ESTAMOS próximos da CPI do Apagão Aéreo. Tanto esforço, tanto discurso, mas o que tem de ser tem muita força. Como justificar a energia perdida? A CPI já poderia estar acabando.
A maioria dos bons quadros do governo considerava a CPI inevitável. No entanto, lutou contra ela, mesmo sabendo que, com isso, atrasaria a votação do PAC.
Nas longas negociações, por várias vezes o acordo parecia próximo. Mas as ordens do Palácio eram claras: combater a CPI. Todos passaram então a dançar a mesma música. Mesmo os mais inteligentes trataram de buscar nos argumentos jurídicos ou elaborações políticas a fórmula para evitar a CPI. De uma certa forma, é uma derrota injusta para o governo. Seu potencial de formulação é superior a isso. Foi rebaixado porque a obediência acabou superando a capacidade criativa de cada um. Se o tema fosse apenas a CPI, não valeria a pena usar o único espaço semanal para falar dele. Acontece que antevejo nela as raízes da própria superação do atual esquema de poder. Mesmo as grandes empresas já optaram pela democracia e insistem para que surjam na mesa todas as opiniões contraditórias.
O que era irreverente e democrático na oposição passou a ser uma espécie de vassalagem política em troca de horizonte na carreira. A tática do poder é atrair todos que queiram participar dele -a maior frente possível.
A única atitude rejeitada é discordar. A derrota que o governo sofreu ao tentar evitar a CPI não significa muito. Afinal é apenas uma CPI que desvendará, se bem-sucedida, o caos aéreo e o velho processo de corrupção.
O mais importante é ver nesse episódio a própria limitação do projeto de poder. Sem o oxigênio de idéias contraditórias, está condenado a decair com o tempo, não através de um só caso, mas da sucessão inevitável de equívocos.
Esse raciocínio não autoriza a conclusão de que o atual presidente errará eternamente. Ele é tão ou mais sábio que qualquer outro. Significa apenas que uma só pessoa, reinando sobre um grupo amedrontado, não tem condições de garantir um progresso constante rumo a um objetivo estratégico.
Talvez seja este um dos mais sérios apagões de todos os que nos confrontam: quase toda uma geração de políticos reduzida à obediência e aos pequenos serviços oficiais, calculando sua promoção, certa de que não se salva fora do poder.
No princípio, a classe operária, depois, o partido, o comitê central, finalmente, uma só pessoa. Felizmente, a versão brasileira dessa tragédia é a mais branda da história.
Entrevista:O Estado inteligente
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