O tiro certeiro da lei Em São Paulo, o índice de homicídios caiu drasticamente
O aumento da dificuldade na obtenção de armas, resultado da legislação que entrou em vigor no Brasil no fim de 2003, ajudou a reduzir drasticamente o número de homicídios premeditados na capital paulista – e, em menor intensidade, o de assassinatos cometidos por impulso. É o que se conclui com base na análise de um estudo inédito feito pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), subordinado à Secretaria da Segurança Pública de São Paulo. O relatório permite medir, pela primeira vez, o impacto do Estatuto do Desarmamento sobre diferentes tipos de homicídio. A lei aumentou o controle sobre o comércio e a posse de armas e endureceu a punição para crimes como o porte ilegal (não confundi-lo com o referendo que propunha a proibição total no país do comércio de armas de fogo e munição, promovido e derrotado em 2005). Na capital paulista, o assassinato "por motivo de vingança" é o mais freqüente. Ele pertence à categoria dos premeditados porque "exige do autor que planeje a ação, busque o instrumento e as condições adequadas", como explica o diretor do DHPP, delegado Carlos José Paschoal de Toledo. De 2003 para cá, esse tipo de crime caiu 61%. Já os homicídios cometidos "por impulso", categoria que inclui os crimes passionais e os decorrentes de "motivo fútil", tiveram uma queda bem menor: 27%. Isso se explica pelo fato de que seus autores, guiados pela impetuosidade, muitas vezes não precisam recorrer a revólveres para cometer o crime. "Nesses casos, a arma é o que chamamos de instrumento de ocasião – ou seja, o que estiver mais à mão", afirma o delegado. Os números comprovam a tese: em 2003, 89% dos assassinatos registrados em São Paulo foram cometidos com arma de fogo, ao passo que, em 2006 e 2007, essa porcentagem caiu para uma média de 66%. Em compensação, o uso de armas brancas saltou de 7% para 17% e o de outros instrumentos, de 4% para 17%. O sociólogo Renato Lima acredita que este cenário – queda acentuada de homicídios premeditados, redução em menor intensidade de assassinatos por impulso e diminuição do uso de armas de fogo, com aumento de outros instrumentos – deve se repetir em outras capitais. Lima foi um dos coordenadores de um estudo nacional sobre criminalidade divulgado no início do mês. Ele mostrou que, pela primeira vez em pelo menos duas décadas, o estado do Rio ultrapassou o de São Paulo em número absoluto de homicídios, apesar da população menor. Além da redução de armas em circulação, a queda se deve ao aumento do número de prisões e do investimento na área de inteligência. Hoje, São Paulo tem uma taxa de 10,5 assassinatos por 100.000 habitantes. A meta da Secretaria da Segurança Pública, segundo seu titular, Ronaldo Marzagão, é de chegar ao fim de 2008 com dez homicídios por 100.000 habitantes. A redução, embora pequena, tem importância simbólica, já que, pelos parâmetros da Organização Mundial de Saúde, um país ou estado que tenha uma taxa de homicídio superior a dez vive uma epidemia de violência. Caso a secretaria atinja sua meta, São Paulo passará a ter índices de criminalidade "aceitáveis" – pelo menos do ponto de vista estatístico.
|
Entrevista:O Estado inteligente
- Índice atual:www.indicedeartigosetc.blogspot.com.br/
- INDICE ANTERIOR a Setembro 28, 2008
sábado, outubro 18, 2008
Cai o número de homicídios premeditados
Arquivo do blog
-
▼
2008
(5781)
-
▼
outubro
(601)
- VINICIUS TORRES FREIRE O porrete e o tapinha do BC
- LUIZ CARLOS MENDONÇA DE BARROS Um horizonte mais ...
- Balanço parcial Miriam Leitão
- Uma derrota triunfal NELSON MOTTA
- Uma escolha LUIZ GARCIA
- Menos promessas KEVIN WATKINS
- O GLOBO EDITORIAL, Gasto prioritário
- O GLOBO EDITORIAL, Outro patamar
- Os dólares do Fed Merval Pereira
- O Estado de S. Paulo EDITORIAL, Inovação contra a...
- O Estado de S. Paulo EDITORIAL, Privatização, ape...
- O Estado de S. Paulo EDITORIAL, O nó da greve na ...
- O Estado de S. Paulo EDITORIAL, Posição do Copom...
- DORA KRAMER Civismo pelo avesso
- CELSO MING Reforço contra a crise
- No país da maionese Por Ralph J. Hofmann
- VINICIUS TORRES FREIRE O mundo raspa o fundo do t...
- Fundo caduco Miriam Leitão
- Sonho americano CARLOS ALBERTO SARDENBERG
- O GLOBO EDITORIAL, Sem limites
- O GLOBO EDITORIAL, Escolha sensata
- Merval Pereira - Surpresas das pesquisas
- Mais um ''esqueleto'' financeiro
- Deputados aperfeiçoaram a MP 442
- A manchete errada Demétrio Magnoli
- O Kosovo da Amazônia Predrag Pancevski
- A dobradinha do Fed com o FMI Rolf Kuntz
- CELSO MING Perto do limite
- DORA KRAMER Ao vencedor, o desmanche
- PODCAST Diogo Mainardi Lula é PMDB
- Schopenhauer e Freud Por Laurence Bittencourt Leite
- Demóstenes Torres - A porta da rua é a serventia ...
