DOZE DIAS – A REVOLUÇÃO DE 1956, de Victor Sebestyen (tradução de Saulo Adriano; Objetiva; 424 páginas; 49,90 reais) • Uma revolta popular eclodiu em outubro de 1956 na Hungria. Precariamente armados, os húngaros tomaram as ruas pedindo liberdade e gritando palavras de ordem contra o domínio soviético. A revolta foi rapidamente esmagada pelos tanques russos. Imre Nagy, líder comunista que apoiou o movimento, foi preso e mais tarde executado. Calcula-se que 3 000 húngaros tenham morrido nas ruas de Budapeste. O jornalista Victor Sebestyen era um bebê quando sua família fugiu da Hungria, após o levante. Neste livro, ele faz uma reconstituição apaixonante do episódio, com base em testemunhos do período e documentos inéditos. É o relato de uma derrota amarga, mas heróica.
• A colocação equivocada de uma vírgula, de um hífen ou de um acento pode produzir ambigüidades constrangedoras – ou, como este livro mostra, engraçadas. Formada em letras pela USP, Bia Mendes, gerente de apoio editorial da Editora Abril (que publica VEJA), consegue um feito notável nesta obra voltada para as crianças: ensinar princípios gramaticais com leveza. O livro compila vários casos que podem confundir os pequenos – por exemplo, a diferença entre fazer uma mesa-redonda (encontro ou reunião) e uma mesa redonda (peça de mobiliário) ou, mais sutil, entre ser bem-educado (polido, afável) e bem educado (formado em boas escolas). As divertidas ilustrações de Fábio Sgroi ajudam a esclarecer essas distinções.
DVD AMOR E INOCÊNCIA (Becoming Jane, Inglaterra, 2007. Focus) • Desconsidere-se (como sempre) o inane título nacional: esta produção, dirigida pelo veterano da TV inglesa Julian Jarrold, parte dos pouquíssimos fatos conhecidos sobre a vida amorosa da escritora Jane Austen (1775-1817) para especular, com graça e atrevimento, que talvez ela não fosse tão casta assim quanto se imagina. Interpretada por Anne Hathaway, a autora de Orgulho e Preconceito é vista, na juventude, enamorando-se de um aventureiro irlandês (James McAvoy), com quem chega a dar umas escapadas, e evadindo-se dos avanços de um almofadinha (Laurence Fox) – e então aproveitando a experiência para amadurecer seus escritos. A sacada do filme, muito bem-sucedida, é contar essa história à maneira de um dos romances da própria autora.
DISCOS
SCHUBERT: LATE PIANO SONATAS, Leif Ove Andsnes (EMI) • O austríaco Franz Schubert (1797-1828) compôs as Sonatas para Piano 958, 959 e 960 em seus quatro últimos meses de vida. Editadas somente dez anos depois de sua morte, elas não foram bem recebidas pelo público nem pela crítica daqueles tempos, pois eram consideradas inferiores às sonatas de Beethoven, o maior ídolo de Schubert. Com o tempo, contudo, essas obras ganharam o devido reconhecimento. Mais que isso, sua execução se converteu numa prova de excelência musical, já que elas demandam técnica e densidade dos intérpretes. Essas são qualidades que não faltam ao norueguês Leif Ove Andsnes. O pianista, que nos últimos anos vem se dedicando a Schubert, possui um estilo contido e preciso que se casa à perfeição com as peças do compositor.
TELECOTECO: UM SAMBINHA CHEIO DE BOSSA, Paula Morelenbaum (Universal) • No cinqüentenário da bossa nova, contam-se nos dedos as homenagens que não sucumbiram ao tom burocrático e a repertórios crivados de obviedades. Telecoteco, o terceiro disco da cantora Paula Morelenbaum, é uma dessas raras surpresas. Paula selecionou composições dos anos 30, 40 e 50 que traziam a centelha do que mais tarde seria conhecido como bossa nova. Estão ali, entre outras, Um Cantinho e Você, gravada anteriormente por Dick Farney, e Our Love Is Here to Stay, dos americanos George & Ira Gershwin. Quando parte para autores mais centrais do movimento, Paula também foge ao lugar-comum. Jobim marca presença com Luar e Batucada (parceria com Newton Mendonça) e Johnny Alf, com Ilusão à Toa.
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