O Estado de S. Paulo |
28/8/2008 |
É prematuro afirmar que a inflação virou o jogo e que, daqui para frente, é morro abaixo. Medida pelo Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), a inflação de agosto veio negativa e abaixo do esperado. As projeções apontavam algo em torno de 0,20% negativo, mas veio uma queda mais acentuada, de 0,32%. Em julho, o índice avançara a enormidade de 1,76%. O IGP-M, calculado pela Fundação Getúlio Vargas, é o medidor mais antigo da inflação brasileira. Desde 1989 passou a ser divulgado no fim do mês para servir de principal indexador do mercado financeiro. Serve também para reajustar grande parte dos contratos de aluguel, dívidas hipotecárias e tarifas públicas. Uma de suas principais características é a de que em sua fórmula entra mais pesadamente (nada menos que 60%) a evolução dos preços no atacado. Sempre que ocorre uma forte flutuação nesse campo, o IGP-M acusa imediatamente. Nos primeiros sete meses do ano, acumulou alta de 8,71% (enquanto o custo de vida medido pelo IPCA ficou nos 4,19%), pois refletira o salto dos preços dos alimentos e das matérias-primas nas bolsas internacionais de mercadorias. Mas, desde o início de julho, as cotações vieram abaixo e essa queda vai refletida nos números de agosto. Agora, espera-se que a correção de rota seja, em alguma proporção, repassada para os preços do varejo (custo de vida). Se a questão fosse apenas técnica, poderia terminar aí. Como, no sistema de metas, o preço do dinheiro (juros) é fixado de acordo com a inflação, a questão pega fogo porque trata de definir os próximos passos do Banco Central (BC). Nesse pedaço da economia, a discussão mais importante gira em torno da natureza da inflação e da real capacidade do BC em dominá-la apenas com os juros. O ministro Guido Mantega defende o ponto de vista de que a estocada da inflação brasileira é resultado da alta internacional das commodities (especialmente alimentos), que não pode ser revertida com os juros. E avança que a inflação voltará a seu leito natural quando os preços internacionais também se normalizarem. Pois os preços das commodities caíram e, assim, a inflação vai também se retrair sem que para isso tenham contribuído os juros exageradamente mais altos. À parte o fato de que as cotações podem voltar a subir, para o BC o impacto dos alimentos na cesta do custo de vida é só uma parte da história. Para ele, essa inflação é o efeito nos preços do consumo correndo mais rapidamente do que a produção. Para isso se calça em dois argumentos: (1) as importações crescem nada menos que 50% neste ano; e (2) a inflação superior a 5% ao ano não está concentrada apenas nos preços dos alimentos, também os serviços (onde não cabem importações) estão disparando. A reunião do Copom está agendada para o próximo dia 10. Em todas as manifestações feitas até aqui, os dirigentes do BC enfatizaram que não brincarão em serviço e que estão determinados a trazer a inflação, que vai a 6,5% ao ano, para o centro da meta (4,5%) ainda em 2009. Como essa posição está fortemente respaldada pelo presidente Lula, que faz questão de ter estrada livre para as eleições de 2010, apenas se a inflação despencar é que se poderá esperar afrouxamento dos juros. Sob controle - A dívida líquida do setor público continua na casa dos 40% do PIB. O governo pretende derrubá-la para abaixo dos 40% ainda este ano. Mas já não se sabe o que será em 2009, quando o PIB não crescerá mais os 5% deste ano. |
Entrevista:O Estado inteligente
- Índice atual:www.indicedeartigosetc.blogspot.com.br/
- INDICE ANTERIOR a Setembro 28, 2008
quinta-feira, agosto 28, 2008
Celso Ming - Despencou
Arquivo do blog
-
▼
2008
(5781)
-
▼
agosto
(540)
- DRAUZIO VARELLA Fumantes passivos
- FERREIRA GULLAR
- DANUZA LEÃO
- Petropopulismo
- Demétrio Magnoli,Fragmentos de socialismo
- A força da gente Miriam Leitão
- O urso não deve ser provocado LUIZ FELIPE LAMPREIA
- O troco republicano Merval Pereira
- A solas con Néstor Kirchner Por Joaquín Morales Solá
- El cambio que quieren los Kirchner Por Mariano Gr...
- João Ubaldo Ribeiro
- Daniel Piza
- DORA KRAMER Polícia de boa vizinhança
- Boas notícias e desafios para o Brasil Alberto Ta...
- ''A riqueza do pré-sal depende do tamanho dos inve...
