contra a saúde
Monica Weinberg
Exagerar na dose do comprimido para dor de cabeça, esquecer de tirar as lentes de contato antes de dormir ou não dar atenção ao prazo de validade dos alimentos guardados no congelador são práticas rotineiras de milhares de brasileiros.
Esses pequenos erros têm um impacto negativo – e muitas vezes alto – na saúde de quem os comete. Especialistas consultados por VEJA fizeram uma lista daqueles mais comuns. A seguir, os profissionais entrevistados explicam por que esses maus hábitos são prejudiciais, avaliam os seus riscos e dão sugestões de como driblar esses perigos no dia-a-dia.
Grau de risco para a saúde Baixo Médio Alto |
Ingerir um comprimido extra para dor de cabeça
Grau de risco:
O que pode ocorrer: uma segunda dose da medicação, quando ingerida antes do intervalo recomendado de quatro horas, costuma provocar mal-estar. Pesquisas mostram que mais da metade das pessoas que ingerem 1 grama de ácido acetilsalicílico em uma única dose (o correspondente a duas aspirinas) sentem dores no estômago por causa da ação corrosiva do remédio
Comentário dos especialistas: o tempo médio para o medicamento fazer efeito é de quarenta minutos, mas a reação depende de fatores como peso e velocidade do metabolismo de cada pessoa. Não mastigue os comprimidos para tentar acelerar a sua absorção. Algumas pílulas não são digeridas no estômago. Mastigá-las pode causar irritações graves
Tomar banho descalço na academia
Grau de risco:
O que pode ocorrer: em ambientes úmidos e quentes, como vestiários de academias, agentes causadores de micoses proliferam com facilidade. A mais comum, nesse caso, é o pé-de-atleta, doença que causa uma descamação da pele na região dos dedos dos pés
Comentário dos especialistas: um único banho sem chinelos já pode determinar a contaminação. No caso de esquecê-los, deixe a academia para outro dia ou tome banho em casa
Dormir com lentes de contato
Grau de risco:
O que pode ocorrer: de acordo com pesquisas, pessoas que dormem com lentes de contato correm até quinze vezes mais risco de desenvolver infecções oculares. Isso porque o uso das lentes durante o sono reduz a oxigenação dos olhos, necessária para a hidratação das córneas
Comentário dos especialistas: quem esquece com freqüência de tirar as lentes antes de dormir deve escolher aquelas de silicone hidrogel. Elas chegam a custar o dobro, mas são feitas com um material que permite uma oxigenação até seis vezes maior dos olhos enquanto eles estão fechados
Ignorar o prazo de validade
de alimentos congelados
Grau de risco:
O que pode ocorrer: uma intoxicação alimentar. O congelamento dos alimentos não garante a extensão da sua validade. Depois de vencido o prazo indicado na embalagem, os conservantes dos alimentos perdem a eficácia. A partir daí, os produtos se estragam rapidamente
Comentário dos especialistas: não se baseie apenas no aspecto dos alimentos. As bactérias nem sempre causam diferença no cheiro ou no sabor da comida. Quanto a pratos feitos em casa e posteriormente congelados, os especialistas indicam que um mês é a margem de segurança para consumi-los
Testar maquiagem na loja
Grau de risco:
O que pode ocorrer: produtos utilizados por diversas pessoas facilitam a transmissão de doenças contagiosas. Entre as mais graves destacam-se a conjuntivite e o herpes
Comentário dos especialistas: teste apenas os produtos que não tenham contato direto com a pele, como pós e sombras – e só o faça em lojas que disponibilizem esponjas e pincéis descartáveis
Usar a mesma toalha e lençóis
por mais de uma semana
Grau de risco:
O que pode ocorrer: para quem sofre de rinite alérgica ou bronquite, os ácaros acumulados em lençóis e toalhas acentuam os sintomas das doenças. Em pessoas que têm uma alergia conhecida como dermatite atópica (15% da população), a pele pode ficar vermelha e irritada
Comentário dos especialistas: prefira toalhas e lençóis que sejam 100% de algodão. Eles têm a característica de acumular menos ácaros do que as fibras sintéticas. Pessoas com alergia devem trocar lençóis e toalhas duas vezes por semana
Quatro passos para viver 14 anos a mais
A medicina já comprovou que bons hábitos garantem uma expectativa de vida maior. Um estudo da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, publicado neste mês, deu números a essa relação. Após acompanhar mais de 20000 pessoas por treze anos, os pesquisadores concluíram que aquelas que praticam exercícios físicos regularmente, não fumam, bebem com moderação e consomem frutas e legumes diariamente vivem, em média, catorze anos a mais do que as ue não seguem tais regras.
Beber no máximo duas taças de vinho por dia | |
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não fumar | |
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comer cinco porções diárias de frutas e hortaliças | |
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praticar exercícios físicos regularmente | |
Resultado Aumento de 14 anos na expectativa de vida |
Fotos Fabio Castelo, Raul Junior, Ricardo Toscani e Noah Clayton/Royalty-Free Getty Images