O Estado de S. Paulo |
19/7/2007 |
As advertências se sucedem. A tragédia de Congonhas é apenas mais uma. Mas, afinal, para que servem as advertências? Brasileiro não é de ligar para elas. Prefere cantarolar o sucesso do Zeca Pagodinho: "O negócio é deixar rolar... deixa a vida me levar... vida leva eu." Talvez não exista no País imprevidência maior do que o que acontece nas finanças da Previdência Social. Esse é um desastre tantas vezes anunciado, onde as contas não fecham nunca. O risco de que todos já foram advertidos é o de que, dentro de mais algum tempo, as aposentadorias não terão como ser pagas, a menos que caia dinheiro do Tesouro ou do céu. E, no entanto, o governo Lula trata do déficit crescente da Previdência Social como se não passasse de "problema gerencial"; e como se a eliminação do rombo atuarial se resumisse a coibir fraudes, cobrar atrasados e combater a informalidade. Quem adverte que atrás da curva há um barranco - ou um precipício - é tratado como alarmista. Mas há outras caçapas tão cantadas como esse apagão aéreo que todos os dias se aprofunda. O apagão da segurança pública é um deles, provavelmente o de maior impacto para as classes médias, que assistem ao crescimento do poder paralelo dos bandidos do PCC, e, impotentes, sofrem latrocínios cada dia mais cruéis ou massacres frios nos morros cariocas ou na periferia paulistana. A deterioração ambiental se aprofunda. A escassez de água doce vai sendo prenunciada todos os dias. O fracasso do sistema educacional contribui para o aumento da exclusão socioeconômica da população. A deterioração financeira e atuarial dos planos de saúde avança para o colapso da assistência ao assalariado de hoje e do futuro. A falência do sistema rodoviário é outro caso. As estradas estão cada vez piores. Lá pelas tantas, quando o País fica paralisado, o governo federal trata de providenciar uma operação tapa-buracos de emergência, cujo resultado não sobrevive à estação de chuvas seguinte. Segunda-feira, passou o recado de que desistiu até mesmo de levar adiante, na Bahia, as Parcerias Público-Privadas (PPPs) anunciadas há dois anos como solução dos problemas de infra-estrutura. As filas quilométricas de caminhões ao longo das rodovias que levam aos portos, que todos os anos se repetem no auge das safras agrícolas, apontam para o apagão anunciado no comércio exterior. A lengalenga na área energética anuncia o apagão dos quilowatts, provavelmente em 2011. A excessiva carga tributária antecipa não só um apagão na capacidade de o brasileiro honrar seus compromissos junto ao fisco como, também, na capacidade de competir, aqui dentro e lá fora, em conseqüência dos custos insuportáveis de produção e comercialização. Enfim, apesar do mergulho da inflação, dos US$ 151 bilhões em reservas e do crescimento mais sustentável, vamos colecionando apagões e desastres previamente anunciados. Mas o governo Lula se comporta como quem prefere deixar rolar, para que o show possa continuar e a vida vá levando.
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Entrevista:O Estado inteligente
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