O Estado de S. Paulo |
20/11/2007 |
Confiança não é mercadoria que os senhores do mundo têm para vender no momento. A reunião dos ministros de Finanças e presidentes dos bancos centrais do Grupo dos 20 (os 7 mais ricos e outros 13 emergentes), realizada neste fim de semana no resort de Kleinmond, na África do Sul, conseguiu partilhar mais preocupação do que esperança. A paisagem econômica predominante é pesada e não deverá mudar tão cedo: é a da submersão da principal moeda de reserva do mundo, o dólar; de recessão econômica cada vez mais provável; de inflação global crescente à medida que avança a alta dos alimentos e dos combustíveis e a própria desvalorização do dólar, que encarece os importados nos Estados Unidos; e de novos desdobramentos para a crise do crédito hipotecário de alto risco. Os mais fortes focos de luz desse encontro foram dirigidos para a derrubada do dólar nos mercados. Mas, sobre esse tema, os pronunciamentos foram dispersivos e inconclusivos. Em vez de apontar saídas, alguns dos maiorais que lá estiveram preferiram enfatizar que não gostam do que acontece. O presidente do Banco Central Europeu, o francês Jean-Claude Trichet, disse que se opõe a “movimentos cambiais bruscos”. A ministra de Finanças da França, Christine Lagarde, afirmou que as “tensões do mercado” trazem insegurança. E daí? O ministro das Finanças da África do Sul, Trevor Manuel, escolheu um adjetivo que lembra uma famosa obra de Voltaire: “Foram cândidos.” O presidente do Fundo Monetário Internacional, Dominique Strauss-Kahn, que acaba de ser empossado, foi mais explicativo: os discursos foram assim porque “os países não têm os mesmos interesses”. Sobre esse tema, as perorações se estenderam sobre um terreno de pouca objetividade. Sem explicar com quantos paus se faz a canoa, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Henry Paulson, insistiu em que o objetivo do governo americano é perseguir o “dólar forte”. É uma retórica que vem sendo repetida por todos os que ocuparam seu cargo nos últimos 15 anos e, no entanto, o dólar segue perdendo musculatura. Mais do que isso, o comunicado do encontro pede que os asiáticos aumentem sua responsabilidade na superação dos desequilíbrios internacionais, como se estes fossem produzidos por eles. Mais uma vez pressionaram a China para que revalorize o yuan. E, como das outras vezes, o presidente do Banco do Povo da China (banco central), Zhou Xiaochuan, avisou que vai pensar em alargar a banda cambial, “se isso vier a ser necessário”. Em nenhum momento as autoridades dos Estados Unidos assumiram o compromisso de eliminar os rombos de sua economia, que estão na origem dos problemas. De volta aos Estados Unidos, Paulson explicou que a recuperação do dólar virá naturalmente, à medida que a saúde dos fundamentos da economia americana se refletirem nas condições do dólar. Se é assim, por que então forçar os chineses a produzir um efeito que acontecerá espontaneamente? É ingenuidade esperar que os senhores do mundo se sintam na obrigação de coordenar uma política de eliminação dos atuais desequilíbrios globais, como chegou a sugerir a ministra Lagarde. É cada um por si e seja o que Deus quiser. Confira Piorou - Bem que o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Henry Paulson, avisou que “a crise vai piorar antes de começar a melhorar”. Ontem, apareceram novos esqueletos. William Tanona, analista da Goldman Sachs, afirmou que o Citigroup terá de acusar outros US$ 15 bi em perdas. No início de novembro, o banco admitia perdas de US$ 8 bi a US$ 11 bi e custou o pescoço do seu presidente Charles Prince. Outros seis foram rebaixados por Tanona: Bear Stearns, E*Trade Financial, JPMorgan, Lehman Brothers, Merrill Lynch e Morgan Stanley. |
Entrevista:O Estado inteligente
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terça-feira, novembro 20, 2007
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