Entrevista:O Estado inteligente

quarta-feira, abril 11, 2007

Brasil está subclassificado pelas agênciaspor Míriam Leitão

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O Brasil está a um passo ou dois do investment grade, o grau que as agências de risco dão para um país considerado investimento seguro. Na Standard & Poor's, em moeda local, ele está a apenas um passo, mas é para o rating em moeda estrangeira que se presta atenção; é o que conta quando um país vai captar no exterior. Na Fitch, a distância é de dois degraus para o investment grade tanto em moeda local quanto estrangeira, assim como na Moody's.

As três agências são categóricas ao dizer que é raro que haja duas elevações de rating num mesmo momento. Como há dois obstáculos, isso dificulta que o Brasil vire grau de investimento no curtíssimo prazo. Na S&P, uma elevação dupla é considerada algo "improvável"; a Fitch lembra que isso aconteceu apenas em momento de muita volatilidade, como na crise asiática, e normalmente para baixo; e a Moody's já registrou caso assim, mas também consideram pouco provável.

De fato, não é fácil essa promoção, mas o mercado aposta que é apenas uma questão de tempo. A queda recente do risco já é uma antecipação desse momento da virada.

As agências estão numa situação delicada. O Brasil já está hoje com vários indicadores de países que são grau de investimento, e a decisão do Banco Central de acumular mais reservas só tem melhorado estes indicadores, com queda da dívida e praticamente fim da dívida externa. A saia justa é porque, com um certo excesso de cautela, as agências acabaram deixando o Brasil muito subclassificado.

Em nos tornando grau de investimento, isso não resolve todos os nossos problemas estruturais, mas o custo da dívida externa fica mais baixo, o risco ainda mais baixo e há mais espaço para a queda dos juros aqui dentro.

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