Entrevista:O Estado inteligente

quinta-feira, outubro 11, 2007

Eliane Cantanhede - O guizo no gato




Folha de S. Paulo
11/10/2007

O que qualquer um teria feito depois da vitória no primeiro processo? Teria ficado quieto, invisível, dando tempo ao tempo. Mas não Renan Calheiros. Apesar de fraco, sentiu-se forte o suficiente para, no mínimo, autorizar o afastamento dos senadores Jarbas Vasconcelos e Pedro Simon da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e a espionagem de Demóstenes Torres e Marconi Perillo.
Se era fraco, Renan ficou fraquíssimo. Ao partir para o ataque contra colegas, perdeu aliados e votos no plenário. O movimento "fora Renan!", liderado pela oposição, ganhou mais adeptos até no PMDB do próprio Renan e no PT de Lula, que tinha papel central na operação de salvamento. Sem o PT, Renan fica de mãos abanando.
Tudo isso ocorre justamente quando a Câmara aprova a prorrogação da CPMF em segundo turno e envia o abacaxi para o Senado. Lula se envolveu e envolveu o PT nas articulações pró-Renan, na suposição de que ele, na presidência, seria capaz de garantir a aprovação da CPMF. Agora, parece perceber que Renan pode atrapalhar ao contrário de ajudar na votação.
A guinada da bancada do PT foi muito nítida. OK, Mercadante tentou descer do muro, sem ficar num lado nem chegar ao outro. Sua preocupação é tentar reencontrar o prumo e a opinião pública. Mas e Tião Viana e Ideli Salvatti? Os dois petistas mudaram de posição, e essas coisas nunca são à toa.
Tudo indica que, com a divisão do PMDB, acirrada pelo afastamento de Jarbas e Simon, o PT está de olho na presidência do Senado. Não é bom. Pela tradição, o cargo cabe à maior bancada, a do PMDB. E o PT já tem a presidência da Câmara.
Para a CPMF, para o PT e para Lula, não seria nada mau Renan sair e Tião Viana assumir. A questão é que, apesar de tudo e de todos, Renan não dá sinais de que vá renunciar. Lula, que o apoiou, pode ser chamado a botar o guizo no ga

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