Matança no retorno de Benazir Bhutto coloca
o Paquistão perto de ser o novo Afeganistão
Denise Dweck
Aamir Quereshi/AFP |
Feridos esperam por socorro em meio aos mortos do atentado em Karachi: as duas explosões mataram mais de 130 pessoas |
A matança foi previsível. Na madrugada de sexta-feira passada, duas explosões – a primeira aparentemente causada por uma granada e a segunda por um atentado suicida – mataram pelo menos 130 pessoas e deixaram perto de 500 feridos em Karachi, no Paquistão. As vítimas participavam da passeata de 200.000 pessoas que acompanhavam Benazir Bhutto de volta ao país depois de oito anos de exílio voluntário. Líder do maior partido do país, Benazir foi primeira-ministra duas vezes. Em ambas as ocasiões deixou o poder devido a acusações de corrupção. O atentado, que ninguém duvida ter sido cometido pelo Talibã, pode ser a gota d'água num país desesperadamente sem saída. Recém-reeleito presidente, Pervez Musharraf controla o Exército, mas falta-lhe qualquer outro tipo de sustentação exceto, talvez, o apoio relutante dos Estados Unidos. Para desespero de Washington, é grande o risco de o Paquistão se dissolver numa anarquia no estilo afegão.
Daniel Berehulak/Getty Images |
Benazir na festa de seu retorno, pouco antes dos atentados: na mira dos fanáticos |