Entrevista:O Estado inteligente

terça-feira, janeiro 15, 2008

Lula e Amorim cobrem o Itamaraty e o Brasil de vergonha

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O PSDB divulgou hoje uma nota em que condena a postura frouxa do presidente Lula em relação aos terroristas das Farc (leia abaixo). No texto, os tucanos classificam a posição do presidente Lula de “ambígua” e apontam uma contradição entre a sua opinião e a do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. A nota é oportuna, mas tenho dois reparos.

Leiam o que disse ontem o Apedeuta em seu programa de rádio:
"Na medida em que as Farc se dispõem a libertar dois reféns, ela está dando um sinal de que é possível libertar mais. Portanto, o apelo que eu faço é que o governo colombiano e o meu amigo, o presidente Uribe, mais os dirigentes das Farc se coloquem de acordo para que se possa (sic) libertar mais pessoas que estão seqüestradas".

Não há ambigüidade nenhuma no que vai acima. Lula iguala um grupo terrorista ao governo legal da Colômbia, e esta tem sido a posição do governo Lula na questão. E por quê? A razão é simples: o PT e as Farc são “companheiros” numa mesma entidade, o Foro de São Paulo, que já foi exaltado pelo próprio Babalorixá em discurso.

É excesso de boa vontade com Amorim dizer que a sua opinião é diferente da do presidente. Até porque o Zelig do Itamaraty, o camaleão, não tem opinião nenhuma. Ele pensa o que é útil à sua própria sobrevivência. Sua fala também é escorregadia. O máximo que fez foi contestar a opinião de Hugo Chávez segundo a qual os terroristas devem ser reconhecidos como “força beligerante”. Mas é muito pouco. Não custa lembrar que, diante do insucesso da primeira tentativa de Chávez de seqüestrar (Chávez virou seqüestrador) os reféns, o Itamaraty divulgou uma nota em que expressava a mesmíssima opinião de Lula.

Ontem, quase ao mesmo tempo em que o Iluminado falava no rádio aquela tolice perigosa, as Farc seqüestravam mais seis pessoas. Lula e Amorim nos cobrem de vergonha e desmoralizam o Itamaraty. Nunca antes nestepaiz! Segue a nota do PSDB.

PSDB DEFENDE POSIÇÃO FIRME DO BRASIL CONTRA AÇÕES DA FARC

Se o presidente Lula preza a democracia e a liberdade, como os brasileiros prezam, não pode deixar de condenar, de forma clara e segura, as ações das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia.

Em seu programa de rádio transmitido nesta segunda-feira, ele, mais uma vez, foi dúbio e tratou a questão com pouca firmeza. No mesmo dia em que se noticia o seqüestro pelas Farc de mais seis cidadãos colombianos, inocentes turistas, é vergonhoso para o Brasil que seu presidente peça ao governo da Colômbia para negociar com os narcoguerrilheiros, sem uma palavra sequer de solidariedade a essas vítimas e outras, mais de 700, que são mantidas acorrentadas na selva colombiana.

Com quem está o presidente Lula? Com seu amigo Hugo Chávez, que trata as Farc como um movimento político legítimo? Ou com a sociedade brasileira e o chanceler Celso Amorim, que se pronunciou contra isso? O silêncio do presidente enfraquece a declaração do chanceler e mantém a ambigüidade sobre a posição do Brasil.

A opinião pública brasileira exige e os interlocutores externos do Brasil merecem uma manifestação clara sobre assunto de tamanha gravidade.

Senador Sérgio Guerra

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