Entrevista:O Estado inteligente

sábado, outubro 18, 2008

“Menas ó Lula, menas..!” (Giulio Sanmartini)


Pela primeira vez na história do governo Lula, o vento econômico global mudou e agora sopra contra o Brasil. Chegou a hora da verdade, o grande teste de sua liderança. E ela balança.

Desde 2003, Lula operou bem em meio a um dos maiores e mais abrangentes ciclos de expansão econômica do planeta. Com instinto apurado e carisma, estimulou abonados e descamisados, numa virtuosa convergência de forças produtivas.

Mas veio o crash financeiro global, presságio do crash econômico global. E Lula entrou em modo de negação. Passou semanas dizendo que não era conosco, tripudiando os EUA, dando pitos e conselhos irônicos ao colega George W. Bush.

Mas a crise já está entre nós, também é nossa.

O dólar dispara, a Bovespa despenca, investimentos são suspensos, fábricas param a produção, o crédito às empresas seca. Isso não é uma marola, como previu Lula, mas um tsunami.

Como seu governo demorou a agir, o câmbio ficou solto demais num mundo em convulsão. O dólar deu um grande salto, e agora o custo de alguma imprescindível estabilidade cambial será maior. Mas há um perigo real e imediato de o presidente se deixar seduzir pelo canto das velhas sereias de que o Estado vai salvar nosso crescimento. O voluntarismo econômico sempre trouxe catástrofe ao Brasil.

Lula precisa descer do pedestal. Ficou muito mais difícil governar o Brasil.

(*) Texto de apoio: Sergio Malbergier

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