A Justiça italiana afirma que diretor da Williams
é responsável pela morte de Senna
Victor De Martino
A Justiça italiana concluiu, na semana passada, que o diretor de engenharia da Williams, Patrick Head, foi o responsável pela morte do piloto brasileiro Ayrton Senna. No dia 1º de maio de 1994, Senna perdeu abrupta e misteriosamente o controle de sua Williams durante o Grande Prêmio de San Marino, em Imola. O piloto passou reto pela curva Tamburello e chocou-se violentamente contra um muro de proteção. Horas depois, morreu no hospital. Na tentativa de esclarecer as causas do acidente, seu carro foi submetido a uma perícia pelas autoridades de Bolonha, em cuja região fica o autódromo. Os técnicos descobriram que a coluna de direção do veículo havia sofrido um reparo malfeito e rompera-se quando o piloto estava a 310 quilômetros por hora. Por isso ele não conseguiu fazer a curva. O resultado da perícia, revelado com exclusividade por VEJA em 1995, levou a Justiça italiana a processar por homicídio culposo Patrick Head, então diretor técnico da Williams, Frank Williams, dono da equipe, e outras dez pessoas. Todos foram absolvidos em 1997 por falta de provas.
Em 2003, a promotoria de Bolonha pediu a reabertura do caso, finalmente julgado em última instância na sexta-feira. A decisão deixa claro que Patrick Head, hoje um dos sócios da Williams, foi "negligente e imprudente" ao fazer "modificações mal desenhadas e mal executadas" no FW16 de Senna. O crime, no entanto, ficará sem castigo porque prescreveu há três anos. Senna começou sua carreira na Fórmula 1 em 1984, pela Toleman, uma equipe inexpressiva. No ano seguinte, já na Lotus, escuderia que não existe mais, ele conquistaria sua primeira vitória num Grande Prêmio. Em 1988, transferiu-se para a McLaren, equipe com a qual foi campeão em 1988, 1990 e 1991. Três anos depois, Senna fazia sua primeira temporada pela Williams quando bateu na curva Tamburello. Por causa do acidente, o desenho de Imola foi alterado e a curva desapareceu. Mas a tristeza dos fãs de Senna permanece.