- Simplismo |
O Estado de S. Paulo |
3/4/2007 |
O presidente Lula transformou-se em vítima. Declarou-se traído pelos sargentos controladores de vôo e decepcionado com a Força Aérea Brasileira. Há um ano e meio, quando da crise do mensalão, Lula também se declarou traído pelos dirigentes petistas. Agora trata de culpar os sargentos e o comando da Força Aérea. Mas falta uma solução. Quem se omitiu e deixou que as coisas chegassem a esse ponto foi o próprio presidente, que foi simplista demais na análise do problema e mais ainda no encaminhamento de uma saída. Essa crise é velha de guerra: tem mais de seis meses. O presidente Lula não pode se considerar surpreendido. Não foi agora que a crise se transformou em questão de segurança nacional, argumento que evocou ao determinar que seu governo se rendesse ao ultimato de sexta-feira. Desde o começo, o tratamento dado pelo governo ao problema foi de simplismo e omissão. Em novembro, o presidente Lula ordenou que o então ministro do Trabalho, Luiz Marinho, entrasse nas negociações, o que mostrou que o entendimento era de que o caso era puramente trabalhista. Patrão não pode considerar traidor funcionário que defende seus direitos sindicais. Também foi simplista quando engajou na busca de uma solução de um problema na área militar a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que afirmou então que não havia problema mais fácil de resolver. Quando manteve no cargo o apalermado ministro da Defesa, Waldir Pires, Lula não achou que precisasse de alguém com autoridade e competência para comandar gabinete de crise. Quando há dez dias, pela enésima vez, exigiu soluções imediatas e não mais explicações inconseqüentes, Lula também mostrou que ainda não havia entendido o problema por inteiro. E voltou a incorrer em simplismo quando, na última sexta-feira, ordenou que o ministro do Planejamento atendesse às reivindicações dos rebelados ignorando as razões militares. Outra demonstração de simplismo é considerar que a paralisação dos controladores de vôo coloca em risco a segurança nacional, sem entender que o esfacelamento da disciplina militar produz efeito de igual natureza. Lula conseguiu criar uma crise militar num ambiente desprovido de condições para quarteladas. Ontem, após tantas atitudes simplistas, um ministro do governo Lula admitiu que "não é simples; não é só entregar a farda e encerrar a carreira militar". É apenas aparente a volta à normalidade dos vôos. Disciplina e hierarquia militar foram atropeladas e isso tem conseqüência. Os controladores não são a única categoria das Forças Armadas capaz de paralisar o País e de trair o comandante supremo. Só na Aeronáutica há outros 23 agrupamentos de sargentos especialistas, como o dos operadores de radar e o dos que fazem manutenção do sistema de informática. Todos conquistaram agora o direito de se amotinar e de ignorar voz de comando. Ninguém sabe quando ocorrerão outros episódios de desmanche de autoridade e descumprimento do serviço público. Mas eles já foram encomendados.
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Entrevista:O Estado inteligente
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terça-feira, abril 03, 2007
Celso Ming - Lula transformou-se em vítima
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