Entrevista:O Estado inteligente

sábado, outubro 11, 2008

Indústria depende de poucos setores O Estado de S. Paulo EDITORIAL,

A queda de 1,3% da produção física da indústria, entre julho e agosto, foi atenuada pelo bom comportamento da construção civil e das montadoras, como mostrou a pesquisa mensal do IBGE sobre os dados regionais. Houve, além disso, aumento de gastos às vésperas das eleições.

Isso evitou uma desaceleração que aos poucos se torna mais evidente, embora esteja camuflada pelo fato de que agosto teve dois dias úteis a menos do que agosto de 2007, distorcendo os dados para pior.

Comparando os últimos 12 meses, até agosto, com os 12 meses anteriores, o crescimento ainda é de 6,5% e, no acumulado dos primeiros oito meses, de 6% em relação ao mesmo período de 2007.

Entre julho e agosto, destacou-se o crescimento da área do Nordeste, de 3,1%, enquanto havia queda em locais mais desenvolvidos, como Rio de Janeiro (-2,7%), São Paulo e Minas Gerais (-1,8%) e Paraná (-4,8%).

Levantamento divulgado em 8/10 pelo Estado mostrou aumento de repasses federais para as prefeituras do Norte e Nordeste (Natal, Aracaju, João Pessoa, Maceió, Recife, Fortaleza, Teresina e São Luiz), entre as 15 cidades que mais receberam transferências neste ano. Os valores nominais, entre R$ 17,6 milhões e R$ 76,2 milhões por cidade, não parecem tão elevados, mas são relevantes em áreas pobres.

No País como um todo predominou a queda da produção de alimentos. Os consumidores reagiram à alta deste ano, que só começou a ceder em agosto. Em Santa Catarina, os setores de alimentos, bebidas e madeira responderam pelo recuo de 1,8% na produção, comparando os meses de agosto de 2007 e 2008. No Pará, o setor de madeira caiu 25,1%.

Os dados de agosto ainda não mostram um quadro dramático, mas, com a escassez de empréstimos, uma retração parece inevitável nas empresas mais dependentes de capital de giro.

Em face do agravamento da crise, melhor é olhar os indicadores recentes do que os de médio prazo. Evidencia-se a dependência de poucos segmentos (mineração, construção, veículos), cujos comportamentos ainda são satisfatórios, mas que não ficarão imunes às dificuldades.

O comportamento da indústria dependerá mais do mercado interno, do emprego e da renda. Estados que produzem commodities ganharão com o câmbio e perderão com os preços.

A maior diferença na atividade industrial dos Estados será dada pela competitividade e diversificação da produção.

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