Entrevista:O Estado inteligente

terça-feira, julho 24, 2007

Mónica Bérgamo - Guarulhos na pista





Folha de S. Paulo
24/7/2007

O lobby das empresas aéreas, que pressionou a Infraero e a Anac para reinaugurar a pista de Congonhas antes de julho, foi acionado também para adiar reformas na pista de Guarulhos para depois das férias. Numa reunião em junho, a TAM pressionou o governo pelo adiamento por causa do Pan e de "operações com vôos MD 11", que teriam que voar com número menor de passageiros caso a pista fosse interditada. A Gol reforçou a pressão, "devido ao grande número de vôos extras/ charters" que opera em julho. BRA e Ocean Air engrossaram o coro.

OBRAS NA CHUVA
Na mesma reunião, técnicos da Infraero informaram que a pista, com 23 anos de uso, "requer manutenção preventiva e corretiva", e que o adiamento das obras traria um risco: elas acabariam se estendendo até o período de chuvas, em dezembro/janeiro, quando o ideal é que a reforma terminasse ainda no período de estiagem. Mas as empresas acabaram vencendo: a obra, que começaria em 10 de julho, foi adiada para 23 de julho. E agora, com o acidente de Congonhas e transferências de vôos para Guarulhos, nem tem mais data para começar.

O BOLSO PRIMEIRO
A TAM estampa em uma das páginas de seu site os "sete mandamentos" da empresa. O primeiro: "Nada substitui o lucro". Em segundo: "Em busca do ótimo não se faz o bom". E só em terceiro: "Mais importante que o cliente é a segurança".

MEDALHAS
Diretores da Anac, chateados pelas críticas por terem recebido medalha da Aeronáutica, lembram que deputados da oposição também foram agraciados. Um deles, Gustavo Fruet (PSDB-PR). Ele diz que o problema é que a Anac "está sob investigação" por causa do caos aéreo, o que não é o caso da oposição. Ainda assim, afirma, "perguntei à Aeronáutica se não era possível adiar a cerimônia. Disseram que não". Fruet diz que foi "o último a chegar e o primeiro a sair" da constrangedora premiação.

QUEDA DE BRAÇO
A OAB-SP voltará ao STF (Supremo Tribunal Federal) contra o Tribunal de Justiça de SP. Em setembro de 2006, o TJ paulista rejeitou a lista de seis indicados para o cargo de desembargador que a OAB enviou ao tribunal. O STF considerou o ato ilegal, mas o TJ tenta manter sua posição. Em sua defesa ao Supremo, diz que candidatos da OAB não preenchem os "requisitos mínimos" para a função de magistrado.


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