visto como uma incógnita pelos ricos americanos mais inclinados para o candidato republicano, que temem uma elevação de impostos federais após a possível vitória democrata. É mais um fator de pressão de venda de papéis nesse tumultuado quadro financeiro.
E para fugir um pouco dessa conjuntura aterrorizante, nada melhor que olhar para as perspectivas de longo prazo, observando as tendências demográficas brasileiras, por exemplo. O Ipea divulgou recentemente estudos muito interessantes sobre o tema, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE. O instituto concluiu que a população brasileira atingirá seu ponto máximo em 2030, com 204,3 milhões de pessoas.
A taxa média de fecundidade (por mulher em idade fértil) no Brasil caiu para 1,83 filho. O grupo etário de 15 a 29 anos chegou ao seu número máximo em 2000, e desde então vem declinando, tendência que se acentuará a partir de 2010. A participação relativa da faixa etária de 30 a 44 anos permanecerá estável até 2030.
A mulher nordestina ainda tem, em média, 0,5 filho a mais que a do Sudeste.
Mas, considerando-se os níveis de renda, em termos nacionais as mulheres que estão entre os 20% mais pobres têm 2,6 filhos a mais que as as 20% mais ricas (cuja média, de 1,3 filho, se equipara às taxas médias de fecundidade da Itália ou do Japão).
Considerando-se o grau de escolaridade, as menos instruídas têm 1,4 filho a mais do que as mais instruídas.
Por essa análise, a renda influencia mais as taxas de fecundidade do que a instrução, o que evidencia a necessidade de se orientar os programas de planejamento familiar fortemente pra os mais pobres, até porque a gravidez precoce é um fenômeno merecedor de atenção e cuidados redobrados exatamente entre os bem humildes.
Curiosidades: em 2007 havia 1,6 milhão de brasileiros com 80 anos ou mais, representando 1,4% da população; a faixa etária até 15 anos equivalia a 25,2% dos brasileiros.
Uma outra hidrelétrica no Equador, que já funcionava há 20 anos, no mesmo rio da usina construída pela Odebrecht, que provocou toda essa confusão com o governo local, tinha apresentado o mesmo problema nas turbinas.
A coincidência fez com que os técnicos concluíssem que a causa foi uma erupção vulcânica bem mais intensa do que os registros históricos indicavam, fazendo com que o rio transportasse mais abrasivos do que os previstos.
Foram trocadas parte das peças danificadas e desde o início de outubro a usina já teria condições de funcionar, pois os demais reparos podem ser feitos com a hidrelétrica em operação.
Mas o governo equatoriano não deu ordens para que a usina fosse ligada, permanecendo o impasse por motivos políticos. Como os reservatórios no Equador estão momentaneamente cheios, a polêmica hidrelétrica não é por enquanto absolutamente necessária para suprir o país de energia, o que abre espaço para a confusão continuar.
Entrevista:O Estado inteligente
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