Entrevista:O Estado inteligente

terça-feira, abril 03, 2007

Sônia Racy - Cadê as resoluções do Conselho Nacional de Aviação Civil?

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O Estado de S. Paulo
3/4/2007

Passar três horas presa dentro de um avião, no Aeroporto de Florianópolis, sexta-feira, depois de duas horas de "espera" para embarcar para São Paulo, não foi um "privilégio" isolado desta colunista. O Brasil parou por causa da inépcia deste governo que, até na solução, voltou a errar, criando um problema com a Aeronáutica. A intervenção do presidente Lula, buscando uma saída negociada para a greve dos controladores de vôo, permitiu sim que 18 mil passageiros, forçados a adiar seus compromissos na sexta-feira, pudessem voltar a eles no sábado. Mas abriu uma crise maior, que vai se somar a um duplo desafio: o governo precisa pôr em prática soluções estruturais, coisa que já deveria ter feito há seis meses, quando do acidente do Boeing da Gol. E precisa evitar outras ameaças. Os controladores de vôo já avisaram: farão novas ações caso suas demandas não sejam atendidas.

Quais seriam as soluções estruturais? O governo pode até criar novas, como a da desmilitarização do controle da aviação civil. Mas há soluções que já existem e datam de 2003. Se o governo tivesse colocado em prática decisões aprovadas em outubro de 2003 pelo Conselho Nacional de Aviação Civil, este problema não teria chegado aonde chegou. Exemplo? A Resolução 11 do CNAC determinava que o planejamento aéreo fosse integrado. Três anos e meio depois, nada aconteceu. A resolução número 15 atestava, especificamente, que o Decea deveria aumentar o número de controladores de vôo formados. Deu o contrário. Houve "desinvestimento" na formação de pessoal.

Mas por que tudo isto não andou? Primeiro. Esse conselho, criado para pôr ordem no setor de aviação civil, reuniu-se uma única vez. E fez regras, pelo jeito, para o "papel ver". Segundo. A formação do superávit fiscal brasileiro inclui recursos arrecadados pelo setor aéreo. Só em taxas aeroportuárias e de navegação, o sistema recolheu quase R$ 1 bilhão para a Infraero no ano passado. Pequena parte disso foi gasta - mal - em infra-estrutura. Parte maior foi somar-se à necessidade de o Brasil manter um superávit fiscal condizente com o tamanho da sua dívida.

A greve relâmpago dos controladores é somente a parte mais visível da lista de problemas da aviação civil brasileira que, é certo, não datam deste governo. Desmilitarizar o controle aéreo e resolver a questão salarial dos controladores militares, que ganham menos que os civis (mas não pagam casa e escola), não vai pôr fim ao enorme problema estrutural.

IMPRESSÃO DIGITAL

O empresário Mario Garnero comanda dias 27 e 30, em Nova York, o almoço-conferência "Brasil: 27 países, uma Nação" e o Fórum de Desenvolvimento Sustentável 2007.

Do primeiro, patrocinado pelo Fórum das Américas e pelo Council of the Americas, participam 120 grandes empresários e investidores americanos e os governadores Aécio Neves (MG), André Puccinelli (MS), Blairo Maggi (MT), Eduardo Braga (AM), Luiz Henrique (SC), Marcelo Deda (SE), Roberto Requião (PR), Sérgio Cabral (RJ) e Wellington Dias (PI). Do segundo, George Bush pai, o ex-presidente José Sarney e os ministros Paulo Bernardo e Silas Rondeau.

NA FRENTE

LABORATÓRIO

O Carrefour abre hoje seu primeiro laboratório de pesquisa e desenvolvimento para produtos de marca própria.

Trezentos funcionários da matriz serão selecionados para atuarem como provadores.

ONLINE

Representantes de consulados de mais de 30 países reuniram-se semana passada, em São Paulo, para ouvir Manoel Felix Cintra Neto, da BM&F.

Impossibilitado de comparecer, Cintra Neto foi representado pelo secretário do Conselho da Bolsa, Noenio Spinola, que registrou o foco do interesse dos presentes: acelerar a integração das economias latino-americanas e gerenciar os riscos no mercado emergente de etanol e créditos de carbono.

TERCEIRA IDADE

Andre Neuding, da Stan, uniu-se à Partage - um dos três sócios do Grupo Aché Laboratórios - e mais três fundos de private equity. Preparam-se para lançar o Hiléa, primeiro centro de vivência e desenvolvimento para idosos dependentes do Brasil.

Investimento inicial de R$ 45 milhões.

CRESCENTE

Está sendo esperado para 2007 um incremento de R$ 50 milhões na movimentação de negócios e investimentos relacionados à Copa Nextel Stock Car, que vai se somar aos R$ 260 milhões que a categoria movimentou em 2006.

Todo o circo da Copa Nextel Stock Car, em suas doze provas, envolve cerca de 1,5 mil profissionais diretamente, em cada etapa.

"TECNICALIDADES"

O comandante da aeronave da TAM que faria o vôo, lotado, de Florianópolis a São Paulo, sexta-feira, foi avisado pela torre que os controladores estavam em greve somente depois de duas horas e quarenta e cinco minutos parado.

Assim sendo, teve que acatar os sistemáticos pedidos da torre para aguardar autorização mesmo quando todos os passageiros, munidos de celular, já sabiam da situação.

DEUS PERDOA?

O mercado financeiro não perdoa.

Ontem, pelo pregão, o rabino Henry Sobel estava sendo identificado como "robino".


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