Entrevista:O Estado inteligente

quinta-feira, janeiro 10, 2008

Lula faz acerto com PMDB e deve dar 15 cargos em troca de apoio

Folha de S.Paulo,

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva marcou reunião hoje às 19h com a cúpula do PMDB para negociar cargos públicos em troca de apoio ao pacote tributário e ao corte de gastos para compensar a perda da CPMF. No encontro, o PMDB oficializará a indicação do senador Edison Lobão (MA) para ministro de Minas e Energia.
A Folha apurou que Lula deverá confirmar a indicação de Lobão, apesar de setores do Planalto bombardearem a escolha por dois motivos: 1) a ameaça de crise no setor elétrico exigiria alguém com perfil mais técnico; 2) acusações à lisura do senador e seu suplente, Edison Lobão Filho.
Como o PMDB é o principal parceiro do PT na coalizão, o presidente negociará com a legenda cerca de 15 cargos que ainda não foram entregues ao partido aliado. Além da pasta de Minas e Energia, o PMDB reivindica a diretoria Internacional da Petrobrás para Jorge Luiz Zelada (indicação da ala mineira da sigla).
Os peemedebistas querem ainda nomear o ex-governador de Santa Catarina Paulo Afonso Vieira para a Eletrosul, mas o PT resiste. A cúpula do partido vai apresentar uma lista de reivindicações que inclui cargos em outras estatais do setor elétrico (Eletronorte, por exemplo) e alguns ministérios, como Agricultura.
Lula decidiu não dar prioridade até o final do mandato a negociações com a oposição para aprovar projetos de seu interesse. A derrota em 13 de dezembro, quando o Senado rejeitou a prorrogação do chamado imposto do cheque, fez o presidente desistir de apresentar projetos que exijam apoio da oposição, o que é o caso de emenda constitucional.
A negociação de cargos em curso no mês de janeiro, que tem sido comandada pelo ministro José Múcio (Relações Institucionais), objetiva dar coesão à base do governo no Congresso para aprovar matérias de seu interesse que não necessitem de suporte da oposição, como a medida provisória que eleva a alíquota da CSLL a bancos. (KENNEDY ALENCAR, VALDO CRUZ E MARIA CLARA CABRAL)

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