1/10/2008 |
Por mais séria que seja a dificuldade enfrentada pelo sistema financeiro americano neste momento, a economia dos Estados Unidos não está a ponto de quebrar - essa é a principal diferença entre a crise atual e as que o mundo enfrentou há poucos anos, quando de fato vários países estiveram à beira da bancarrota. Isso talvez explique em parte a montanha-russa em que os mercados financeiros se transformaram, com grandes oscilações nos preços das ações e demais títulos. Ontem, dos 777 pontos perdidos na véspera, Wall Street recuperou 485, com alta de 4,7%. No Brasil, a Bovespa subiu 7,6%, depois de ter caído 9,3% na segunda. O receio em relação à saúde de instituições financeiras renomadas faz com que o humor dos mercados mude a toda hora e, por isso, foi criada uma grande expectativa em torno de um pacote de salvamento para o qual o Tesouro americano precisa de autorização legislativa específica. O primeiro pacote foi rejeitado, porque parte da opinião pública americana o identificara como um programa que beneficiaria mais banqueiros imprudentes do que propriamente o conjunto da economia. Ao meio de uma campanha eleitoral que se acirra a cada minuto - envolvendo não só a escolha do novo presidente, mas também a disputa pela Câmara dos Representantes e de um terço do Senado - os deputados prefeririam não contrariar seus potenciais eleitores. Mas não há saída sem traumas maiores do que os que já ocorreram se não houver o pacote. Um novo está em gestação, novamente com apoio de lideranças democratas e republicanas, e ele provavelmente sairá mais em consonância com o preço que a sociedade americana está disposta a pagar para solucionar a crise financeira. Tecnicamente, ninguém tem hoje condições de aferir o volume de recursos necessários para recuperar as instituições debilitadas. No entanto, o que os mercados precisam efetivamente é que se restabeleça algum grau de confiança para que as operações financeiras sejam retomadas de maneira progressiva. Banco evita emprestar a banco, o que não pode continuar por muito mais tempo. Quando os vasos comunicantes do sistema financeiro voltarem a fluir o crédito, ficará mais fácil separar o joio do trigo, e os próprios mercados ajudarão a se encontrar saídas para a recuperação da economia. Assim, os sistemas financeiros não estão condenados a desaparecer. É claro que se pode aprender com os erros cometidos e, sem dúvida, passada a crise, não haverá espaço para a negociação de derivativos sem um tipo de regulação como a que já existe para as transações bancárias tradicionais. A economia brasileira é mais espectadora do que participante ativa desta crise, pois é quase irrelevante a participações de instituições nacionais e capitais originários do Brasil no processo de elevado teor especulativo que desembocou na atual confusão. Embora enfrente reflexos negativos por causa da escassez de crédito e do desaquecimento mundial. Nosso calcanhar-de-aquiles tem sido as contas governamentais, mas nesse sentido não deixam de ser animadoras as projeções feitas ontem pelo Banco Central quanto à trajetória da dívida pública: até o fim de 2008 estima-se que o endividamento líquido cairá para menos de 40% do Produto Interno Bruto (PIB), o que será um bom indicador de solvência no momento em que o crédito se torna mais seletivo no mundo. Evitar atropelos fiscais é vital para o Brasil. |
Entrevista:O Estado inteligente
- Índice atual:www.indicedeartigosetc.blogspot.com.br/
- INDICE ANTERIOR a Setembro 28, 2008
quarta-feira, outubro 01, 2008
Com horizonte EDITORIAL O Globo
Arquivo do blog
-
▼
2008
(5781)
-
▼
outubro
(601)
- VINICIUS TORRES FREIRE O porrete e o tapinha do BC
- LUIZ CARLOS MENDONÇA DE BARROS Um horizonte mais ...
- Balanço parcial Miriam Leitão
- Uma derrota triunfal NELSON MOTTA
- Uma escolha LUIZ GARCIA
- Menos promessas KEVIN WATKINS
- O GLOBO EDITORIAL, Gasto prioritário
- O GLOBO EDITORIAL, Outro patamar
- Os dólares do Fed Merval Pereira
- O Estado de S. Paulo EDITORIAL, Inovação contra a...
- O Estado de S. Paulo EDITORIAL, Privatização, ape...
- O Estado de S. Paulo EDITORIAL, O nó da greve na ...
- O Estado de S. Paulo EDITORIAL, Posição do Copom...
- DORA KRAMER Civismo pelo avesso
- CELSO MING Reforço contra a crise
- No país da maionese Por Ralph J. Hofmann
- VINICIUS TORRES FREIRE O mundo raspa o fundo do t...
- Fundo caduco Miriam Leitão
- Sonho americano CARLOS ALBERTO SARDENBERG
- O GLOBO EDITORIAL, Sem limites
- O GLOBO EDITORIAL, Escolha sensata
- Merval Pereira - Surpresas das pesquisas
- Mais um ''esqueleto'' financeiro
- Deputados aperfeiçoaram a MP 442
- A manchete errada Demétrio Magnoli
- O Kosovo da Amazônia Predrag Pancevski
- A dobradinha do Fed com o FMI Rolf Kuntz
- CELSO MING Perto do limite
- DORA KRAMER Ao vencedor, o desmanche
- PODCAST Diogo Mainardi Lula é PMDB
- Schopenhauer e Freud Por Laurence Bittencourt Leite
- Demóstenes Torres - A porta da rua é a serventia ...
