Entrevista:O Estado inteligente

quinta-feira, novembro 01, 2007

Nova Luz no velho centro



editorial
O Estado de S. Paulo
1/11/2007

A[O PROJETO] Prefeitura de São Paulo começou, na sexta-feira passada, a demolir os 6 primeiros prédios de um total de 58 já desapropriados na região da Cracolândia, dando início à realização do Projeto Nova Luz. Até o fim do primeiro semestre de 2008, esse conjunto de estabelecimentos comerciais, localizados nas quadras formadas pelas Ruas General Couto de Magalhães, dos Protestantes e Mauá, dará lugar a prédios modernos que abrigarão a Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação (Prodam), a Guarda Civil Metropolitana e a sede da Subprefeitura da Sé ou a de alguma secretaria municipal na área de 4.359 metros quadrados.

O projeto do bairro Nova Luz foi desenvolvido para remodelar uma área urbana de mais de 269 mil metros quadrados, onde a Prefeitura pretende ver instaladas empresas de call center, de serviços de tecnologia da informação, de comunicação, entre outras. São previstos investimentos de R$ 752 milhões para a instalação de 23 empresas. O governo estadual também promete construir no local conjuntos da CDHU e uma escola de tecnologia.

O projeto foi lançado, em 2005, pelo ex-prefeito José Serra. Pela Lei 14.096, as empresas interessadas em se instalar na antiga Cracolândia terão assegurados desconto de 50% no Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e abatimento no Imposto Sobre Serviços (ISS), que será reduzido para 2%. Além disso, até 80% do valor investido pelos empresários em imóveis poderão ser convertidos em Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento (CIDs). O título poderá ser usado para obtenção de desconto em impostos municipais (IPTU e ISS) e para a compra de bilhete único para funcionários das empresas.

Além dos incentivos fiscais, a Prefeitura também investirá em infra-estrutura adequada para o perfil de empresas que pretende atrair. As Avenidas Duque de Caxias, Cásper Líbero, as Ruas Mauá, Santa Ifigênia, dos Protestantes, General Couto de Magalhães, a Praça Alfredo Issa e o Largo General Osório terão reformas de calçadas e iluminação diferenciada para pedestres e para o sistema viário. Projetos de paisagismo também serão desenvolvidos, com o plantio de espécies como alecrim, ipê-rosa e sibipirunas. O mobiliário urbano também será renovado com a instalação de 382 lixeiras e 37 bancos na região.

Essas obras exigirão investimentos de R$ 13 milhões, financiados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento, com contrapartida de 15% da Prefeitura. A licitação para as obras deverá ser aberta até o começo do mês de dezembro.

A parceria com o Estado também têm-se ampliado. O secretário de Segurança Pública, Ronaldo Marzagão, afirmou na cerimônia do início da demolição dos prédios que existe a disposição de reforçar a segurança para garantir o ambiente “de maior recuperação possível”.

Além disso, para evitar que o novo bairro tenha movimento apenas no horário comercial, Prefeitura e CDHU acertaram a construção de dois prédios, na Rua dos Gusmões, com 170 unidades habitacionais, destinados a famílias com renda entre três e seis salários mínimos. A Prefeitura doará a área para o Estado, que fará a construção. Mais de R$ 19 milhões deverão ser investidos nesse projeto.

Por sua vez, a Secretaria de Desenvolvimento do Estado já demonstrou interesse pela quadra formada pelas Ruas Aurora, do Triunfo, Timbiras e dos Andradas, para a instalação da Escola Técnica Estadual do Centro Paula Souza, que atende mais de mil alunos.

[O PROJETO]A decisão do poder público de liderar a ocupação do Nova Luz detém o processo de decadência da região e o substitui pela modernidade de seus prédios ou pela recuperação da arquitetura de valor ali existente. A presteza com que empreenderá os seus projetos aumentará o interesse das empresas e do mercado imobiliário. Um centro bem ordenado, com boa infra-estrutura, é do interesse de todos os paulistanos. Uma parcela deles terá o sonho realizado na Nova Luz, que lhes permitirá livrar-se do trânsito e morar próximo do trabalho, evitando longos e desgastantes deslocamentos. Mas toda a cidade e a população ganharão muito com o Nova Luz.

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