O Estado de S. Paulo |
11/7/2007 |
Não se sabe ainda qual será o desfecho da reestruturação do Grupo Cosan, cujo anúncio foi mal recebido pelo mercado, que reagiu com uma instantânea derrubada dos preços de suas ações. Os acionistas minoritários não gostaram da proposta de criação da holding Cosan Ltd, num paraíso fiscal, com classe dual de ações, que dá 10 votos a cada ação dos controladores e apenas um voto por ação aos minoritários. No entanto, essa é uma manobra destinada a defender o controle da empresa do assédio das grandes corporações do agronegócio e do petróleo. Essa fragilidade não é exclusiva da Cosan. É de todo o setor do açúcar e álcool do Brasil, que não sabe ainda como enfrentar a briga de cachorro grande que vem aí. Os novos players desse mercado já são a Adecoagro (do megainvestidor George Soros), Cargill, Luis Dreyfus, Tereos, Noble e Infinity Bio-Energy. Preparam sua aterrissagem na área outras gigantes do agronegócio e de outros ramos, como Mitsui, ADM, Google, Sun Systems, CBA e Odebrecht. Diante do avanço de corporações com esse DNA, o que será do negócio dos capitães do setor que mal passaram do estágio de senhores de engenho? As fragilidades estão à mostra. Ainda estão paralisados pelos métodos gerenciais da empresa tradicional e essa é a razão pela qual não conseguem garantir escala de produção que os proteja dos predadores. É um setor vulnerável a acusações de poluição ambiental e uso de métodos medievais de emprego de mão-de-obra, formada por gatos e bóias-frias. São empresários que exibem histórico marcado por fatos que o consumidor não consegue esquecer. Nos anos 70, o setor foi liderado por Jorge Wolney Atalla, sempre envolvido em manobras de qualidade duvidosa. Em vez de fortalecerem o Proálcool, que ganharam de graça em 1989, deixaram o consumidor com um carro a álcool transformado de repente em mico, paralisado por pane seca. Nos períodos de entressafra, o álcool invariavelmente aumenta de preço. Alegam que ainda não cuidaram dos estoques reguladores, porque os organismos de proteção da concorrência não o permitem. Mas essa parece mais desculpa para justificar a passividade do que obstáculo a enfrentar com determinação. É a mesma atitude de quando se queixam de que o governo americano impõe sobretaxa de US$ 0,54 por galão de álcool importado. A sobretaxa existe, sim, mas pode ser contornada. Bastaria que o setor tratasse de manter unidades de desidratação de etanol num desses países da América Central que gozam de acesso preferencial ao mercado americano. Mas até agora não avançaram nessa direção. Os usineiros foram presenteados com nova fatia de mercado interno graças à invenção do flexfuel e ao mercado internacional, agora sedento de etanol. Mas, pela primeira vez, enfrentam o impacto concorrencial de fortíssimos grupos internacionais. Nem tudo na vida e nos grandes setores da economia acontece quando se está preparado para o tranco. "Se hace el camino al andar", ensinou o poeta espanhol Antonio Machado. Mas é preciso fazer mais do que simplesmente manter a marcha de sempre com as sandálias disponíveis. |
Entrevista:O Estado inteligente
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quarta-feira, julho 11, 2007
Celso Ming - Briga de cachorro grande
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