O Estado de S. Paulo |
2/1/2008 |
O Brasil é hoje uma economia bem mais estável. Mas ninguém se iluda. As turbulências do mercado financeiro global vão exigir visão e esperteza de quem tem um patrimônio para administrar ao longo de 2008. Sobra dinheiro no mundo. O conceito de risco está mudando. E isso deve provocar alta volatilidade nas aplicações. Comecemos com o que se passa lá fora. As aplicações em títulos do Tesouro americano continuam sendo padrão de segurança. Mas a rentabilidade ficou para trás. O dólar vai sofrendo lenta e aparentemente inexorável desvalorização. Ativos em dólares correm risco cambial. As oscilações do câmbio mexem com o rendimento de renda fixa nos países cujas finanças, como as nossas, têm ligações com as dos Estados Unidos. Isso tem um efeito prático. Até agora, a cada turbulência os aplicadores refugiavam-se no dólar. Como os ativos na moeda correm o risco citado, os investidores que querem segurança não têm se mantido muito tempo nas aplicações tradicionalmente seguras. Têm saltado para o risco: para as ações ou para os imóveis. Atenção: imóvel não é a segurança que no passado se julgava ser. O preço dele também cai, como se vê nos Estados Unidos, depois do estouro da bolha do crédito hipotecário. Em todo o caso, o crédito farto tem tudo para puxar para cima os preços dos imóveis também no Brasil. Ao longo de 2008, quatro forças básicas deverão comandar o mercado financeiro brasileiro: economia em crescimento; muito capital entrando, porque o investidor estrangeiro está redescobrindo o Brasil; dólar e juros com tendência a queda; e inflação relativamente estável. Aqui as aplicações em fundos de renda fixa são marcadas a mercado. Isso significa que o valor da cota pode subir ou cair, dependendo do valor diário dos papéis que fazem parte do cestão de títulos. Até mesmo a renda fixa está sujeita a variações. Nas aplicações em fundos, convém reparar nas taxas de administração. Em geral, continuam as mesmas dos tempos em que os juros básicos eram de 40% ao ano. Elas produzem o fenômeno conhecido como come-cotas. Vão mordendo, aos poucos, o patrimônio e podem prejudicar demais o retorno. Esta é uma das razões pelas quais as cadernetas de poupança estão ficando mais atraentes. Elas têm garantia do Tesouro, geram rendimento mensal e não cobram Imposto de Renda. Como os juros estão caindo, e com sua queda derrubam o rendimento das aplicações de renda fixa, as cadernetas fazem forte concorrência aos fundos de renda fixa. É por isso que os bancos vêm brigando pela redução do rendimento da caderneta. Eles podem ganhar essa parada. E, se ganharem, será preciso recalcular o retorno das aplicações. Ao longo de 2008, é provável que a dívida brasileira ganhe o grau de investimento que, na percepção das agências de classificação de risco, torna os títulos de dívida do Brasil “ponta firme”. Essa expectativa deve atrair capitais externos para ações e investimentos. Mas, se ocorrer por aqui o que ocorreu em outros países, tão logo saia o grau de investimento as ações tenderão a “realizar lucros”.
Os administradores dos fundos de hedge e dos fundos multimercado querem impor prazos cada vez mais longos para resgate de cotas: D+60, D+90, D+180... (60 dias, 90 dias...). O objetivo é garantir tranqüilidade para trocas de posição, especialmente em tempos de tumulto nos mercados. Mas a crise também mostrou que é preciso rapidez nas alocações de carteira. Quem ficou entalado nas cotas subprime perdeu flexibilidade. Nas aplicações de risco, isso pode ser fator adicional para procura de liquidez. E isso aponta para commodities e ações. |
Entrevista:O Estado inteligente
- Índice atual:www.indicedeartigosetc.blogspot.com.br/
- INDICE ANTERIOR a Setembro 28, 2008
quarta-feira, janeiro 02, 2008
Celso Ming - As aplicações em 2008
Arquivo do blog
-
▼
2008
(5781)
-
▼
janeiro
(418)
- Muito cartão para pouco governo
- Para não dizerem que poupo Lula
- Clipping de 31 de janeiro
- Míriam Leitão - Falta biodiesel
- Merval Pereira - Solidariedade na crise
- Jânio de Freitas - As verbas submersas
- Eliane Cantanhede - De dentro do navio
- Dora Kramer - O velho truque da investigação
- Clóvis Rossi - Os donos do mundo
- Celso Ming - Mais dólares nos mercados
- Alberto Tamer - Fed optou pela inflação
- Rei Juan Carlos telefona para Marta: “Por qué no t...
