Este é um momento de definição para a economia internacional.
Atravessamos a primeira crise financeira da nova era da globalização. As decisões que tomarmos nos afetarão tanto nas próximas semanas quanto nos próximos anos.
Os problemas globais que enfrentamos requerem soluções globais. No final da Segunda Guerra Mundial, visionários americanos e europeus construíram uma nova ordem econômica internacional e criaram o Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial e um organismo comercial global. Eles o fizeram porque sabiam que paz e prosperidade eram indivisíveis. Sabiam que, para que a prosperidade fosse sustentável, teria de ser compartilhada. Tal foi o impacto do que fizeram que o então secretário de Estado dos EUA, Dean Acheson, falou de ter estado “presente na criação do mundo”.
Hoje, precisamos do mesmo tipo de visão internacionalista para resolver as crises e os desafios de uma era diferente.
O maior dos desafios globais exige de nós a mais ousada cooperação global.
As velhas instituições financeiras do pós-guerra estão ultrapassadas. Elas têm de ser reconstruídas para uma era inteiramente nova na qual a competição é global, não mais nacional, e as economias abertas, não fechadas. Os fluxos internacionais de capital podem ser grandes a ponto de sobrepujarem governos. E a confiança, o ativo mais precioso entre todos, desgastou-se.
Quando o presidente Bush reuniu-se com os ministros da Fazenda do Grupo dos Sete, no último fim de semana, eles concordaram que todos temos que lidar não só com a questão da liquidez no sistema bancário, mas também com a capitalização e o financiamento dos bancos. Ficou claro que a ação nacional, por si só, não seria suficiente. Sabíamos que era preciso enviar uma mensagem clara aos mercados: a de que os governos em todo o mundo estavam preparados para agir de forma coordenada e para fazer o que fosse necessário para estabilizar o sistema e enfrentar os problemas fundamentais.
Confiança no futuro é vital para reconstruir a confiança hoje. Precisamos lidar com mais do que os sintomas da atual crise. Temos que cuidar das causas.
Dessa forma, o próximo estágio é reconstruir o fraturado sistema financeiro internacional.
Esta semana, líderes europeus se juntaram e propuseram os princípios básicos que acreditamos devem servir de base a esse novo Bretton Woods: transparência, segurança, responsabilidade, integridade e governança global.
Concordamos que decisões urgentes para implementar esses princípios devem ser adotadas para arrancar pela raiz os empréstimos irresponsáveis e freqüentemente não revelados que estão no cerne de nossos problemas.
Para isso, precisamos de supervisão internacional de instituições financeiras; padrões globais compartilhados de contabilidade e regulação; uma forma mais responsável para remunerar executivos que premie o trabalho duro, o esforço e a iniciativa, mas não a irresponsabilidade; e a renovação de nossas instituições internacionais para tornálas eficazes sistemas de alarme antecipado para a economia mundial. As reformas são vitais para assegurar que a globalização funcione não somente para alguns, mas para todas as famílias e negócios em dificuldades em todas as nossas comunidades.
É importante, também, que na reunião de líderes internacionais que foi proposta, busquemos um acordo comercial global e rejeitemos o protecionismo que tem sido característico das crises passadas. Não existem soluções somente para a Grã-Bretanha, somente para a Europa ou somente para os Estados Unidos. Estamos nisso juntos e somente juntos podemos resolver a crise.
Nas últimas semanas, mostramos que, com vontade política, é possível pôr-se de acordo sobre um pacote multibilionário para recapitalizar nossos bancos em vários continentes. Nas próximas semanas, precisamos mostrar a mesma disposição e espírito de cooperação para criar as regras para nossa nova economia global. Se o fizermos, 2008 será lembrado não só como o ano da crise financeira, mas também como o ano em que começamos a construir o mundo de novo.
GORDON BROWN é primeiro-ministro da GrãBretanha. © “Washington Post".
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