- Um futuro político muito duvidoso Por Giulio Sanm...
- VINICIUS TORRES FREIRE O grande feirão de dinheir...
- ALEXANDRE SCHWARTSMAN Contágio e conseqüência
- Miriam Leitão Água e vinho
- O fator econômico Merval Pereira
- O eleitor e os eleitos ROBERTO DaMATTA
- Um tiro no pé de salto alto José Nêumanne
- Como se nada fosse mudar O Estado de S. Paulo EDI...
- Os perigos do e-lixo Os perigos do e-lixo Taman...
- Diplomacia da inconseqüência O Estado de S. Paulo ...
- Virando a mesa Celso Ming
- A hipocrisia e o mito da ''verdadeira América'' R...
- DORA KRAMER O infiel da balança
- Augusto Nunes-Os 1.640.970 do Rio de Janeiro
- Krugman: o círculo que se alarga Paul Krugman
- Krugman: Buscando a seriedade desesperadamente
- O QUE O PT QUERIA E O QUE CONSEGUIU Por Reinaldo A...
- VINICIUS TORRES FREIRE A bordo do trem fantasma
- CLÓVIS ROSSI O fim dos "ismos"?
- Na oposição, PT contestou criação de subsidiárias ...
- Nunca na história deste país... José Pastore*
- Celso Ming - Alívio passageiro
- DORA KRAMER Mudando de Conversa
- ''Lula e PT foram derrotados no domingo''
- O FMI volta à linha de frente O Estado de S. Paul...
- Os salários e a crise O Estado de S. Paulo EDITORIAL,
- A última eleição antes da crise O Estado de S. Pau...
- Miriam Leitão Política na crise
- Adote um vereador ANDREA GOUVÊA VIEIRA
- O partido do movimento LUIZ GARCIA
- Quadro decadente Merval Pereira
- Rubens Barbosa,O PIOR DOS MUNDOS
- Gabeira:"Amanhã, posso voltar a usar bermuda e chi...
- GEORGE VIDOR - Nem pensar
- Desmatamento zero DENIS LERRER ROSENFIELD
- Zerar o déficit e travar os juros PAULO GUEDES
- Crise - onde estamos e para onde vamos Nathan Bla...
- Um Titanic do capitalismo moderno... Marco Antoni...
- Reinaldo Azevedo A CONSPIRAÇÃO DOS 4 MILHÕES DE RI...
- Reinaldo Azevedo A MINHA LISTA PESSOAL DE QUEM GA...
- Rio - Gabeira, um candidato na contramão -Ricardo ...
- Ricardo Noblat -Glossário da eleição de 2008
- Blog Noblat, Pobre cidade linda
- Miriam Leitão 79 anos, estes dias
- Em busca do mercado Merval Pereira
- Pré-sal e etanol, vítimas da crise Merval Pereira
- José Roberto Mendonça de Barros:''A atividade terá...
- Gustavo Loyola,''Aqui a crise é de liquidez e loca...
- DANUZA LEÃO É hoje!
- FERREIRA GULLAR Cidade suja, querida cidade
- RUBENS RICUPERO Moral da crise
- VINICIUS TORRES FREIRE O inferno escancara outra ...
- CLÓVIS ROSSI Funcionário x financista
- Petropopulismo em xeque
- Jogo por jogar Folha de S.Paulo EDITORIAL,
- Joaquín Morales Solá La última amenaza de los Kirc...
- O que dizem as mãos João Ubaldo Ribeiro
- Guetos mentais Daniel Piza
- Transparência zero Suely Caldas*
- Decisão complicada Celso Ming
- Dora Kramer - Rápidas e rasteiras
- Alerta do FMI para a América Latina O Estado de S....
- Nova carta de valores do eleitor Gaudêncio Torquato
- O governo gera a instabilidade Paulo Renato Souza
- O pré-sal fica adiado O Estado de S. Paulo EDITOR...
- Risco maior é a incompetência O Estado de S. Paul...
- Augusto Nunes-SETE DIAS
- Já pensou?(s/comercial da VALE c/Joao Gilberto )
-
▼
outubro
(601)
- Blog do Lampreia
- Caio Blinder
- Adriano Pires
- Democracia Politica e novo reformismo
- Blog do VILLA
- Augusto Nunes
- Reinaldo Azevedo
- Conteudo Livre
- Indice anterior a 4 dezembro de 2005
- Google News
- INDICE ATUALIZADO
- INDICE ATE4 DEZEMBRO 2005
- Blog Noblat
- e-agora
- CLIPPING DE NOTICIAS
- truthout
- BLOG JOSIAS DE SOUZA