Isso evitou uma desaceleração que aos poucos se torna mais evidente, embora esteja camuflada pelo fato de que agosto teve dois dias úteis a menos do que agosto de 2007, distorcendo os dados para pior.
Comparando os últimos 12 meses, até agosto, com os 12 meses anteriores, o crescimento ainda é de 6,5% e, no acumulado dos primeiros oito meses, de 6% em relação ao mesmo período de 2007.
Entre julho e agosto, destacou-se o crescimento da área do Nordeste, de 3,1%, enquanto havia queda em locais mais desenvolvidos, como Rio de Janeiro (-2,7%), São Paulo e Minas Gerais (-1,8%) e Paraná (-4,8%).
Levantamento divulgado em 8/10 pelo Estado mostrou aumento de repasses federais para as prefeituras do Norte e Nordeste (Natal, Aracaju, João Pessoa, Maceió, Recife, Fortaleza, Teresina e São Luiz), entre as 15 cidades que mais receberam transferências neste ano. Os valores nominais, entre R$ 17,6 milhões e R$ 76,2 milhões por cidade, não parecem tão elevados, mas são relevantes em áreas pobres.
No País como um todo predominou a queda da produção de alimentos. Os consumidores reagiram à alta deste ano, que só começou a ceder em agosto. Em Santa Catarina, os setores de alimentos, bebidas e madeira responderam pelo recuo de 1,8% na produção, comparando os meses de agosto de 2007 e 2008. No Pará, o setor de madeira caiu 25,1%.
Os dados de agosto ainda não mostram um quadro dramático, mas, com a escassez de empréstimos, uma retração parece inevitável nas empresas mais dependentes de capital de giro.
Em face do agravamento da crise, melhor é olhar os indicadores recentes do que os de médio prazo. Evidencia-se a dependência de poucos segmentos (mineração, construção, veículos), cujos comportamentos ainda são satisfatórios, mas que não ficarão imunes às dificuldades.
O comportamento da indústria dependerá mais do mercado interno, do emprego e da renda. Estados que produzem commodities ganharão com o câmbio e perderão com os preços.
A maior diferença na atividade industrial dos Estados será dada pela competitividade e diversificação da produção.