- A maldição do petróleo Maílson da Nóbrega
- A química ruim de Yunus Suely Caldas*
- McCainomics Celso Ming
- Os estragos do câmbio
- Privatização em São Paulo
- Linha direta entre Lula e FHC evitou pedido de imp...
- Augusto Nunes-SETE DIAS
- INVASÃO DE PRIVACIDADE
- China: medalhas e exportações
- Custo do pré-sal pode passar de US$ 1 tri
- RUY CASTRO Do noticiário
- Miriam Leitão Sonho americano
- Merval Pereira - Uma disputa estratégica
- Celso Ming,Melhor do que o previsto
- Dora Kramer Virtudes democráticas
- São Paulo acessível Mauro Chaves
- Meta fiscal versus meta de inflação
- O risco Argentina
- Preconceito no caminho de Obama
- VEJA Carta ao leitor
- VEJA Entrevista: James Roberts
- Diogo Mainardi O Eddie Murphy político
- Lya Luft O que valem as medalhas?
- Radar
- Gustavo Ioschpe
- J.R. Guzzo
- MILLÔR
- Especial Dilema eterno da humanidade: perdão ou ...
- A desforra via internet
- Memória Olavo Setubal
- Os efeitos da insônia na saúde dos adolescentes
- Traje motorizado permite a paraplégicos andar
- Tecnologia O Brasil ficou para trás em inovação
- EUA Barack Obama é aclamado candidato à Presidência
- Aborto A interrupção da gravidez de anencéfalos ...
- Petróleo O início da exploração das reservas do ...
- Espionagem A prova de que Gilmar Mendes foi gram...
- Tomara que ela acerte
- As dicas dos campeões do vestibular
- O brasileiro adere em massa às motocicletas
- O rei do chocolate
- Os esquecidos da bossa nova
- Hellboy II, de Guillermo del Toro
- Linha de Passe, de Walter Salles e Daniela Thomas
- Livros Dois autores israelenses contemporâneos
- O momento de Beatriz Milhazes
- VEJA Recomenda
- A reforma política de Lula editorial O Estado de ...
- Índio não quer mais só apito - João Mellão Neto
- Celso Ming - Cadê a recessão?
- Dora Kramer - Trocando em miúdos
- Míriam Leitão - A conta do estouro
- Merval Pereira - Sem novidades na AL (O Globo)
- Clipping 29/08/2008
- OS bons selvagens exploram garimpo ilegal? Estou c...
- JOÊNIA MORENA, JOÊNIA, VOCÊ SE PINTOU...
- clipping de 28/08/20008
- Resultados fiscais e reforma contábil editorial O...
- Perigosa recaída O GLOBO EDITORIAL
- Outro mundo EDITORIAL O Globo
- A soberania em juízo editorial O Estado de S. Paulo
- A despolitização da tortura
- Valdo Cruz - Tentações
- Míriam Leitão - Ajuste de contas
- Merval Pereira - Razão x emoção
- Dora Kramer - Uso do cachimbo
- Clóvis Rossi - Eleição x coroação
- Celso Ming - Despencou
- Alberto Tamer - Depois da festa, a economia
- RAPOSA SERRA DO SOL: ENTRE A REALIDADE E A MISTIFI...
- Twenty-Two Years in Castro's Gulag
- Míriam Leitão - Hora do ataque
- Merval Pereira - A raça como pano de fundo
- Dora Kramer - Desde a tenra infância
- Celso Ming - Até onde vai este rali
- Mais a sério- Ruy Castro
- Garibaldi foi à forra- Villas-Bôas Corrêa
- Porque Obama parece vulnerável
- Pré-sal trouxe até agora muito calor e pouca luz
- O Congresso na 'extrema-unção' editorial O Estado...
- Mais confusão no pré-sal editorial O Estado de S....
- Clipping do dia 27/08/2008
- Clipping do dia 26/08/2008
- Ruim é o gasto, não a conta
- MIRIAM LEITÃO - O mal já feito
-
▼
agosto
(540)
- Blog do Lampreia
- Caio Blinder
- Adriano Pires
- Democracia Politica e novo reformismo
- Blog do VILLA
- Augusto Nunes
- Reinaldo Azevedo
- Conteudo Livre
- Indice anterior a 4 dezembro de 2005
- Google News
- INDICE ATUALIZADO
- INDICE ATE4 DEZEMBRO 2005
- Blog Noblat
- e-agora
- CLIPPING DE NOTICIAS
- truthout
- BLOG JOSIAS DE SOUZA