Entrevista:O Estado inteligente

quinta-feira, outubro 23, 2008

Favelizadas O GLOBO EDITORIAL,

Ocupação irregular das cidades não pára de crescer
Quase sete milhões de brasileiros moravam em favelas no ano passado, segundo um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) feito a partir dos dados levantados pelo IBGE em sua Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). O Ipea concluiu que o número de pessoas vivendo em favelas — a maior parte nas regiões metropolitanas de São Paulo e do Rio de Janeiro, também as mais populosas do país — cresceu cerca de 42% desde 1992, mais do que a expansão demográfica brasileira no período. Assim, os habitantes de favelas passaram a corresponder a 3,8% da população brasileira (em 1992, era de 3,2%).
Em seu estudo, o Ipea chamou a atenção também para o elevado número de brasileiros que, em 2007, viviam em habitações inadequadas: 54,6 milhões de pessoas (34,5% da população).
São dados que não chegam a surpreender, pois a favelização de grandes cidades brasileiras é um fenômeno que salta aos olhos. As estatísticas confirmam apenas o que os moradores dessas cidades percebem, impotentes, no seu dia-a-dia.
Várias iniciativas e programas foram executados nos últimos anos para tentar desfavelizar, ou ao menos deter o crescimento das chamadas comunidades, mas os resultados obtidos acabaram sendo desanimadores.
Trata-se de um grave problema, de difícil solução, mas é preciso insistir na busca de uma solução, pois a favelização está conjugada à informalidade, ambiente sob o qual a criminalidade se oculta.
A desfavelização envolve não só a melhoria das condições de habitação nessas áreas urbanas degradadas — e, nesse sentido, o estudo do Ipea mostra que mesmo em tais comunidades o acesso a serviços como água tratada, coleta de esgoto e recolhimento de lixo evolui a cada ano — como também o respeito à legislação e às regras sociais, com o combate simultâneo ao crime e à informalidade.
Reverter esse quadro deve ser uma das prioridades dos prefeitos que serão empossados no ano que vem. Antes que as favelas se sobreponham às próprias cidades.

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