- Ameaça nacionalista à Vale
- Na comparação com governo FHC, gastos com cartão c...
- Lucia Hippolito:Ética Pública ladeira abaixo
- Míriam Leitão - Hora de cautela
- Merval Pereira - Ganância e complacência
- Dora Kramer - Sem pai nem mãe
- Clóvis Rossi - Os com e os sem-fronteiras
- Celso Ming - É o reforço do crédito
- Uma tendência
- Marcos Sá Corrêa
- AUGUSTO NUNES - A absolvição dos assassinos da mata
- Clipping de 30 de janeiro
- Antonio Sepulveda Efeméride
- Clóvis Rossi - Os Alpes já não estão brancos
- Celso Ming - O neurocirurgião tem tremedeira
- Eliane Cantanhede - Novo amor
- Dora Kramer - Dance, mas dance direito
- Míriam Leitão - Os duelos
- Merval Pereira - Mudança de guarda
- Luiz Garcia - Operação Porta Fechada
- Clipping de 29 de janeiro
- O valor do silêncio-Noblat 28/1
- Clipping do dia 27/01/2008
- Clipping do dia 26/01/2008 ...
- Clipping de 28 de janeiro
- Megalópole
- Xenofobia rediviva investe contra expansão da Vale
- Cora Ronai - Crônica de duas cidades
- O uso político das elétricas
- Celso Ming
- Mailson da Nóbrega
- Fernando Henrique Cardoso
- Alberto Tamer
- DANIEL PISA
- DORA KRAMER Um fio desencapado
- O poder da cidade
- As universidades federais sob Lula
- Os incêndios no HC
- As promessas não decolaram
- Miriam Leitão O preço da riqueza
- Merval Pereira Água, fogo e terra
- AUGUSTO NUNES SETE DIAS
- Zé mineiro e João baiano
- VEJA Carta ao leitor
- VEJA Entrevista: Bruno Chateaubriand
- Diogo Mainardi
- André Petry
- Stephen Kanitz
- MILLÔR
- Reinaldo Azevedo
- Roberto Pompeu de Toledo
- Corrupção O relatório final do escândalo do...
- O PMDB aumenta seu espaço na gestão Lula
- Eleições de brincadeirinha com partido único
- Volatilidade e medo da recessão continuam
- Francês dá desfalque de 7 bilhões de dólares
- Radar
- A máquina que trata pacientes de osteoporose
- Trânsito Combinação mortal: álcool e direção
- As conseqüências do desperdício global de água
- Ecologia
- Imagens aéreas da América Latina
- Onde os Fracos Não Têm Vez, dos irmãos Coen
- A CIA e a cultura durante a Guerra Fria
- Música A vida de um tocador de pratos
- Miriam Leitão Dois mundos
- Merval Pereira Parece, mas não é
- Celso Ming Um barulho na escuridão
- DORA KRAMER Um homem vertical
- IGOR GIELOW Moratória amazônica
- Clipping de 25 de janeiro
- A greve dos advogados
- A distribuição do pão
- Dora Kramer - Quando o carnaval passar
- Celso Ming - Tranca na porta arrombada
- Míriam Leitão - Como se desmata
- Merval Pereira - Onda protecionista
- Clipping Valor Econômico
- Prêmio ao invasor
- NELSON MOTTA Feijão, pagode e globalização
- Epidemia de bobagens
- Brasil, uma potência econômica
- Clipping de 24 de janeiro
- Carlos Alberto Sardenberg Mérito e sorte
- Como frear a queda?- Joseph E. Stiglitz
- Merval Pereira - A Besta
- Míriam Leitão - Mundo mais difícil
- Demétrio Magnoli Uma estrela vermelha no jardim
-
▼
janeiro
(418)
- Blog do Lampreia
- Caio Blinder
- Adriano Pires
- Democracia Politica e novo reformismo
- Blog do VILLA
- Augusto Nunes
- Reinaldo Azevedo
- Conteudo Livre
- Indice anterior a 4 dezembro de 2005
- Google News
- INDICE ATUALIZADO
- INDICE ATE4 DEZEMBRO 2005
- Blog Noblat
- e-agora
- CLIPPING DE NOTICIAS
- truthout
- BLOG JOSIAS DE SOUZA