- Um futuro político muito duvidoso Por Giulio Sanm...
- VINICIUS TORRES FREIRE O grande feirão de dinheir...
- ALEXANDRE SCHWARTSMAN Contágio e conseqüência
- Miriam Leitão Água e vinho
- O fator econômico Merval Pereira
- O eleitor e os eleitos ROBERTO DaMATTA
- Um tiro no pé de salto alto José Nêumanne
- Como se nada fosse mudar O Estado de S. Paulo EDI...
- Os perigos do e-lixo Os perigos do e-lixo Taman...
- Diplomacia da inconseqüência O Estado de S. Paulo ...
- Virando a mesa Celso Ming
- A hipocrisia e o mito da ''verdadeira América'' R...
- DORA KRAMER O infiel da balança
- Augusto Nunes-Os 1.640.970 do Rio de Janeiro
- Krugman: o círculo que se alarga Paul Krugman
- Krugman: Buscando a seriedade desesperadamente
- O QUE O PT QUERIA E O QUE CONSEGUIU Por Reinaldo A...
- VINICIUS TORRES FREIRE A bordo do trem fantasma
- CLÓVIS ROSSI O fim dos "ismos"?
- Na oposição, PT contestou criação de subsidiárias ...
- Nunca na história deste país... José Pastore*
- Celso Ming - Alívio passageiro
- DORA KRAMER Mudando de Conversa
- ''Lula e PT foram derrotados no domingo''
- O FMI volta à linha de frente O Estado de S. Paul...
- Os salários e a crise O Estado de S. Paulo EDITORIAL,
- A última eleição antes da crise O Estado de S. Pau...
- Miriam Leitão Política na crise
- Adote um vereador ANDREA GOUVÊA VIEIRA
- O partido do movimento LUIZ GARCIA
- Quadro decadente Merval Pereira
- Rubens Barbosa,O PIOR DOS MUNDOS
- Gabeira:"Amanhã, posso voltar a usar bermuda e chi...
- GEORGE VIDOR - Nem pensar
- Desmatamento zero DENIS LERRER ROSENFIELD
- Zerar o déficit e travar os juros PAULO GUEDES
- Crise - onde estamos e para onde vamos Nathan Bla...
- Um Titanic do capitalismo moderno... Marco Antoni...
- Reinaldo Azevedo A CONSPIRAÇÃO DOS 4 MILHÕES DE RI...
- Reinaldo Azevedo A MINHA LISTA PESSOAL DE QUEM GA...
- Rio - Gabeira, um candidato na contramão -Ricardo ...
- Ricardo Noblat -Glossário da eleição de 2008
- Blog Noblat, Pobre cidade linda
- Miriam Leitão 79 anos, estes dias
- Em busca do mercado Merval Pereira
- Pré-sal e etanol, vítimas da crise Merval Pereira
- José Roberto Mendonça de Barros:''A atividade terá...
- Gustavo Loyola,''Aqui a crise é de liquidez e loca...
- DANUZA LEÃO É hoje!
- FERREIRA GULLAR Cidade suja, querida cidade
- RUBENS RICUPERO Moral da crise
- VINICIUS TORRES FREIRE O inferno escancara outra ...
- CLÓVIS ROSSI Funcionário x financista
- Petropopulismo em xeque
- Jogo por jogar Folha de S.Paulo EDITORIAL,
- Joaquín Morales Solá La última amenaza de los Kirc...
- O que dizem as mãos João Ubaldo Ribeiro
- Guetos mentais Daniel Piza
- Transparência zero Suely Caldas*
- Decisão complicada Celso Ming
- Dora Kramer - Rápidas e rasteiras
- Alerta do FMI para a América Latina O Estado de S....
- Nova carta de valores do eleitor Gaudêncio Torquato
- O governo gera a instabilidade Paulo Renato Souza
- O pré-sal fica adiado O Estado de S. Paulo EDITOR...
- Risco maior é a incompetência O Estado de S. Paul...
- Augusto Nunes-SETE DIAS
- Já pensou?(s/comercial da VALE c/Joao Gilberto )
-
▼
outubro
(601)
- Blog do Lampreia
- Caio Blinder
- Adriano Pires
- Democracia Politica e novo reformismo
- Blog do VILLA
- Augusto Nunes
- Reinaldo Azevedo
- Conteudo Livre
- Indice anterior a 4 dezembro de 2005
- Google News
- INDICE ATUALIZADO
- INDICE ATE4 DEZEMBRO 2005
- Blog Noblat
- e-agora
- CLIPPING DE NOTICIAS
- truthout
- BLOG JOSIAS DE SOUZA